28 Novembro 2018
“Como será o meu fim? Como gostaria que o Senhor me encontrasse quando me chamar?”. E, “se o Senhor me chamasse hoje, o que faria? O que diria?”. Estas perguntas podem parecer pensamentos pouco agradáveis, mas, segundo o Papa, são necessários “para seguir em frente”.
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por Vatican Insider, 27-11-2-18. A tradução é do Cepat.
Com estas palavras, o Papa Francisco dedicou sua homilia matutina, na Casa Santa Marta, para aprofundar sobre o fim do mundo e da própria vida, já que nesta última semana do ano litúrgico a Igreja nos faz refletir sobre isto, e “é uma graça”, disse Francisco, “porque não gostamos de pensar no fim, sempre adiamos este pensamento para o amanhã”.
Segundo o sítio Vatican News, na primeira leitura do Apocalipse, São João fala do fim do mundo “com a figura da colheita”, com Cristo e um anjo armado com uma foice. Quando chegar nossa hora, deveremos mostrar a qualidade de nosso trigo, a qualidade de nossas vidas”, afirmou o Pontífice. “Talvez alguns de vocês digam: ‘Padre, não seja tão sombrio, que não gostamos destas coisas...’. Mas é a verdade”, destacou Francisco, dando ênfase à importância de pensar neste momento e nos preparar para vivê-lo da melhor maneira possível.
“É na colheita em que cada um de nós se encontrará com o Senhor. Será um encontro e cada um dirá ao Senhor: ‘Esta é minha vida. Este é meu trigo. Esta é minha qualidade de vida. Errei?’. Todos deveremos dizer isto, porque todos cometemos erros. Também diremos: ‘Fiz coisas boas’, porque todos fazemos coisas boas; e assim faremos para mostrar ao Senhor o grão”, apontou Francisco.
“O que eu diria – perguntou-se mais uma vez o Bispo de Roma –, se hoje o Senhor me chamasse? ‘Ah, não me dei conta, estava distraído...’. Não sabemos nem o dia, nem a hora”. “E alguns poderiam dizer: ‘Mas padre, não fale assim que sou jovem...’. Mas, olha quantos jovens se vão, quantos jovens são chamados... ninguém tem uma vida assegurada. O que sim é certo é que todos teremos um final. Quando será isso? Só Deus sabe disso”.
“Fará bem para nós, nesta semana, pensar no final. Se o Senhor me chamasse hoje, o que faria? O que diria? O pensamento do fim nos ajuda a avançar; não é um pensamento estático: é um pensamento que avança porque é levado adiante pela virtude, pela esperança. Sim, haverá um fim, mas esse fim será um encontro: um encontro com o Senhor. É verdade, será uma ‘prestação de contas’ do que fiz, mas também será um encontro de misericórdia, de alegria, de felicidade. Pensar no fim, no fim da criação, no fim da própria vida, é sabedoria; o sábio faz isso”, afirmou o Papa.
Por isso, explicou Francisco, nesta semana, a Igreja nos convida a nos perguntar “como será meu fim? Como gostaria que o Senhor me encontrasse quando me chamar? Tenho que fazer um exame de consciência e avaliar... Que coisas devo corrigir, porque não estão bem? Que coisas devo reforçar e continuar porque são boas? Cada um de nós tem muitas coisas boas e neste pensamento não estamos sós: aí está o Espírito Santo que nos ajuda”.
“Nesta semana, peçamos ao Espírito Santo a sabedoria do tempo, a sabedoria do fim, a sabedoria da ressurreição, a sabedoria do encontro eterno com Jesus; para nos fazer entender esta sabedoria que está em nossa fé. O encontro com Jesus será um dia de alegria. Oremos para que o Senhor nos prepare. E cada um de nós, nesta semana, deve encerrar a semana pensando no final: Eu terei um final. Não ficarei para sempre... Como gostaria de terminar?”, concluiu.
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“Pensemos em nosso fim. É sombrio? Não, ajuda a compreender em que erramos”, recomenda Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU