O celibato, questão em aberto na agenda de Bergoglio

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20 Outubro 2018

Ao longo da história tem questionado papas, teólogos e padres. Em algumas partes do mundo é uma questão muito presente, tanto que será discutida no próximo Sínodo sobre a Amazônia programado para o Vaticano em outubro de 2019. Assim, inclusive na Itália, reacendem-se os refletores sobre o celibato na Igreja, sobre a oportunidade que também para os católicos de rito latino possa ser uma livre escolha e não mais uma obrigação, e sobre a possibilidade de abrir o sacerdócio aos "viri probati", ou seja, a pessoas casadas de sólida formação cristã. Contribui para o debate "Lui, Dio e lei” (Ele, Deus e ela), escrito por Enzo Romeo, especialista em Vaticano do TG2, e apresentado esta semana em Roma no Centro Russia Ecumenica. "A escolha do celibato fala de uma pessoa orientada para um projeto de vida, a ser vivida em uma dimensão de comunhão", explicou o comboniano padre Giuseppe Crea, psicólogo e professor, destacando que o celibato "não representa um limite para a relação” e "comporta, como todo percurso de crescimento, a capacidade de tomar decisões."

O comentário é de Stefania Careddu, publicado por Avvenire, 17-10-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Em linha com o que acontece em outros âmbitos, torna-se "um problema quando os indivíduos não sabem o que fazer, com quem, e não são capazes de decidir." Não por acaso, ressaltou padre Crea "o verdadeiro drama da sociedade atual é aquele que Ratzinger chamava de ‘emergência educativa’". Que envolve diferentes campos, incluindo a formação nos Seminários, que "é fundamental para a Igreja hoje", pontuou Gianni Gennari, jornalista e teólogo, sacerdote que em 1984 obteve uma dispensa do papa João Paulo II e se casou com rito religioso. "Aquele do celibato é um tema que atravessou os séculos, com certezas e dúvidas, que deve ser inserido no quadro de como a cultura tri-milenar tem tratado, ou maltratados, as mulheres", afirmou Gennari que definiu a questão "um problema em aberto, que não diz respeito apenas às periferias da Igreja, mas a toda a Igreja, e está na agenda do Papa Francisco, que tem a coragem de enfrentar alguns argumentos, apesar das maldades e dos obstáculos".

O livro, publicado pela Rubbettino, dá voz a testemunhas e especialistas que oferecem diferentes pontos de vista, a partir da própria experiência. Junto a muitos outros, está Gualtiero Sigismondi, bispo de Foligno e presidente da Comissão Episcopal Italiana para o Clero e a Vida Consagrada, uma teóloga que ensina os futuros candidatos ao episcopado, um diácono, um ex-padre, um monge de clausura que hoje é marido e pai, um sacerdote de rito latino que obteve do Papa a dispensa para continuar a exercer o sacerdócio, embora seja casado.

São "histórias de muito esforço, de fracasso, de ressurreição que contam uma realidade complexa”, comentou Pe. Armando Matteo, teólogo, para quem "o ministério sacerdotal tem um perfil particular, por ser vocacionado à doação absoluta, a todos, em uma visão que se torna cada vez mais inclusiva." Uma totalidade que implica "uma renúncia, mas em um horizonte mais amplo" e que, portanto, "não consegue facilmente se compor com o sacramento do matrimônio", acrescentou Dom Matteo ressaltando que "certamente não é um problema que possa ser resolvido com uma lei canônica”.

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