16 Julho 2018
Em uma carta chamada 'Carta ao povo de Deus', lida em todas as igrejas de Gozo neste fim de semana, o D. Grech diz: "Eu sei que o nosso povo é generoso e sabe responder às necessidades dos outros. Portanto, renovo o apelo [do domingo passado, por ocasião da festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Kerċem] para que possamos compartilhar o pouco que temos com os que precisam".
A informação é publicada por Independent, 15-08-2018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
O bispo Grech recordou as palavras do Papa Francisco ao testemunhar "esta tragédia contínua" no Mediterrâneo quando descreveu os mares que circundam Malta e Gozo como o "cemitério do Mediterrâneo".
Na carta, o bispo acrescentou: "Há tantos migrantes entre os pobres da nossa época que, por algum motivo, saem do país em busca de um futuro melhor. Frequentemente, mas especialmente nos meses de verão, assistimos a episódios de partir o coração das pessoas, famílias e mesmo bebês que perdem a vida no Mediterrâneo”.
"Mesmo que nosso ato seja apenas uma gota no oceano, estaríamos participando do trabalho desta organização de caridade dos jesuítas em prol dos pobres da atualidade”.
"Desta forma, enquanto celebramos liturgias solenes e nos alegramos juntos por ocasião da festa da nossa padroeira, estaríamos 'chorando com os que choram' (Rom 12:15) e dando um sentido mais profundo às nossas festas e celebrações eucarísticas".
Assim que a carta foi lançada, Malta e Itália estavam envolvidas em mais um impasse em alto-mar com 450 migrantes.
O ministro dos transportes italiano Danilo Toninelli twittou que Malta era obrigado pela lei marítima a resgatar os migrantes, pois estavam na respectiva área de busca e salvamento nas primeiras horas da sexta-feira, e providenciar um porto seguro ao barco.
Mas Malta respondeu que quando o centro de coordenação de salvamento marítimo de Roma foi informado sobre o barco, já estava muito mais perto da pequena ilha siciliana de Lampedusa do que da costa maltesa. O ministério do interior de Malta também disse que as pessoas a bordo do navio anunciaram que queriam ir a Lampedusa.
O ministro do Interior italiano Matteo Salvini, que está liderando uma campanha do novo governo populista para impedir que outros migrantes cheguem à costa da Itália, foi irredutível ao dizer que o barco não atracaria em nenhum porto italiano.
"Este barco não pode, não deve chegar lá", twittou Salvini na sexta-feira. "Já demos o suficiente, entende." Salvini parecia estar se referindo aos custos que a Itália tem tido nos últimos anos ao cuidar de cerca de 600.000 imigrantes resgatados no mar e trazidos às praias italianas. Até o momento da impressão da edição, o assunto ainda não tinha se resolvido. (Nota de IHU On-Line: todos os 450 migrantes foram desembarcados em segurança na manhã de hoje, 16-07-2018.)
Grech, no entanto, tem uma opinião muito diferente, como escreve na carta às suas congregações: "devemos entender que não existem soluções fáceis para a enorme emergência que está ocorrendo ao nosso redor. Mas levados pela palavra de Deus e o exemplo do Nosso Senhor Jesus Cristo que 'sendo rico, por amor de vós se fez pobre' (2 Cor: 8-9).
"Sinto que como uma comunidade crente não podemos permanecer indiferentes e silenciosos perante a tragédia que está acontecendo e afetando a Itália e a União Europeia.
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Malta. Bispo renova apelo a doação de arrecadações de festas para o Jesuit Refugee Service - Instituto Humanitas Unisinos - IHU