05 Junho 2017
Uma ferramenta disponibilizada nesta quarta-feira (31) pelo Observatório Digital de Trabalho Escravo apresentou um levantamento completo com dados sobre o trabalho escravo no Brasil. Pelo site é possível, por exemplo, acompanhar o caminho percorrido pelos trabalhadores libertados de situações análogas à de escravo, sua ocupação e identificar as situações de vulnerabilidade social das pessoas aliciadas.
A reportagem foi publicada por Amazônia.org, 02-06-2017.
Os Estados da Amazônia Legal são destaques em quase todos os quesitos estudados. Enquanto 18.45% dos trabalhadores resgatados são naturais do Maranhão, o Pará é o campeão absoluto de prevalência desse tipo de prática, agrupando 22,69% dos resgatados.
Ao todo foram libertados 43.428 trabalhadores durante o período analisado. O Pará é o campeão com 9.853, seguido do Mato Grosso, 4.302, e Goias, 3.716. Desde 1995, calcula-se que foram resgatados, no país, mais de 50 mil pessoas do trabalho em condição análoga à de escravo. A plataforma, no entanto, utiliza os dados com base no lançamento I Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em 2003, quando surgiram compilações mais detalhadas sobre o tema.
Desenvolvida em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) o trabalho desenvolveu um mapa interativo que cruza dados dos principais bancos de dados do país para fortalecer a gestão de políticas públicas e fortalecer as ações de fiscalização e prevenção ao trabalho escravo. É possível acessar pelo site: http://observatorioescravo.mpt.mp.br/.
O mapa de calor representa dinamicamente, conforme suas cores, medidas da intensidade da ocorrência de trabalho análogo ao de escravo no Brasil.
O município com a maior prevalência de resgates é Confressa, no Mato Grosso. Foram ao todo 1.348 trabalhadores libertados entre os anos de 2003 a 2017. Em seguida aparecem Ulianópolis, no Pará, (1.288), Brasilândia, no Mato Grosso do Sul (1.011) e Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro (982).
A criação de bovinos para corte é a atividade econômica com o maior número de resgatados, responde por 30,9% dos casos, seguida pelo cultivo de arroz (20,6%) e a fabricação de álcool (11,3%).
94,89 dos resgatados são homens e 48,37% se declaram como pardos, 32,72% como brancos, 13,62% negros e 5,29% como indígenas. A grande maioria (40,29%) possui não possui nem até o quinto ano do fundamental completo e 32,27% são analfabetos. Os que conseguiram concluir o ensino fundamental são apenas 4,20%. Quase metade das vítimas (47,25%) têm até 30 anos de idade.
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Quase 20% dos trabalhadores resgatados em situação de escravidão são naturais do Maranhão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU