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Aos 80 anos, Papa Francisco é um líder redimido

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19 Dezembro 2016

Papa Francisco, que faz 80 anos hoje, é um líder notável, sejam quais forem os critérios. É apaixonado por política - acima de tudo, pela construção de uma síntese criativa a partir de elementos heterogêneos ou até mesmo antagônicos. É uma lição que ele está colocando em prática em todo o mundo e está causando consideráveis impactos.

A reportagem é de Austen Ivereigh, jornalista, foi editor da revista britânica The Tablet e diretor de Assuntos Públicos do ex-arcebispo de Westminster, o cardeal Cormac Murphy-O'Connor, publicada por Crux, 16-12-2016. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Hoje, se o Papa Francisco se permitir, ele poderá dedicar o marco dos 80 anos para refletir sobre sua missão de vida e ser grato por seus notáveis frutos.

A missão de vida é a fonte do nosso pecado e da nossa redenção. É nossa inspiração e nossa tentação. É o uso incansável das mãos que nos foram dadas no nascimento, desenvolvidas na infância, e que na idade adulta devem ser utilizadas para servir, para que não nos levem a um beco sem saída.

Para Jorge Mario Bergoglio, essa missão de vida foi definida precocemente. E ela pode ser chamada de 'grande política': é o trabalho de construir entendimento e união a partir da diversidade. É a arte de construir instituições e nações.

É uma paixão que ele carrega desde a infância, que também é fruto de sua personalidade.

O Eneagrama de Personalidade é um sistema de tipologias de personalidade criado originalmente pelos padres do deserto, que receberam sua forma moderna dos jesuítas.

Segundo esse Enenagrama, a personalidade do Papa Francisco é a Oito - como confirmou por e-mail o Padre Richard Rohr OFM, autoridade nesse assunto na Igreja Católica.

(Coincidentemente, o Papa conhece o Eneagrama muito bem e não se opõe a ele. Mas ele se preocupa com a forma como esse sistema pode ser mal utilizado e levar à introspecção excessiva se não for utilizado dentro de uma estrutura espiritual sólida.)

O Eneagrama foi muito utilizado em retiros para ajudar as pessoas a identificar suas principais compulsões, geralmente necessidades ou desejos norteadores herdados na infância que, na idade adulta, precisam ser 'resgatados' para que não comprometam a capacidade de sermos funcionais e nos relacionarmos com os outros.

As pessoas com o tipo oito de personalidade são, paradoxalmente, líderes e rebeldes, desafiadores da vida. Destemidos e intuitivos, muitas vezes incrivelmente diretos, eles naturalmente se opõem às elites e têm uma habilidade incomum de enxergar as injustiças e a opressão.

Eles detêm o poder e sabem como construí-lo e utilizá-lo. Têm uma extraordinária capacidade de improvisar, de levar uma vida agitada e de lidar com a pressão. O que fazem com esse dom depende da sua capacidade espiritual. A história, do rei Davi em diante, tem muitos líderes com a oitava personalidade, alguns deles generosos e inspiradores, e outros demagogos tirânicos. Em geral, são uma mistura.

Martin Luther King era um deles, assim como Fidel Castro. E também Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas, que pegou uma ideia típica dessa personalidade - agere contra, ou agir contra - e transformou-a em uma forma de crescimento espiritual: agir contra as nossas compulsões nos ajuda a nos redimirmos.

Essa personalidade geralmente trata-se de pessoas sensíveis que, na infância, desenvolvem uma carapaça em resposta a algum trauma.

Francisco mencionou, embora com poucos detalhes, discussões entre os parentes de sua mãe que o aterrorizavam e marcaram sua infância. Eles criaram nele um desejo "de que as pessoas não entrem em conflito e permaneçam unidas".

Sua missão de vida tem sido empregar seus extraordinários dons e habilidades de liderança a serviço da construção dessa unidade, mas não de uma forma que incite cisões ou idolatrias, como fazem os demagogos.

Fascinado por política, enquanto adolescente costumava participar de debates em associações de partidos políticos. Se não tivesse se lançado em sua vocação através de uma profunda experiência da misericórdia de Deus quando tinha quase 17 anos, ele provavelmente teria se tornado político.

Mas, naquele confessionário em Buenos Aires, Deus ofereceu a única coisa que alguém com esse tipo de personalidade tem dificuldade de aceitar: o amor incondicional e a misericórdia, um profundo sentido de unidade e pertencimento. Depois, Francisco sofreu um abandono terrível, quando o padre que havia sido seu companheiro morreu de câncer, no ano seguinte.

Em sua juventude, como jesuíta, ele aprendeu sobre liderança com São Inácio e com o padre e filósofo alemão Romano Guardini, e também com o mestre argentino General Juan Domingo Perón, cujo clássico manual de política estratégica, Conducción Política, de 1952, é um bom guia sobre as ações do Papa até hoje.

Por exemplo, há três coisas sobre Francisco que são evidentes a qualquer um que trabalhe na Cúria Romana: ele é incrivelmente bem informado, nunca se sabe o que ele está pensando e ele ama surpreender. Todas elas podem ser encontradas na página 200 da minha edição de Conducción Política.

Conducción significa liderança em espanhol, mas refere-se mais a conduzir uma orquestra ou um exército. Trata-se de técnica e estratégia, mas também de intuição e certa conexão emocional. ("Um bom líder não precisa dar ordens, porque ele é capaz de conduzir", diz Perón.)

Pense, por exemplo, na notável liderança de Francisco nos movimentos populares, ou em como ele guiou o Sínodo, e é difícil não vê-lo como alguém que conduz.

Muitas vezes, o Papa diz: "Eu não gosto de conflito". Mas o que ele realmente quer dizer é que ele evita o confronto direto. Com Perón e o britânico Basil Liddel Hart, um estrategista militar, ele aprendeu o valor da abordagem indireta, exaurindo a oposição gradualmente, ao longo do tempo - e mantendo os adversários por perto.

Ele não teme ou foge da tensão e da discordância, mas passou muitos anos estudando como a dinâmica da divergência pode ser frutífera.

Anos após ter deixado o cargo de superior provincial e reitor, ele trabalhou em um estudo da 'Teoria do Contraste', de Guardini (Der Gegensatz). Nesse estudo, o filósofo descreve "dois elementos, irredutíveis e inconfundíveis, mas que estão indissoluvelmente ligados entre si e só podem ser pensados em conjunto".

(Um exemplo disso seria a coexistência da permanência e da mudança nos seres humanos. As pessoas mudam e continuam iguais. Isso é um contraste, mas a coexistência e codependência de cada qualidade é o que nos torna humanos.)

Embora nunca tenha sido publicada ou defendida, a tese influenciou profundamente sua compreensão de liderança e política. E é a principal fonte do bem comum e da paz na sociedade, dos Evangelii Gaudium, onde ele emprega seus famosos quatro princípios a serviço do que ele chama de "construção do povo".

A mais importante é que “a unidade prevalece sobre o conflito”. Ele rejeita tanto os que evitam o conflito a qualquer custo e os que o incorporam ao ponto de aprisionar-se - o que alimenta a polarização. A terceira forma, segundo ele, "é encarar os conflitos de cabeça erguida, para resolvê-los e torná-los um elo na corrente para novos processos".

É difícil não lembrar do conselho de Perón em Conducción Política de que o papel do líder não é tomar partido entre dois lados, mas levá-los a se relacionarem. "Preciso colocá-los juntos, conversar com eles, e dizer: “Chega de perguntas! Vocês vão continuar discutindo! Mas eu quero que vocês entrem em um acordo e se resolvam. E quando chegarem a um acordo, todos os problemas terão sido resolvidos entre nós.”

Mas para o Papa há outro elemento dinâmico nesta resolução: o Espírito Santo. Em Evangelii Gaudium, ele cita as beatitudes: "Bem-aventurados sejam os mediadores da paz! Para enfrentar conflitos e resolvê-los..."

Para alguém com uma personalidade do tipo oito, com instintos de enfrentamento e polarização – como, por exemplo, Donald Trump, outra personalidade desta tipologia que está ganhando espaço no contexto mundial - isso representa uma maturidade espiritual surpreendente, que simboliza uma personalidade profundamente redimida. Pode haver um confronto (incorporação) do conflito sem uma polarização.

É uma lição que ele aprendeu ao perder o poder. Como jesuíta provincial, Jorge Mario Bergoglio foi um líder extraordinário, mas muito controlador e autoritário. Em meados da década de 1980, quando foi afastado e impedido de exercer posições de liderança, Bergoglio dedicou-se aos estudos de Guardini.

Mais tarde, exilado e sem poder, Francisco aprendeu profundas lições espirituais sobre como liderar sem criar vínculos nocivos.

Ele aplicaria esses ensinamentos como bispo e cardeal, disciplinando suas próprias tendências à demagogia, purificando sua liderança para que se direcionasse cada vez à construção do povo. Agora, como papa, ele está colocando essa visão em prática mais do que nunca.

É isso que Francisco quer dizer com a 'cultura de encontro': não a imposição de uniformidade por decreto ou por força, mas a gestão das diferenças de modo que o Espírito Santo possa conceder o dom da unidade, "superando quaisquer conflitos através de uma síntese nova e promissora", como ele afirma em Evangelii Gaudium.

Um líder não resolve o conflito forçando os dois lados a concordar com uma solução imposta, mas fazendo com que eles trabalhem em conjunto, relacionem-se e oportunizem um "novo processo". Este é, essencialmente, o trabalho da chamada "grande política" (la política grande) e o que Francisco lamenta é a falta dela em todo o mundo ocidental atualmente.

O sínodo foi uma aula sobre manter unidos lados opostos da tensão para buscar uma nova síntese criativa a respeito de uma questão sobre a qual os bispos estavam em embate.

O Papa Bento XVI muitas vezes falou sobre o desafio pastoral dos divorciados e dos recasados, dizendo, em 2012, por exemplo, que esta questão era "um dos grandes sofrimentos da Igreja atual" que não admitem "soluções simples".

Francisco abriu a questão de maneira corajosa, criou um mecanismo para reunir os desacordos em um contraste interdependente, à la Guardini, e permitiu que o Espírito Santo concebesse uma nova síntese criativa, como nos primeiros concílios da Igreja primitiva.

(Essa nova síntese - presente em Amoris Laetitia - ainda não está clara para muitos e vem sofrendo resistência de alguns. Mas isso é comum com qualquer coisa nova na Igreja.)

Esta nova forma de "sinodalidade", na qual desacordos tornam-se dinâmicos, e não destrutivos, será um dos maiores legados do Papa Francisco. Será o fruto do desenvolvimento intelectual, espiritual e pessoal de uma vida inteira, em benefício não apenas da Igreja, mas da sociedade em geral.

É uma conquista extraordinária - que, naturalmente, não é dele, mas de Cristo.

Feliz aniversário, Papa Francisco.

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