As efemérides, ao evidenciarem determinados feitos, reafirmam os entendimentos mais comuns sobre o acontecimento histórico em questão. Elas também possibilitam que se lance um olhar crítico sobre o passado, para que não se fique refém do senso comum ou de visões engessadas. Uma data que anualmente rende debates e publicações acerca dela é o 20 de Setembro, quando se celebra a Revolução Farroupilha — ou Guerra dos Farrapos, como alguns preferem, já que os eventos ocorridos de 1835 a 1845 no extremo sul do Brasil não caracterizam uma revolução.
Por ocasião da Semana Farroupilha, o IHU On-Line debate o ‘ser gaúcho’. Em tempos de globalização, a identidade gaúcha existe ou não? Qual é a sua potencialidade e quais os seus limites? É nela que os brasileiros encontram a sua inserção com a América Latina? Essas e outras são as perguntas debatidas por Ruben Oliven, antropólogo, por Cesar Augusto Barcellos Guazzelli, pós-doutor em História Social, e por Luiz Carlos Tau Golin, professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), onde leciona no Programa de Pós-Graduação em História. Enquanto preparávamos este número com esta temática de capa, testemunhávamos a Argentina, terra de ‘gauchos’, enfrentar galhardamente o Fundo Monetário Internacional... e vencer.
Iniciando a Semana Farroupilha, emerge a discussão sobre a possibilidade e as formas de interação entre o tradicionalismo gaúcho e a globalização. O professor Gilson Lima, do Centro de Ciências Humanas, concedeu uma entrevista ao IHU On-Line sobre o tema. Lima é mestre em Ciência Política e está concluindo o doutorado em Sociologia Contemporânea.