09 Mai 2018
A postura do Papa sobre a intercomunhão é um sinal dos tempos do Anticristo. Essa é a opinião do cardeal Willem Jacobus Eijk, que investiu contra o pontífice pela resposta “completamente incompreensível” aos bispos alemães que propuseram esta medida.
A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 08-05-2018. A tradução é do Cepat.
Em um artigo no National Catholic Register, o arcebispo de Utrecht reflete sobre a recente reunião de prelados alemães no Vaticano, na qual Francisco instou os bispos alemães a “encontrar, em um espírito de comunhão eclesial, um resultado unânime” sobre se os casais protestantes de fiéis católicos podem comungar ou não.
Uma resposta “completamente incompreensível” para Eijk, porque “a prática da Igreja católica se baseia em sua fé e não está determinada pelos votos da maioria de uma Conferência Episcopal, ainda que sejam unânimes, nem muda de maneira estatística com esses votos”.
“O Santo Padre deveria ter dado à delegação da Conferência Episcopal Alemã diretrizes claras, baseadas na clara doutrina e prática da Igreja”, prossegue o purpurado holandês. Cita para dar fundamento ao seu argumento o cânon 844 do Código de Direito Canônico, que estabelece que a única “necessidade grave” que legitima que os protestantes comunguem é a do perigo de morte, e não a “angústia espiritual séria” que os bispos alemães alegaram.
“Ao observar que os bispos e, sobretudo, o Sucessor de Pedro, não conseguem manter e transmitir fielmente e na unidade o depósito da fé contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura não posso deixar de pensar no Artigo 675 do Catecismo da Igreja Católica”, lamenta Eijk.
Tal artigo (em seu artigo) reza assim:
O último julgamento da Igreja
Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final que sacudirá a fé de inúmeros crentes. A perseguição que acompanha a sua peregrinação sobre a terra desvelará o “mistério de iniquidade” sob a forma de uma impostura religiosa que proporcionará aos homens uma solução aparente a seus problemas mediante o preço da apostasia da verdade.
Embora o cardeal interrompa aqui a citação, o parágrafo prossegue: “A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, ou seja, a de um falso messianismo no qual o homem glorifica a si mesmo, colocando-se no lugar de Deus e de seu Messias vindo na carne (cf. 2 Ts 2, 4-12; 1 Ts 5, 2-3; 2 Jo 7; 1 Jo 2, 18.22)”.
Ou, o que é o mesmo: um sonoro bofetão em um Papa que não fez mais que propiciar o diálogo sobre uma proposta que foi aprovada pelos bispos alemães com uma maioria de três quartos. E uma significativa mudança de atitude de Eijk, que há poucos meses sustentava que “Francisco nunca disse nada que seja contrário à doutrina da Igreja”.
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Cardeal holandês compara Francisco ao Anticristo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU