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A vida nua e a vacina. Artigo de Giorgio Agamben

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20 Abril 2021

 

"Qual é a figura da vida nua que está em questão hoje na gestão da pandemia? Não é tanto o doente que é isolado e tratado como nunca um doente foi tratado na história da medicina; é, antes disso, o infectado ou - como é definido com uma fórmula contraditória - o doente assintomático, isto é, algo que todo homem é virtualmente, mesmo sem o saber. Em questão não está tanto a saúde, mas sim uma vida que não é saudável nem doente, que, como tal, sendo potencialmente patogênica, pode ser privada de suas liberdades e sujeita a proibições e controles de todo tipo. Todos os homens são, neste sentido, virtualmente doentes assintomáticos. A única identidade dessa vida flutuante entre a doença e a saúde é a de ser o destinatário de um teste e da vacina, que, como o batismo de uma nova religião, definem a figura invertida daquela que antes se chamava cidadania", escreve Giorgio Agamben, filósofo italiano, em artigo publicado por Quodlibet, 16-04-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o artigo.

 

Várias vezes em minhas intervenções anteriores evoquei a figura da vida nua. De fato, parece-me que a epidemia mostra, sem qualquer dúvida possível, que a humanidade não acredita mais em nada, exceto na nua existência a ser preservada como tal a qualquer preço. A religião cristã com suas obras de amor e misericórdia e com sua fé até o martírio, a ideologia política com sua solidariedade incondicional, até mesmo a confiança no trabalho e no dinheiro parecem ficar em segundo plano assim que a vida nua é ameaçada, ainda que na forma de risco cuja entidade estatística é passageira e deliberadamente indeterminada.

Chegou a hora de esclarecer o sentido e a origem deste conceito. Para isso é preciso lembrar que o humano não é algo que seja possível definir de uma vez por todas. Ele é, justamente, o lugar de uma decisão histórica incessantemente atualizada, que cada vez fixa a fronteira que separa o homem do animal, o que é humano no homem do que não é humano nele e fora dele. Quando Lineu busca uma nota característica para suas classificações que separe o homem dos primatas, deve confessar que não sabe o que usar e acaba colocando ao lado do nome genérico homo apenas o velho adágio filosófico: nosce te ipsum, conheça a si mesmo.

É este o significado do termo sapiens que Lineu acrescentará na décima edição do seu Sistema da natureza: o homem é o animal que deve reconhecer-se como humano para o ser e por isso dividir - decidir - o humano do que não o é. O dispositivo pelo qual essa decisão ocorre historicamente pode ser chamado de máquina antropológica. A máquina funciona excluindo a vida animal do homem e produzindo o humano por meio dessa exclusão. Mas, para que a máquina possa funcionar, a exclusão também deve ser uma inclusão, que entre os dois polos - o animal e o humano - haja uma articulação e um limiar que, juntos, os divida e os conjugue.

Essa articulação é a vida nua, ou seja, uma vida que não é propriamente animal nem verdadeiramente humana, mas na qual a cada vez se dá a decisão entre o humano e o não-humano. Este limiar, que passa necessariamente dentro do homem, separando nele a vida biológica daquela social, é uma abstração e uma virtualidade, mas uma abstração que se torna real ao se incorporar a cada vez em figuras históricas concretas e politicamente determinadas: o escravo, o bárbaro, o homo sacer, que qualquer um pode matar sem cometer um crime, no mundo antigo; o enfant-sauvage, o homem-lobo e o homo alalus como o elo perdido entre o macaco e o homem entre o Iluminismo e o século XIX; o cidadão em estado de exceção, o judeu no campo de concentração, o homem em estado de coma na sala de reanimação e o corpo preservado para a retirada de órgãos no século XX.

Qual é a figura da vida nua que está em questão hoje na gestão da pandemia? Não é tanto o doente que é isolado e tratado como nunca um doente foi tratado na história da medicina; é, antes disso, o infectado ou - como é definido com uma fórmula contraditória - o doente assintomático, isto é, algo que todo homem é virtualmente, mesmo sem o saber. Em questão não está tanto a saúde, mas sim uma vida que não é saudável nem doente, que, como tal, sendo potencialmente patogênica, pode ser privada de suas liberdades e sujeita a proibições e controles de todo tipo.

Todos os homens são, neste sentido, virtualmente doentes assintomáticos.

A única identidade dessa vida flutuante entre a doença e a saúde é a de ser o destinatário de um teste e da vacina, que, como o batismo de uma nova religião, definem a figura invertida daquela que antes se chamava cidadania. O batismo já não é indelével, mas necessariamente provisório e renovável, porque o novo cidadão, que deverá sempre exibir a certidão, já não tem mais direitos inalienáveis e indecidíveis, mas apenas obrigações que devem ser incessantemente decididas e atualizadas.

 

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