10 Janeiro 2022
Pelo terceiro ano consecutivo – desde a posse de Bolsonaro – a maior floresta tropical do mundo registrou um recorde: mais de 8 mil km2 de alertas de desmatamento.
A reportagem é publicada por Greenpeace Brasil, 07-01-2022.
O novo ano mal chegou e já trouxe preocupação: foram registrados 8.219 km² de alertas de desmatamento na Floresta Amazônica, entre janeiro e dezembro de 2021, conforme os dados do sistema Deter-B, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados nesta sexta-feira (07). É o terceiro ano seguido em que os alertas de desmatamento na Amazônia superam 8 mil km2, o que não havia ocorrido em nenhum governo anterior a Bolsonaro.
“Infelizmente, em relação aos alertas de desmatamento, o novo ano começa como foram os últimos três. A destruição da Amazônia e outros ecossistemas naturais não só não é combatida pelo governo, como é impulsionada por atos, omissões e conluios com os setores mais retrógrados da nossa sociedade que primam o lucro e a economia da destruição, agravando cada vez mais a crise climática que vivemos na atualidade”, afirma Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.
O número ainda é mais assustador em relação aos alertas de mineração e garimpos ilegais: pela primeira vez, o sistema registrou uma área de 121 km² para a atividade, um aumento de 20% em relação ao ano anterior e que equivale a destruição de 17 mil campos de futebol – uma média de 47 por dia.
“Nesta mesma semana, também foi divulgado pelo INPE um aumento de 7,9% no desmatamento do Cerrado, que já teve 50% de sua área devastada. E foi anunciada a extinção por falta de verba do programa de monitoramento deste que é o segundo maior bioma brasileiro. Esses números são reflexos da política antiambiental do governo Bolsonaro e de suas ações comprovadamente ineficazes em conter a destruição das florestas”, complementa Batista.
Os recordes de alertas de desmatamento e mineração também refletem as escolhas da base de Bolsonaro no Congresso Nacional, que tenta aprovar Projetos de Leis que ameaçam ainda mais as florestas e seus povos, como é o caso do “PL da Grilagem”, que visa premiar invasores de terras públicas, e o PL 490, que inviabiliza demarcações de Terras Indígenas e escancara os territórios para negócios predatórias. Projetos como estes estimulam a corrida de madeireiros, grileiros, fazendeiros e garimpeiros pela ocupação ilegal e destruição da Amazônia.
E quanto mais essas ameaças avançam no Congresso, mais o nosso futuro e das florestas ficam nas mãos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que tem o poder de frear esses projetos de lei tirando-os de votação de uma vez por todas! Ajude-nos a pressioná-lo e participe do nosso abaixo-assinado.
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O ano é novo, mas o desmatamento na Amazônia segue descontrolado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU