09 Novembro 2021
O lobby dos combustíveis fósseis está deixando sua pegada na Cúpula do Clima. Sua presença em Glasgow é tão grande que, se este setor industrial fosse um país, seria o que teria a maior delegação de toda a COP26.
A reportagem é de Alejandro Tena, publicada por Público, 08-11-2021. A tradução é do Cepat.
É o que evidenciam os dados reunidos pela organização Global Witness, que apontam que o número de representantes de empresas de petróleo, carvão e gás é de 503 pessoas. A maior delegação estatal que participa da COP26 é a do Brasil, com 479 representantes. O Reino Unido, que preside a cúpula, tem 230 delegados.
Os dados refletem que o setor de combustíveis fósseis conta com a participação de mais pessoas do que a soma total das oito delegações dos países mais atingidos pela crise climática: Porto Rico, Mianmar, Haiti, Filipinas, Moçambique, Bahamas, Bangladesh e Paquistão.
A Global Witness também destaca que alguns países como Canadá, Rússia e Brasil contam com representantes de empresas nacionais de combustíveis fósseis em suas delegações, o que estaria obstaculizando e atrasando as negociações.
“A presença de centenas de pessoas que são pagas para promover os interesses tóxicos das empresas poluentes de combustíveis fósseis só aumentará o ceticismo dos ativistas climáticos, que veem nessas conversas uma prova a mais do vacilo e o atraso dos líderes mundiais”, afirmou Murray Worthy, líder de campanhas sobre Gás da ONG, aos meios de comunicação.
Esses dados reforçam a imagem de greenwashing denunciada pelos ativistas ecologistas, durante a primeira semana da cúpula. O peso da indústria é tal que os onze principais patrocinadores da COP26 estão ligados aos negócios de petróleo ou gás e, em 2020, somam mais emissões de CO2 do que o emitido pelo Reino Unido.
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O ‘lobby’ dos combustíveis fósseis tem mais representantes na COP26 do que qualquer país participante - Instituto Humanitas Unisinos - IHU