19 Julho 2021
Brasil dos políticos vorazes. E agora os políticos, pelo Impoluto Arthur Lira, querem o semi-presidencialismo, com o Congresso a mandar e um primeiro ministro tirado do Parlamento, preferencialmente. Viva o Brasil, il, il, il.
Da série “O Brasil ganhará o prêmio ig-nobil”!! Autoexplicativo!!!
"Cristiano Carvalho ajudou a esclarecer. Foi o depoimento mais detalhado do esquema militar de corrupção no Ministério da Saúde. Cristiano conta que Roberto Dias, ex-sargento, correu atrás dele para falar sobre compra de vacinas. Conta que o Coronel Blanco pediu comissionamento, o nome que deram para propina. E traz um novo personagem, militar, o coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil, ligado a atos anti democráticos. Então a cada chacoalhada na árvore do Ministério da Saúde apareceu um coronel" (Kennedy Alencar, colunista).
A GRANDE FAMÍLIA
— sentindo-se abençoado.
Via Cesar Benjamin
A cientista por trás da vacina de Oxford e da AstraZeneca, Sarah Gilbert, prevê que as novas variantes serão mais contagiosas, mas com efeitos menos graves: "Sabemos que, uma vez vacinada, a pessoa pode ser contagiada, mas sua doença é mais branda, e o normal é que transmita menos o vírus. Atualmente, o número de casos que levam à internação não é o mesmo de um ano atrás. A situação mudou".
“O número de infecções é agora um dado menos importante que o de internações”
Universidade Nômade
SOBBRE CUBA E O "BLOQUEIO"
por Jeudiel Martinez
"O 'bloqueio' é uma metáfora: não há uma frota americana isolando fisicamente a ilha do mundo. Depois da crise dos mísseis, os Estados Unidos desistiram de cercar Cuba e, após o fim da guerra fria, o que fizeram foi radicalizar as sanções, não isolar a ilha: Bloqueio é um cerco naval, um espaço que corta as comunicações de um país, isso nunca aconteceu desde a crise dos mísseis..."
continue lendo no link.
De volta ao Rio, sinto vontade de escrever um pouco sobre a crise cubana.
A meu ver, detratores e defensores de Cuba erram ao não destacar algo fundamental: Cuba é uma sociedade que está mudando em grande velocidade, potencialmente para melhor, mas imersa numa profunda crise econômica, que tem componentes estruturais e conjunturais. Entre os primeiros, está o fato de ser uma economia com pouquíssimos recursos naturais e com baixa produtividade média do trabalho. Entre os segundos, destacam-se o colapso do turismo na pandemia, que eliminou subitamente a mais importante fonte de renda do país, e o enorme aperto do bloqueio americano. Mas, insisto, o país se move.
Para ficar em alguns exemplos, nos últimos anos, Cuba:
1. Aprovou uma nova Constituição, depois de dois anos de intensos debates. A nova arquitetura institucional descentraliza fortemente o poder e formaliza um “Estado socialista de direito”. Oito em cada dez cubanos participaram da votação final, num país em que o voto é facultativo.
2. Multiplicou as formas de propriedade, com ênfase no trabalho por conta própria, na pequena propriedade privada e nas cooperativas, reservando certas áreas estratégicas ao Estado.
3. Passou a funcionar como uma sociedade em rede, universalizando o uso de aparelhos celulares, com completa liberdade de acesso a redes sociais, nacionais e estrangeiras. É fácil imaginar o impacto disso na vida da sociedade, especialmente entre os jovens. Muitas instituições anteriores tornaram-se obsoletas.
4. Depois de décadas, reunificou a moeda nacional, uma medida necessária, mas traumática no curto prazo, principalmente para a importante parcela da população que tinha acesso ao peso dolarizado. O sistema de preços está experimentando um profundo realinhamento, na forma de inflação, algo que os cubanos desconheciam.
Esta sociedade em rápida mutação não cabe nas divisões em dois blocos mais ou menos homogêneos, pró e contra o regime. As clivagens são muito mais complexas, em um país que conta com uma opinião pública culta, diversificada e politizada. As igrejas (Católica e protestantes) têm peso considerável.
Está em curso uma transição geracional. Os adultos de hoje não participaram do processo revolucionário original, e os jovens só conheceram uma economia em sucessivas crises. Muitos estão cansados, com boas razões. As redes sociais ecoam e amplificam esse sentimento, para o bem e para o mal, lá como aqui. Nós conhecemos bem o potencial disruptivo das redes, principalmente quando manejadas de forma criminosa (aqui, isso ajuda a entender, em parte, a tragédia do bolsonarismo).
Em vez de apoiarem as mutações em curso – todas em direção a maior abertura da sociedade –, os Estados Unidos, mesmo em plena pandemia, adotaram uma política de asfixia que só encontra paralelo em sociedades sob ocupação militar. Têm deixado claro – sob Trump e, até aqui, sob Biden – que não aceitam dar livre curso às mudanças, para que a sociedade cubana defina seu futuro por si mesma. Não é exagerado dizer que o corte do acesso às fontes de energia e de alimentos ecoa políticas nazistas.
A ideia de que o regime sobrevive apoiado na repressão é fantasiosa. Com múltiplas formas de democracia direta, o sistema político cubano, de partido único, é muito mais participativo e mais flexível que o brasileiro (com 38 partidos, por enquanto). Por isso, aliás, o país resiste. O Parlamento é considerado uma expressão direta da cidadania, e não de um ou mais partidos. Os candidatos, indicados por grupos de cidadãos, não precisam ter filiação partidária e disputam eleições distritais bastante competitivas. Ninguém precisa estar filiado a partido para se tornar deputado. O Partido Comunista não indica candidatos nas eleições.
Não existe a possibilidade de ficar tudo como está, como defendem muitos simpatizantes de Cuba, pois as mudanças estão em curso acelerado e são irreversíveis. E a ideia de uma ruptura, como defendem os opositores mais ferrenhos, flerta com a tragédia: o governo cubano conta com uma base social extensa e mobilizada, capaz de vencer qualquer desafio direto, inclusive uma intervenção militar estrangeira.
Deixada em paz, com uma inserção normal no mundo e com as influências legítimas que decorrerão dessa inserção, a sociedade cubana encontrará seu caminho, que eu não sei qual será. Há muitos canais internos de diálogo. Mas a alternativa americana tem sido produzir isolamento, demonização, pobreza, desespero e conflito. É um crime. O Estados Unidos podem destruir Cuba. Talvez possam inviabilizá-la. Mas não podem ocupá-la. Sua negativa em reconhecê-la como nação soberana prolonga o impasse.
Cuba: Informes de organizações como Anistia Internacional, Human Rights Watch, Repórteres Sem Fronteiras mostram uma realidade condenável na questão dos direitos políticos, liberdade de expressão.
Ney Neves Yoany Sanchez (não sei se escrevo corretamente o nome), reconhecidamente da CIA, mantém um canal on line 24 horas, operado legalmente de dentro de Cuba. É extremamente agressivo. Que mais você quer?
"Um estudo de cientistas do Massachusetts Institute of Technology realizado em 1972 foi muito criticado ao prever que o colapso da civilização aconteceria em 2040. No entanto, uma pesquisa publicada nesta semana no Yale Journal of Industrial Ecology afirma que, caso a extração de recursos e a superexploração da Terra continue nos níveis atuais, a previsão do MIT estará correta." Leia aqui.
Via Carlos Linhares:
Trecho do texto de Gunter Axt:
O Homem-massa de Ortega y Gasset nada tem a ver com classe social, ou com grau de instrução. O Homem-massa não é só o Zé Mané, mas é também o doutor, o professor universitário, o empresário. Pode existir a classe-média-massa, o pobre-massa, o rico-massa, o intelectual-massa, a mulher-massa.
Gasset se filia à corrente de pensamento de Burke e Taine, encampa os conceitos de Le Bon e os argumentos de Freud, abraça as teses de Guizot. A massa de Gasset é mais ampla do que os amotinados de Burke e Taine, mas é igualmente subversiva, agressiva, violenta, antiliberal. Assim como para Le Bon e Freud, a massa de Gasset é estética, é afetiva, é, sobretudo, vulgar. É uma categoria cultural, diretamente associada à barbárie de Guizot.
Dominada por uma cultura imagética, descolada da prática reflexiva, essa massa é a-histórica, isto é, rompe com a transcendência e com a razão, como faz o sujeito nietzscheano, mas também com o passado, a memória, a tradição e a erudição. A massa, portanto, não respeita hierarquias. Não respeita as instituições, porque não conhece a técnica e não entende o próprio aparato estatal.
A volta do “Homem-massa” de José Ortega y Gasset?
Viver simplesmente para que todos possam simplesmente viver !
D. Luciano Mendes de Almeida
via João Pacheco
Moradores de Cuiabá fazem fila para conseguir doações de ossos de boi...
UN DETTO NON CRISTIANO
«Vengo non so da dove; sono non so chi; muoio non so quando; vado non so dove; mi stupisco di essere lieto» (detto medioevale).
«ll filosofo Karl Jaspers, che lo cita all’inizio del libro "La fede filosofica di fronte alla rivelazione", dice che per questa unione di ignoranza e di gioia tale detto non può essere cristiano. E poi aggiunge un affondo terribile, affermando che, al contrario, la coscienza cristiana ha sì le risposte a tutte le questioni perché sa da dove viene, perché sa chi è, perché sa che morirà quando lo deciderà Dio (non prima e non dopo), perché sa dove andrà, ma, sapendo tutto ciò, non è per nulla lieta, per nulla serena, ma è immersa nella macerazione e in una continua tensione con il mondo con cui non riesce a riconciliarsi. A mio avviso ha ragione: la coscienza cristiana troppo spesso appare come una coscienza infelice, a tratti risulta persino aggressiva, soprattutto in coloro che coltivano sopra ogni cosa l’adesione alla dottrina stabilita dalle gerarchie ecclesiastiche e che coniugano il verbo 'credere' sempre accanto a 'obbedire e combattere'.» #VitoMancuso
UM DITO NÃO CRISTÃO
"Eu vim não sei de onde; eu sou não sei quem; eu morro não sei quando; eu vou não sei para onde; eu me surpreendo por ser feliz" (dito medieval).
"O filósofo Karl Jaspers, que o cita no início do livro 'A fé filosófica perante a revelação', diz que para esta união de ignorância e de alegria tal ditado não pode ser cristão. E depois acrescenta um afundo terrível, afirmando que, pelo contrário, a consciência cristã tem sim as respostas para todas as questões porque sabe de onde vem, porque sabe quem é, porque sabe que morrerá quando Deus decidir (não antes e não depois) , porque sabe para onde vai, mas, sabendo de tudo isso, não é nada feliz, nada serena, mas está imersa na maceração e em uma tensão contínua com o mundo com o qual não consegue se reconciliar. A meu ver, ela tem razão: a consciência cristã com demasiada frequência parece uma consciência infeliz, de repente até é agressiva, principalmente naqueles que cultivam acima de tudo a adesão à doutrina estabelecida pelas hierarquias eclesiásticas e que conjugam o verbo 'acreditar' sempre ao lado de 'obedecendo e lutando'." #VitoMancuso
Ainda é tempo.... (documento Re-Alerta da Apedema - RS)
ALERTA URGENTE SOBRE OS DANOS SOCIOAMBIENTAIS DA RETOMADA DO USO DO CARVÃO MINERAL DO RS (2021)
Eduardo Viveiros de Castro no Twitter:
"O isolamento prolongado, a disciplina obsessiva de limpeza e assepsia, as novas tecnologias de interação social à distância (da PFF2 ao Zoom), a hiperatividade compensatória no mundo circum-acadêmico (webinários, lives, podcasts) — tudo isso produz uma distorção acentuada do senso de realidade. As restrições espaciais de deslocamento e de contato perturbam a percepção do tempo e a memória.
Uma sensação constante de cansaço, sem causa objetiva. Participar de uma sessão remota — aula, conversa no "zap" —, até mesmo a resposta a um e-mail que exige mais que uma palavra deixa você exausto. Em cada dia só cabe uma atividade, por menor que esta seja.
O corpo parece estar (e talvez esteja) sofrendo um processo de envelhecimento acelerado. Vai dando pequenos "defeitos" que se acumulam, enquanto você especula sobre os custo e benefícios de ir a um (ou dois, ou três) consultório médico no 12º andar de um prédio em Copacabana...
A casa se deteriora rapidamente. Você só consegue resolver certos problemas; aqueles para os quais você precisa "chamar alguém" ficam do jeito que estão.
E demonstra também que toda entropia é sempre relativa a um quadro de referência. Para o vírus e seus assemelhados — os bilionários, p.ex. —, o processo é fortemente neguentrópico."
"Para o jovem de periferia, do interior, a educação não chega da forma que tem que chegar. O sistema que a gente vive reprime os nossos sonhos. Sonho grande é loucura [...] O pessoal chega com um discurso bonito de que a educação modifica, mas as políticas públicas que eram para chegar até a gente não chegam. A minha notícia não teria que ter essa expansão, era para ser padrão. Eu fui um ponto fora da curva", Matheus de Araújo. Leia aqui.
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