01 Abril 2021
Talvez a explicação mais provável – histórica, teológica e espiritual – seja que Judas desejava um Deus aos seus moldes: um Deus vingador que serviria à justiça expulsando os odiados ocupantes e restaurando os destinos do povo de Israel.
O comentário é do jesuíta estadunidense James Martin, SJ, colunista da revista America, consultor do Dicastério para a Comunicação do Vaticano e autor, em português, de “Jesus: a peregrinação” (Ed. Harper Collins) e “A sabedoria dos jesuítas para (quase) tudo” (Ed. Sextante).
O artigo foi publicado em America, 29-05-2006. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A revelação bombástica do “Evangelho de Judas” [em 2006] fez alguns cristãos se perguntarem se a conhecida história da Sexta-Feira Santa precisava de alguma atualização.
O texto fragmentário, provavelmente datado do século II ou III, retrata Jesus pedindo a Judas que o traísse. Ao fazer isso, Jesus diz que Judas, um amigo íntimo, superará os outros apóstolos.
Essa explicação, para dizer o mínimo, não é a tradicional. O manuscrito com capa de couro, descoberto no deserto egípcio nos anos 1970, parece autêntico. Escrito em copta em ambos os lados das 13 folhas de papiro em ruínas, o documento foi tornado público pela National Geographic Society em conjunto com um programa de televisão e um novo livro sobre a proveniência e o significado do texto.
Mas será que o Evangelho de Judas mudará a compreensão cristã do papel de Judas nas narrativas da Paixão?
Provavelmente não.
Por um lado, o códice recém-descoberto parece ter sido escrito por seguidores do gnosticismo, uma coleção dos primeiros movimentos cristãos que enfatizavam a salvação por meio de uma espécie de conhecimento secreto. Gnóstico vem do grego gnosis, que significa conhecimento. Os gnósticos também acreditavam na superioridade absoluta do espírito sobre o corpo. Resumindo: espírito bom, corpo mau.
Portanto, não é surpreendente que o feito mais famoso de Judas, que levou à execução de Jesus, seja celebrado neste texto recém-lançado. Uma passagem mostra Jesus dizendo a Judas: “Pois você vai sacrificar o homem que me reveste”. Em outras palavras, você vai me ajudar a me livrar do meu corpo, que reveste meu espírito.
O Evangelho de Judas tem uma “agenda”, pelo menos no que diz respeito à história da Sexta-Feira Santa. A esse respeito, o mesmo acontece com os conhecidos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. Mas o objetivo deles era diferente: retratar não Judas, mas Jesus em uma luz positiva e descrever o que levou à crucificação. Eles estão menos preocupados com Judas. Como resultado, eles oferecem explicações que parecem contraditórias e até confusas sobre a traição de Judas.
Santos e teólogos, sem falar de autores e poetas, há muito debatem esta questão espinhosa: por que ele fez isso? Para responder a isso, precisamos saber algo sobre o próprio homem.
Muito pouco se sabe sobre Judas. O Pe. John P. Meier, professor de Novo Testamento na Universidade de Notre Dame e autor de um estudo em vários volumes sobre Jesus chamado “Um judeu marginal” (Ed. Imago), é um dos principais estudiosos contemporâneos do Jesus histórico.
Meier observa que existem apenas duas coisas básicas conhecidas sobre Judas: Jesus o escolheu como um dos 12 apóstolos e entregou Jesus às autoridades judaicas.
Esses dois fatos simples enunciados acima, escreve Meier, são quase tudo que sabemos sobre o Judas histórico. Além deles, está a especulação teológica ou a escrita de romances, com uma linha divisória entre as duas atividades nem sempre bem definida. Até mesmo a recente descoberta do Evangelho de Judas acrescenta pouco ao nosso entendimento do pano de fundo histórico de Judas.
Em outras palavras, muitos traços-padrão dos Judas que aparecem nos filmes e nos palcos, como a sua cor de cabelo avermelhada (Harvey Keitel em “A Última Tentação de Cristo”), o seu temperamento impetuoso (Carl Anderson em “Jesus Cristo Superstar”), assim como vários fatos que aparecem em narrativas supostamente históricas (Judas é o primeiro discípulo chamado por Jesus em “A Maior História de Todos os Tempos”) são quase puramente especulativos, inventados para fins artísticos.
Muitas dessas especulações artísticas podem ser atribuídas a interpretações variadas de uma única palavra no Novo Testamento: o sobrenome de Judas, Iscariotes.
De acordo com Meier, existem várias teorias sobre o nome. A partir dessas interpretações, surgem dois milênios de representações artísticas de Judas. Por sua vez, essas representações influenciaram o modo como a cultura ocidental passou a pensar sobre o homem e suas ações.
Primeiro, diz-se que o nome deriva da pertença de Judas aos sicarii, ou manejadores de adagas, um bando de terroristas religiosos da época. Nessa especulação, Judas estava alinhado com os zelotes, um grupo fanático que incluía outro apóstolo, Simão. Como resultado, Judas às vezes é retratado, como em “A Última Tentação de Cristo”, como um “esquentadinho” apostólico. Mas, como observa Meier, os sicarii só surgiram em torno de 40 ou 50 EC, depois da morte de Jesus de Nazaré. Além disso, se Judas fosse um sicarius, então seria provável que ele teria assassinado Jesus esfaqueando-o no meio de uma multidão, o método aprovado entre os sicarii, em vez de entregá-lo às detestadas autoridades.
Também se diz que o nome Iscariotes vem da raiz do verbo semítico sqr, que significa mentir. Aqui, o problema é mais sutil: Judas não é retratado em todo o Novo Testamento como um mentiroso, mas sim como um traidor (uma conexão linguística ainda mais tênue é com o verbo semítico skr, entregar).
Outros veem no nome uma ligação com uma palavra semítica que descreve a ocupação dele, um tintureiro vermelho, ou uma referência à suposta cor avermelhada do seu cabelo.
Finalmente, Iscariotes pode se referir a um local de nascimento, um vilarejo chamado Keriot, na Judeia. Portanto, ele seria, em hebraico, um homem de Keriot (ish qeriyyot). Nessa construção, Judas teria sido o único apóstolo não da Galileia, mas da Judeia. É uma possibilidade tentadora, pois tornaria Judas um óbvio forasteiro entre os apóstolos galileus. Infelizmente, não está claro se já existiu uma cidade chamada Keriot.
A melhor explicação pode ser a mais simples: Iscariotes era o nome que Judas recebido de seu pai, que é identificado três vezes no Evangelho de João como Simão Iscariotes. De onde o pai recebeu o seu nome, no entanto, permanece um mistério. E se a narrativa de João tem autoridade sobre o assunto também é duvidoso. No fim, diz Meier, o apelido, assim como a pessoa, continua um enigma.
Uma coisa parece provável: Judas nem sempre foi tão vilão como ele apareceu historicamente na arte e na literatura (os pintores do início e do fim da Renascença muitas vezes retrataram Judas com características grotescas, até animalescas. A pintura de Giotto “O beijo de Judas” [1304] mostra um Judas de aparência símia beijando seu mestre).
Afinal, Judas Iscariotes foi escolhido para ser um dos Doze. Isso significa que Jesus, presumivelmente um juiz astuto de caráteres, deve ter visto algumas qualidades redentoras nele. Da mesma forma, o próprio Judas reconheceu Jesus como alguém digno de seguir e inicialmente aceitou os sacrifícios necessários para se tornar seu seguidor.
Isso por si só justifica um retrato mais simpático de Judas. Em outras palavras, como alguém que supostamente era tão irremediavelmente mau pôde decidir deixar tudo para seguir Jesus de Nazaré? E, se alguma das tradições tem qualquer base factual, e Judas era um homem apaixonado, pode-se especular que ele poderia ter sido um dos seguidores mais dedicados de Jesus de Nazaré.
É desnecessário dizer que os escritores dos Evangelhos dificilmente incluiriam qualquer material em suas narrativas que colocasse Judas em uma luz positiva. Qualquer evidência da afeição inicial de Jesus por Judas ou qualquer história que mostrasse a devoção inicial de Judas a Jesus provavelmente teria sido deixada de lado pelos evangelistas em sua redação e edição [...].
Consequentemente, a compreensão geralmente aceita de Judas começa a partir de fontes que o pintaram nos tons mais escuros possíveis. Os escritores dos quatro Evangelhos também eram bons contadores de histórias, que sabiam que, para um simples efeito dramático, a história de Jesus requeria um arquivilão. E, se uma boa história de herói precisa de um bom vilão, um protagonista divino requer o mais perverso dos oponentes.
As tradições cristãs posteriores foram construídas com base nessas apresentações e também foram influenciadas pelo nascente antissemitismo, à medida que a Igreja primitiva começou a se distanciar das suas raízes judaicas. São João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, escrevendo no século IV, usou Judas como um exemplo da maldade dos judeus em geral. Crisóstomo (o nome significa “boca de ouro”, um tributo às suas habilidades como pregador) foi um dos vários santos cujos escritos foram marcados e contribuíram com o virulento antissemitismo comum na época. Judas era mau não apenas porque havia traído Jesus, mas porque era judeu.
Crisóstomo vê o suicídio de Judas como um prenúncio do sofrimento dos judeus e comenta isso com aprovação. Em suas “Homilias sobre os Atos dos Apóstolos”, ele escreve: “Essa desolação [seu destino] foi um prelúdio para a dos judeus, como aparecerá ao examinarmos os fatos de perto”. O fato de um dos Padres da Igreja mais influentes ter escrito de forma tão cruel mostra não apenas a rápida assimilação do antissemitismo ao cristianismo, mas também o endurecimento do imaginário cristão contra Judas.
Essas caracterizações continuaram ao longo das peças medievais da Paixão e influenciaram escritores e artistas do início e do fim do Renascimento. Dante, por exemplo, no “Inferno”, coloca Judas no seu círculo mais baixo, onde o arquipecador é dilacerado por um Satã de três cabeças.
Em seu amplo estudo histórico “Judas: Images of the Lost Disciple” [Judas: imagens do discípulo perdido], Kim Paffenroth, professor de Estudos Religiosos do Iona College, em Nova York, escreve: “Para Dante, Judas é um exemplo do pior pecado possível, a traição, e, portanto, ele o coloca no centro do inferno, o pior dos pecadores humanos”. Como observa Paffenroth, a maioria das peças medievais da Paixão, populares em toda a Europa nos séculos XIV e XV, acentuou os laços entre Judas e o povo judeu.
Gradualmente, o papel de Judas e do povo judeu nessas apresentações começou a eclipsar as representações anteriores de demônios múltiplos, elaborando e acentuando, assim, o mal judeu como completamente humano, mas total e irremediavelmente mal.
Provavelmente, a mais famosa dessas peças da Paixão, em Oberammergau, Alemanha, continua sendo encenada. E, embora a peça de Oberammergau tenha evoluído, foi apenas no ano 2000, de acordo com Paffenroth, que quaisquer mudanças substanciais foram feitas no roteiro em relação ao antissemitismo.
Ao longo do tempo, o estereótipo de Judas como o mais perverso de todos os seres humanos, assim como as camadas sobre camadas de antissemitismo histórico, tornou difícil, senão impossível, para as gerações posteriores se distanciarem da sua história e compreenderem a sua motivação. O Judas histórico foi enterrado debaixo das representações artísticas dele.
Como Graham Greene escreveu em seu romance “Fim de caso”, “se não tivéssemos sido ensinados a interpretar a história da Paixão, seríamos capazes de dizer, apenas pelas suas ações, se foi o ciumento Judas ou o covarde Pedro quem amou a Cristo?”.
Uma interpretação mais ousada vem de David A. Reed, um estudioso das Escrituras que escreveu no Biblical Theology Bulletin. Talvez, diz Reed, seja possível ver em Judas uma espécie de heroísmo excêntrico. Reed sugere que, no primeiro século, o suicídio dele teria sido entendido como uma decisão calculada para envergonhar os líderes religiosos judeus por se recusarem a receber de volta o dinheiro que deram a Judas em pagamento pela sua traição. O suicídio dele também pode ter sido uma forma de Judas expiar o seu pecado.
Como muitas figuras na Bíblia hebraica, escreve Reed, ele experimentou a expiação no melhor sentido da palavra, embora nos choquemos com o fato de a expiação ter ocorrido por meio do suicídio.
Mas mesmo as explicações tradicionais e as descrições bíblicas da traição de Judas, como observa Meier em “Um judeu marginal”, são confusas e até mesmo contraditórias.
O Evangelho de João, por exemplo, faz com que Jesus diga: “Faça o que você deve fazer”, sugerindo a conivência que o Evangelho de Judas destaca, mas por razões diferentes. A versão de João sobre Jesus o mostra zangado, mas, mesmo assim, resignado com a falsidade do seu amigo.
Em Mateus e Marcos, o motivo é a ganância. “O que vocês estão dispostos a me dar?”, pergunta Judas aos sumos sacerdotes. Esse tema também é retomado pelo Evangelho de João: muito antes da Última Ceia, Judas é descrito pelo evangelista como o ganancioso guardião da bolsa comum.
Finalmente, o Evangelho de Lucas, que também retrata um Judas avarento, nos conta que, na Última Ceia, Satanás entrou em Judas. Como observou o estudioso do Novo Testamento Daniel J. Harrington, SJ, isso explica tudo ou nada.
Outra hipótese é aquela que às vezes permanece não declarada pelos estudiosos das Escrituras: os evangelistas inventaram toda a história da traição de Judas com propósitos puramente dramáticos. Alguns postulam que aquele que traiu Jesus poderia ter vindo de fora do círculo dos Doze, e que Judas era simplesmente um bode expiatório conveniente.
Da mesma forma, Judas pode ter sido inventado como um personagem judeu genérico a fim de jogar a culpa pela crucificação sobre o povo judeu como um todo.
Mas uma invenção desse porte provavelmente é improvável. Segundo a maioria dos relatos, Marcos escreveu seu Evangelho por volta de 70 EC, apenas 40 anos após a morte de Jesus. Lucas e Mateus escreveram cerca de 10 a 20 anos depois de Marcos. A comunidade cristã primitiva, portanto, ainda teria contado entre seus membros com pessoas que eram amigas de Jesus, que foram testemunhas oculares dos eventos da Paixão, ou que conheciam a sequência de eventos a partir da geração anterior. Tudo isso provavelmente teria servido para criticar quaisquer liberdades selvagens assumidas em relação à história.
Em vez disso, como diz o Pe. Harrington, a traição de Judas a Jesus era um fato conhecido e muito embaraçoso. Em outras palavras, a ignomínia de ver Jesus sendo traído por um dos apóstolos é algo que os escritores dos Evangelhos provavelmente gostariam de evitar, e não de inventar.
Em geral, nenhum dos quatro Evangelhos fornece uma explicação clara ou convincente do porquê um dos discípulos do círculo íntimo trairia o mestre que ele tanto estimava. A ganância, por exemplo, falha como explicação. Afinal, por que alguém que viajou com o pobre rabino por três anos pelo interior da Galileia e da Judeia de repente seria consumido pela ganância?
E quanto à alegação do recém-descoberto Evangelho de Judas? Qual é a probabilidade de Jesus ter pedido a Judas que o traísse, a fim de libertá-lo da sua existência corporal? Qual a probabilidade de que o próprio Jesus fosse um gnóstico enrustido?
É difícil afirmar se Jesus de Nazaré estava interessado ou não em uma existência puramente espiritual. Tampouco é provável que Jesus se expressasse nesses termos, que encontram mais ressonância na filosofia grega do que no pensamento judaico da sua época.
Como afirma a teóloga da Fordham University Elizabeth Johnson, CSJ, em seu livro “Consider Jesus”, quando Jesus se expressava realmente em termos concretos, ele o fazia com categorias judaicas, e não gregas.
Mas, no mínimo, parece improvável que Jesus tivesse que incitar Judas a traí-lo. Houve muitas oportunidades em que o próprio Jesus poderia ter enfurecido suficientemente os judeus e as autoridades romanas, que muitas vezes eram membros das multidões que testemunharam seus milagres ou ouviram seus ensinamentos subversivos. Jesus poderia facilmente ter sido preso por conta própria.
Talvez a explicação mais plausível para a ação de Judas tenha sido articulada várias décadas atrás pelo falecido William Barclay, autor do livro de vários volumes, amplamente utilizado, “Daily Study Bible” [Bíblia de estudo diário]. Barclay postulou que a explicação mais convincente é que, ao entregar Jesus aos romanos, Judas estava tentando forçar a mão de Jesus, para fazê-lo agir de maneira decisiva.
Talvez, sugeriu ele, Judas esperava que a prisão levasse Jesus a se revelar como o messias tão esperado ao derrubar os ocupantes romanos. Barclay observou que nenhuma das outras interpretações tradicionais explica por que Judas teria ficado tão destroçado após a crucificação a ponto de cometer suicídio. Em outras palavras, o suicídio só faria algum sentido somente se Judas esperasse que algo de bom resultasse das suas ações,.
Essa é, de fato, o ponto de vista que se adequa melhor a todos os fatos, concluiu Barclay.
Judas, no imaginário cristão, não foi condenado simplesmente pela sua traição a Cristo. A piedade cristã tradicional há muito tempo defende que ele também foi condenado pelo desespero que o levou ao suicídio. “Você tinha razão em ter medo, Judas”, escreveu Santo Agostinho em sua “Exposição sobre os Salmos”, “mas o seu medo deveria ter sido acompanhado pela esperança na misericórdia daquele que você temia.”
Outros escritores espirituais apontaram para um orgulho ruinoso que levou Judas ao desespero. Seus pecados, ele pode ter acreditado, eram grandes demais até mesmo para a misericórdia de Deus, e então, em vez disso, ele escolheu a condenação.
No fim, talvez a explicação mais provável – histórica, teológica e espiritual – seja que Judas desejava um Deus aos seus moldes: um Deus vingador que serviria à justiça expulsando os odiados ocupantes e restaurando os destinos do povo de Israel.
O que Judas obteve foi muito diferente: um Deus sofredor que aceitou voluntariamente uma morte vergonhosa na cruz. Um Deus crucificado, na frase pungente do teólogo Jürgen Moltmann. Tragicamente, Judas não ficou por perto para ver o que aconteceu na manhã de Páscoa.
O Evangelho de Judas continuará sendo pauta para os programas de televisão, para as capas de revistas e para as conversas da hora do almoço. Mas a resposta à pergunta que tem atormentado os cristãos há quase 2.000 anos permanece a mesma. Por que Judas fez isso? Provavelmente porque Judas, assim como a maioria de nós, queria fazer Deus à sua imagem, e não o contrário.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Quem era Judas e por que ele fez o que fez? Artigo de James Martin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU