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Dante segundo o Papa Francisco. Artigo de Antonio Spadaro

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27 Março 2021

Como provincial dos jesuítas argentinos, o atual pontífice usou as palavras do Sumo Poeta para criticar aqueles pregadores que enchem os fiéis com fofocas, e não com o Evangelho.

O comentário é do jesuíta italiano Antonio Spadaro, diretor da revista La Civiltà Cattolica, em artigo publicado em Il Fatto Quotidiano, 26-03-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Como provincial dos jesuítas argentinos, o Papa Francisco pedia aos seus coirmãos que se deixassem “fundar” no Senhor para não serem “desviados” por outras ideias e doutrinas que não fundam nada, mas, ao invés disso, “desfazem o sólido fundamento de um coração sacerdotal; doutrinas que não alimentam o povo fiel de Deus, e em relação às quais ainda continuam atuais as reflexões de Dante”.

O então padre Bergoglio citava o canto XXIX do Paraíso (109-114): “Não disse Jesus Cristo ao seu convento: / ‘Parti e ao mundo apregoai mentira’; / Mas deu-lhes da verdade o fundamento; / Ele tão alto, em sua voz se ouvira, / Que foi-lhes o Evangelho escudo e lança / Nos prélios, de que a Fé vitriz saíra” [trad. José Pedro Xavier Pinheiro].

E continuava: “Mas, em vez de ser escudo e lança, as doutrinas sedutoras e desagregadoras enfraquecem o coração do santo povo fiel de Deus, de modo que a ovelha, ‘que não sabe o engano, / do pasto volta túmida de vento, / desculpa não lhe dá não vendo o dano’” (J. M. Bergoglio, “Nel cuore di ogni padre”, Milão: Rizzoli, 2014, p. 125). Aqui, Dante se irrita com aqueles pregadores que enchem os fiéis com fofocas, e não com o Evangelho, ao contrário daquilo que Jesus fazia com os seus discípulos.

A palavra robusta: uma missão de profecia (e de denúncia)

Nesses versos de Dante, o futuro pontífice via, portanto, com clareza, a diferença entre a palavra de verdadeiro fundamento e os boatos. E, sobre essa diferença, ele fundava o sentido da missão de pastor.

A Carta Apostólica do dia 25 de março de 2021, por ocasião do VII Centenário da morte do Sumo Poeta, intitulada Candor lucis aeternae, confirma a leitura da época e descreve “a missão do Poeta, profeta de esperança” com os seus versos que são palavra robusta que se opõe ao vanilóquio.

Francisco é imediato na sua argumentação e envolve o ministério petrino. De fato, ele capta o confronto direto entre o seu antecessor Bonifácio VIII com Dante, no momento em que, na “Comédia”, é precisamente São Pedro quem incita o Poeta a viver corajosamente a sua missão profética. E o faz justamente em contraste com o testemunho negativo dos indignos pastores da Igreja.

Depois de uma tremenda invectiva contra o Papa Caetani, é assim que Pedro se dirige ao Poeta: “E tu, que o peso da matéria grava, / voltando, ó filho, ao mundo lhe revela / quanto eu te digo dessa gente prava” (Paraíso, XXVII, 64-66; trad. José Pedro Xavier Pinheiro).

Pedro, o primeiro pontífice – recorda-nos Francisco – convida Dante a abrir a boca sem esconder nada por temor, proclamando em voz alta aquilo que ele não manteve escondido. Francisco comenta: “Na missão profética de Dante, também se inserem, assim, a denúncia e a crítica àqueles fiéis, sejam pontífices, sejam simples fiéis, que traem a adesão a Cristo e transformam a Igreja em um instrumento para seus próprios interesses, esquecendo o espírito das Bem-aventuranças e a caridade para com os pequenos e os pobres, e idolatrando o poder e a riqueza (cf. Paraíso XXII, 82-84)”.

Mas Dante, “enquanto denuncia a corrupção de alguns setores da Igreja, faz-se porta-voz de uma renovação profunda e invoca a Providência para que a favoreça e a torne possível (cf. Paraíso XXVII, 61-63)”. Estamos falando daquilo que Bergoglio sempre definiu como parrésia, a franqueza evangélica que fala clara e corajosamente.

Francisco, portanto, identifica em Dante o poeta da parrésia que se opõe ao boato: os seus versos nascem da inspiração evangélica e – como já escrevera São Paulo VI na carta Altissimi cantus, publicada pelo VII centenário da morte de Dante – por isso são repletos de crítica profética, a tal ponto que a sua voz “se elevou mordaz e severa contra mais de um pontífice romano e dirigiu duras reprimendas para instituições eclesiásticas e para pessoas que foram ministros e representantes da Igreja”. Em Dante, Francisco lê a palavra da reforma evangélica da Igreja que só pode ser poética, isto é, performativa, criativa e profética.

A palavra que liberta da “selva escura”

Nesse sentido, a beleza da poesia não tem mais nem menos a pretensão de “mudar radicalmente o ser humano” que perdeu o reto caminho. Dante se encontra em conflitos acalorados. A dolorosa história do Poeta começa por causa dos conflitos entre guelfos e gibelinos, e entre guelfos brancos e guelfos negros. Exílio, fragilidade, mobilidade tornam-se o paradigma de uma condição humana “que se apresenta como um caminho, interior antes que exterior, que nunca se detém enquanto não alcança a meta”. O seu caminho se torna um “caminho de libertação de todas as formas de miséria e de degradação humana (a ‘selva escura’) e, ao mesmo tempo, aponta para a meta última: a felicidade, entendida tanto como plenitude de vida na história quanto como bem-aventurança eterna em Deus”.

“Trata-se – escreve Francisco – de um caminho não ilusório nem utópico, mas realista e possível, no qual todos podem se inserir, porque a misericórdia de Deus sempre oferece a possibilidade de mudar, de se converter, de se reencontrar e de reencontrar o caminho rumo à felicidade”. Isso testemunha, por exemplo, a figura do imperador Trajano, pagão mas colocado no Paraíso (cf. Paraíso XX, 43-48; 94-99) ou aquilo que diz o Rei Manfredi, excomungado, mas colocado por Dante no Purgatório, que assim recorda o seu próprio fim e o veredito divino: “Mas a bondade infinda acolhe a abraça / quem perdão lhe suplica pesaroso” (cf. Purgatório III, 118-123; trad. José Pedro Xavier Pinheiro): uma síntese perfeita da visão que Francisco tem da misericórdia de Deus.

Uma palavra na penúria do futuro

A Candor lucis aeternae vem depois das intervenções de vários antecessores de Francisco e, em particular, da encíclica In praeclara summorum, de Bento XV (1921), e da carta apostólica Altissimi cantus, de Paulo VI (1965).

O próprio Francisco já havia escrito sobre Dante: tanto em uma mensagem pelo 750º aniversário do nascimento do Poeta (2015) quanto em um discurso por ocasião do ano de Dante (2020).

Aqui, a nossa intenção não foi de dar conta de toda essa reflexão, mas simplesmente de enfatizar brevemente a recepção bergogliana da “Comédia”, totalmente centrada na missão profética dos versos do Poeta, fundada tanto na parrésia da palavra poética, quanto no poder de libertação da viagem que Dante leva seu leitor a fazer.

Francisco conclui a sua reflexão colocando a inspiração do Poeta no pano de fundo de um momento histórico como o nosso, “marcado por muitas sombras, por situações que degradam a humanidade, por uma falta de confiança e de perspectivas para o futuro”. Dante, assim, torna-se “profeta da esperança e testemunha do desejo humano de felicidade”, ajuda “na peregrinação da vida e da fé que todos somos chamados a fazer, até que o nosso coração encontre a verdadeira paz e a verdadeira alegria, até que cheguemos à meta última de toda a humanidade, ‘o amor que move o sol e as outras estrelas’ (Paraíso XXXIII, 145)”.

 

Leia mais

  • Papa: Dante, profeta de esperança e poeta da misericórdia
  • Dante e os jesuítas. Artigo de Giandomenico Mucci
  • Breviário e Comédia de Dante, sempre comigo. Entrevista com o Cardeal Ravasi
  • Os papas de Dante. Artigo de Gianfranco Ravasi
  • Dante, profeta da esperança. Entrevista com Gianfranco Ravasi
  • O Papa de rua não fala como padre. Artigo de Antonio Spadaro
  • Paulo VI, o Santo Papa que relançou a Igreja
  • O inferno antes de Dante. Artigo de Chiara Frugoni
  • Carta apostólica Candor lucis aeternae no VII centenário da morte de Dante Alighier

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