Mulheres no altar, “mudar para que nada mude”

Foto: Vatican Media

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13 Janeiro 2021

O Papa Francisco modifica o Código de Direito Canônico e abre o acesso das mulheres aos ministérios do leitorado (a proclamação das leituras durante as missas) e do acolitado (a distribuição das hóstias consagradas). Mas ao mesmo tempo reitera: o sacerdócio feminino não existe, permanece proibido.

A reportagem é de Luca Kocci, publicada por Il Manifesto, 12-01-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

Trata-se da regulamentação jurídica de uma prática já em vigor há algum tempo. Em muitas comunidades católicas, de fato, as mulheres leem as leituras do púlpito durante as missas e, com menos frequência, também distribuem a comunhão aos fiéis, ao lado dos padres. Agora há a admissão formal das mulheres a estes dois ministérios leigos (chamados de "ordens menores") que Paulo VI, em 1972, reservou apenas para os homens, considerando-os etapas intermediárias para a ordenação sacerdotal.

É uma "tradição venerável", mas "não tem caráter vinculante", escreve o Papa Francisco ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (o antigo Santo Ofício), cardeal Ladaria, na carta que acompanha o motu proprio que permite o acesso das mulheres a esses ministérios, conforme solicitado por vários Sínodos dos Bispos, o último dos quais aquele sobre a Amazônia. Mas esclarece, citando o Papa Wojtyla, que não poderão ir mais longe: a Igreja “não tem de modo algum a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”. “Em algumas partes do mundo essa disposição pode ser um avanço, mas na Itália e em muitos outros países, simplesmente se regulariza o que era irregular do ponto de vista normativo”, explica Paola Cavallari, autora de Non sono la costola di nessuno (Não sou a costela de ninguém, em tradução livre, ed. Gabrielli) e membro da Coordenação Italiana das Teólogas. “Parece-me uma manobra ilusória: mudar algo para que nada mude. Por que se contentar com essas pequenas concessões? Espero que as mulheres possam se mover, não sejam mais sufocadas por lógicas clericais, misóginas e hierárquicas, reduzidas a meras executoras, mas expressem atos e palavras dilatadas pelo Espírito”.

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