“Fratelli tutti” compartilhada pelo mundo islâmico

Papa Francisco, o primeiro-ministro Al Maktoum e o presidente do Pontifício Conselho Inter-religioso Dom Ayuso Guixot em Abu Dabhi, fevereiro de 2019. | Foto: Vatican News

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09 Outubro 2020

Abdellah Redouane, diretor do Centro Cultural Islâmico da Grande Mesquita de Roma, define a encíclica do Papa Francisco “Fratelli tutti" como um dos “tijolos para a construção de uma sólida relação de amizade".

A reportagem é de Federico Piana, publicada por Vatican News, 08-10-2020.

A encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco foi apreciada também no mundo islâmico. As reações ao documento que traz à atenção do mundo inteiro os temas da fraternidade universal, migração, justiça social, novas relações internacionais onde a ética pode dominar e uma economia solidária e atenta às necessidades dos pobres, registram satisfação no mundo islâmico e em algumas partes mesmo uma partilha da análise que o Pontífice faz dos males de nossa sociedade e de suas possíveis curas.

Abdellah Redouane: continuidade com Abu-Dhabi

Isto é testemunhado por Abdellah Redouane, diretor do Centro Cultural Islâmico da Grande Mesquita de Roma, que sublinha que a nova encíclica está em continuidade com o documento sobre a Fraternidade Humana, assinado em 2019 em Abu Dhabi entre o Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb.

“Como na encíclica Fratelli tutti - pondera - o documento de Abu Dhabi também fala de fraternidade humana. O Papa recorda isso, afirmando que Deus criou todos os seres humanos iguais em direitos, deveres e dignidade. E os chamou para viverem juntos como irmãos. Este é um dos tijolos para a construção de uma sólida relação de amizade também com o mundo islâmico". Enfim, Abdellah Redouane considera a mensagem da encíclica universal e pode fazer com "que todos possam se sentir envolvidos".

Ajudará o diálogo e a liberdade religiosa

O diretor do Centro Cultural Islâmico da Grande Mesquita de Roma também está convencido de que a Fratelli tutti dará origem a outro efeito positivo: poderá favorecer o diálogo entre pessoas de várias religiões, etnias e culturas e dar amplo apoio à liberdade religiosa. "Porque o documento - afirma - dá a todos uma oportunidade de refletir sobre estas questões, coloca uma perspectiva sobre os seres humanos, independentemente de suas crenças religiosas ou políticas”. E tudo isso deveria levar a não querer mais construir muros, como o Papa pediu com fervor. "Certamente - diz Redouane - agora é o momento de abrir todas as portas, não de construir muros que nos separam".

O túmulo de São Francisco, lugar simbólico

E como muçulmano, Abdellah Redouane reconhece o túmulo de São Francisco - onde o Papa assinou a encíclica - como um lugar altamente simbólico, não apenas para os cristãos. "É universalmente simbólico”. E acrescenta: “revela como o espírito do Santo está presente no Pontífice: por exemplo, basta lembrar que São Francisco também é muito mencionado na Laudato si’".

 

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