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Insegurança e desigualdades: sentimentos e fatos. Artigo de François Dubet

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23 Setembro 2020

“Ao ‘surfar’ sobre o sentimento de uma explosão das desigualdades, da mesma forma que a direita 'surfa' sobre o sentimento de insegurança, a esquerda corre o risco de perder em todos os tabuleiros. Em vez de acreditar que as pessoas são cegas e manipuladas, seria melhor levar seus sentimentos a sério e não responder às suas supostas ilusões com ilusões ainda maiores e possivelmente mais perigosas. Na vida social e política, os sentimentos importam mais que os fatos”, escreve François Dubet, sociólogo e professor emérito da Universidade de Bordeaux, em artigo publicado por Alternatives Économiques, 17-09-2020. A tradução é de André Langer.

Eis o artigo.

De maneira recorrente, o mesmo drama se instala sobre o sentimento de insegurança e de insegurança “real”. Por um lado, as pesquisas, a veiculação dos diversos fatos, os discursos dos políticos da direita, evidenciam a disseminação de um sentimento de insegurança. Por outro lado, especialistas em estatísticas criminais e autoridades eleitas da esquerda mostram que a insegurança objetiva praticamente não está aumentando e que os vieses estatísticos explicam muitas coisas; as pessoas estão mais dispostas a reclamar e, com a proliferação das mídias, tudo se sabe e tudo “acontece perto de você”.

É verdade que as violências domésticas e muitas outras violências ficaram no silêncio das famílias e que não nos matamos muito mais hoje do que no passado: cerca de 850 homicídios por ano nos últimos 10 anos. Também é verdade que o sentimento de insegurança é instrumentalizado pela extrema direita e parte da direita.

A razão dos sentimentos

Mas seria um erro grave reduzir o sentimento de insegurança a um erro de julgamento e a um efeito de manipulação. Para combater o sentimento de insegurança, que pode ter consequências políticas mais graves, seria melhor se interessar por esse sentimento em si, para compreendê-lo e analisá-lo.

Não é ser demagogo reconhecer que a insegurança “apodrece” a vida dos moradores dos bairros mais pobres que devem prever os riscos de sair em determinadas horas e para determinados lugares: como deixar as crianças brincarem na rua, onde estacionar, como reclamar sem ser ameaçado? As estatísticas não pesam muito em face das adversidades da vida cotidiana. E a redução da insegurança a uma fantasia e a uma manipulação é então vista como uma forma de desprezo social.

O sentimento de insegurança faz parte de um forte sentimento de abandono por parte das instituições quando a polícia aparece, ao mesmo tempo, como violenta, impotente e alheia às preocupações das vítimas quanto aos chamados “pequenos delitos”. “Pequeno” de um ponto de vista jurídico estrito, mas grande em termos dos incômodos diários que causa.

Como ignorar que o sentimento de insegurança faz parte de um sentimento de isolamento e de solidão? Reconhecer isso não faz de você um fascista em potencial. E se a esquerda quisesse reconquistar os eleitorados populares, seria melhor preocupar-se com isso em vez de opor números relativamente tranquilizadores contra a “irracionalidade” dos sentimentos.

As desigualdades realmente explodiram?

Na frente política contrária, podemos opor o sentimento de crescimentos das desigualdades à sua medição metódica. Pelo lado da esquerda, nem é preciso dizer que as desigualdades “explodiram”. Na França, a maioria dos discursos políticos parte desse postulado. Mas também aqui os fatos são menos evidentes que os sentimentos.

Vale lembrar que o sentimento de crescimento das desigualdades já prevalecia no período dos Trinta Gloriosos, embora as desigualdades estivessem se reduzindo “objetivamente”. Hoje, a extrema minoria dos super-ricos tornou-se ainda mais rica, mas em seu conjunto as desigualdades não “explodiram”, como mostram o trabalho do Observatório das Desigualdades e o balanço feito por Guillaume Bazot para La Vie des Idées em junho de 2020. Esta constatação, mais comedida que os sentimentos, não faz de você um defensor do neoliberalismo, porque as desigualdades, assim como são e como são medidas, obviamente continuam a ser um escândalo político e moral.

Da mesma forma que devemos “entrar” no sentimento de insegurança para nos opormos à sua manipulação, devemos “entrar” nos sentimentos de injustiça social para compreendê-los e para agir contra as desigualdades reais e vivenciadas como intoleráveis.

Há muito tempo as desigualdades sociais são percebidas e vivenciadas em termos de classes sociais, o que possibilitou fazer da injustiça uma experiência coletiva. Vivemos hoje uma explosão, uma multiplicação e uma dispersão das desigualdades sociais muito mais do que uma “explosão” de sua magnitude. A partir de agora, são os indivíduos que se sentem desiguais segundo uma multiplicidade de dimensões: rendimentos e bens, certamente, mas também desigualdades de origens, sexo, idade, diploma, local de residência e trajetórias de vida... E essa individualização das desigualdades torna-as ainda mais insuportáveis.

Da mesma forma que o sentimento de insegurança pode fazer a cama da extrema direita e do autoritarismo, a individualização dos sentimentos de injustiça social pode alimentar o ressentimento, a competição dos pobres, o ódio de todos contra todos e aquilo que se denomina de “populismo”, o máximo possível longe dos protestos organizados, dos conflitos e dos projetos políticos.

Ao “surfar” sobre o sentimento de uma explosão das desigualdades, da mesma forma que a direita “surfa” sobre o sentimento de insegurança, a esquerda corre o risco de perder em todos os tabuleiros. Em vez de acreditar que as pessoas são cegas e manipuladas, seria melhor levar seus sentimentos a sério e não responder às suas supostas ilusões com ilusões ainda maiores e possivelmente mais perigosas. Na vida social e política, os sentimentos importam mais que os fatos.

 

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