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Fábula do espinheiro no Brasil

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05 Agosto 2020

"O que a fábula do espinheiro tem a nos dizer? Em um texto altamente profético, de forma irônica, por meio de uma fábula, autores e autoras da Bíblia narram o processo de ascensão ao poder absoluto, autoritário e fascista, diríamos atualmente. Houve uma campanha publicitária infernal para convencer o povo de que o poder centralizado é melhor do que o poder democrático com participação popular (Juízes 9,2)", escreve Gilvander Moreira, frei e padre da Ordem dos Carmelitas.

Eis o artigo.

Por solidariedade e por amor ao povo brasileiro e à Amazônia, precisamos ler atentamente na Bíblia, em Juízes 9,7-15, a fábula do espinheiro, profecia com ironia fina que parece ter sido escrita para o povo brasileiro em tempos de (des)governo fascista e genocida. Antes de qualquer comentário, merece ser transcrita aqui a Fábula do espinheiro, seu contexto e as consequências.

Juízes 9,1-6: o processo do poder tirânico - “1 Abimelec, filho de Jerobaal, foi a Siquém para a casa de seus tios maternos. E propôs o seguinte a eles e a todos os parentes de seu avô materno: 2 “Digam aos senhores de Siquém: ‘‘O que é melhor para vocês? Que setenta homens, os filhos de Jerobaal, governem vocês, ou que um só os governe? E lembrem-se de que eu sou do mesmo sangue de vocês’’”. 3. Então os tios maternos e Abimelec comunicaram isso aos senhores de Siquém, e estes tomaram o partido de Abimelec, dizendo: “Ele é nosso parente”. 4 Deram a Abimelec oitocentos gramas de prata do templo de Baal-Berit, e Abimelec usou esse dinheiro para contratar alguns homens desocupados e aventureiros, que se colocaram à sua disposição. 5 Foi à casa de seu pai em Efra e matou sobre a mesma pedra seus irmãos, os setenta filhos de Jerobaal. No entanto, Joatão, o filho caçula de Jerobaal, escapou porque havia se escondido. 6. Depois todos os senhores de Siquém e todos os de Bet-Melo se reuniram perto do carvalho da estela que está em Siquém, e proclamaram Abimelec como rei.”

Juízes 9,7-15: Fábula do espinheiro – “7 Quando Joatão soube disso, subiu ao topo do monte Garizim, e gritou: “Ouçam-me, senhores de Siquém, para que Deus também ouça vocês. 8 Certo dia, as árvores se puseram a caminho para ungir um rei que reinasse sobre elas. Disseram à oliveira: ‘Reine sobre nós’. 9 A oliveira respondeu: ‘Vocês acham que vou deixar o meu azeite, que honra deuses e homens, para ficar balançando sobre as árvores?’ 10 Então as árvores disseram à figueira: ‘Venha você, e reine sobre nós’. 11 A figueira respondeu: ‘Vocês acham que vou deixar o meu doce fruto saboroso, para ficar balançando sobre as árvores’12 Então as árvores disseram à videira: ‘Venha você, e reine sobre nós’. 13 A videira respondeu: ‘Vocês acham que vou deixar meu vinho novo, que alegra deuses e homens, para ficar balançando sobre as árvores?’ 14 Então todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Venha você, e reine sobre nós’. 15 Então o espinheiro respondeu às árvores: ‘Se vocês querem mesmo me ungir para reinar sobre vocês, venham e se abriguem debaixo da minha sombra. Senão, sairá fogo do espinheiro e devorará os cedros do Líbano’.”

Juízes 9,16-21: consequências da eleição de um tirano – “16 Pois bem! Será que vocês procederam com sinceridade e lealdade proclamando Abimelec como rei? Será que vocês agiram bem com Jerobaal e sua família? Será que vocês se comportaram como ele conforme os favores que ele fez a vocês? 17 Meu pai lutou por vocês e até arriscou a vida para livrá-los do poder de Madiã. 18 No entanto, hoje vocês se revoltaram contra a família do meu pai, assassinaram sobre a mesma pedra os setenta filhos dele, e proclamaram rei dos senhores de Siquém esse Abimelec, filho de uma escrava do meu pai, com o pretexto de que ele é parente de vocês. 19 Muito bem! Se vocês agiram com sinceridade e lealdade com Jerobaal e sua família, então façam festa com Abimelec, e que ele festeje com vocês. 20 Caso contrário, que saia fogo de Abimelec e devore os senhores de Siquém e de Bet-Melo , e que saia fogo dos senhores de Siquém e de Bet-Melo, e devore Abimelec”. 21 Depois Joatão tornou a fugir e foi para Bera. Aí ficou longe do seu irmão Abimelec.”

O que a fábula do espinheiro tem a nos dizer? Em um texto altamente profético, de forma irônica, por meio de uma fábula, autores e autoras da Bíblia narram o processo de ascensão ao poder absoluto, autoritário e fascista, diríamos atualmente. Houve uma campanha publicitária infernal para convencer o povo de que o poder centralizado é melhor do que o poder democrático com participação popular (Juízes 9,2). “Ele é um dos nossos”, “é sangue do nosso sangue” e, por isso, “deve ser nosso rei”, difundiu “os senhores de Siquém” e dinastia familiar no poder. Propaganda e mentira com roupagem de verdade. Muitos se venderam também por migalhas (Juízes 9,4a). O poder do capital foi usado de mil formas para eliminar concorrentes e estabelecer uma autoridade única (Juízes 9,4b-6).

Na última campanha eleitoral, no Brasil, alardeou-se à exaustão uma grande mentira: que com repressão se resolvem problemas e injustiças sociais, que com mais armas teremos mais segurança. Mentira! Problemas sociais, frutos de injustiças sociais, se resolvem de forma justa e na paz apenas com políticas sociais que superem as causas dos problemas, jamais com repressão. Política de repressão só gera lucro para as empresas que acumulam capital ao vender armas e falsa segurança.

Cegado e anestesiado pela overdose de ideologia dominante disseminada por meio de fake news; por um tsunami de desvirtuações religiosas usando e abusando do nome de Deus e torturando textos bíblicos e maximizando erros e contradições de governos anteriores, 57 milhões de eleitores brasileiros, na última eleição, entregaram sua liberdade e abriram mão das condições objetivas que garantiriam sua vida, a maioria cegada por “senhores”, não de Siquém, mas dos oásis de luxo existentes no nosso país. ‘Assinaram’ um cheque em branco para elevar ao poder um rei espinheiro na vida do povo. Espinheiro não produz alimento, não gera sombra, mas apenas espinhos que sacrificam o povo no altar do mercado idolatrado.

A fábula do espinheiro, texto bíblico de Juízes 9,8-15, é uma fábula popular com veemente crítica ao poder político centralizado. Ironicamente, aquele que nada produz de bom, nem frutos para alimentar o povo, nem sombra para abrigá-lo das intempéries e que só dá origem a espinhos, é que foi escolhido para exercer o mando conchavado com o poder econômico e com o militarismo. A falsa segurança que o espinheiro escolhido oferece é uma armadilha que aprisiona o povo retirando-lhe a liberdade, a terra, a moradia, os direitos trabalhistas e previdenciários etc. Sem a Floresta Amazônica e a preservação ambiental, sem mananciais preservados, sem a partilha e a democratização do acesso à terra, e com o uso exagerado dos agrotóxicos pelo agronegócio no campo, só restará uma “terra arrasada” onde prevalecerá em uma progressão geométrica a violência e a morte levada a cabo por uma política genocida que mata de mil formas.

Diante da política genocida, poder que mata de mil formas, no Brasil atual já se contam quase 100 mil mortos na pandemia do novo coronavírus, a Amazônia está sendo invadida por madeireiros/grileiros, devastadores do principal pulmão e rim do mundo, 6 mil militares ocupam cargos no governo federal – 39 apenas no Ministério da Saúde -, tivemos o escândalo do repasse de 1,2 trilhão de reais para os banqueiros na primeira semana da pandemia, enquanto milhões de brasileiros, sem uma renda básica, estão sendo encurralados pela COVID-19, pela PEC-95 que congelou por vinte anos investimentos em saúde pública e educação, pelo desdém do antipresidente e todo o desgoverno federal. É preciso lembrar que a Amazônia é imprescindível não apenas para os Amazônidas. Na Amazônia se formam os rios aéreos que, por transportarem uma quantidade de água maior do que a que os rios da sua superfície, garantem chuvas no Centro-Oeste, no Sudeste e Sul do Brasil, no Uruguai, Paraguai e Argentina.

O texto bíblico, em Juízes 9,16-20, aplica a fábula do espinheiro à realidade e denuncia que o povo arcará com as consequências de suas próprias decisões. Esta passagem bíblica nos recorda a “Carta ao Pai”, de Franz Kafka, um contundente manifesto contra o totalitarismo, poder político despótico, opressor e repressor. Em ambos os textos o resultado é o mesmo: busca-se sombra debaixo de um espinheiro onde só há espinhos, poder e dominação. Conforme a narrativa bíblica no livro de Juízes 9,14-15. “Então todas as árvores disseram ao espinheiro: “Vem tu, e reina sobre nós!” E o espinheiro respondeu às árvores: ‘Se é de boa-fé que me ungis para reinar sobre vós, vinde e abrigai-vos à minha sombra. Senão, sairá fogo dos espinheiros e devorará os cedros do Líbano!’” (Juízes 9,14-15).

A história mostra muitos povos que foram seduzidos por espinheiros. Por exemplo, o imperador Nero se deleitava enquanto incendiava Roma, a capital do império; Benito Mussolini, eleito pelo povo, se tornou criador do fascismo e ditador; Adolf Hitler, também aclamado pelo povo, se tornou nazista contumaz e mandou matar em Campos de concentrações milhões de pessoas. A história mostra também que todos os ‘espinheiros’ usam e abusam do nome de Deus e dizem defender os “valores da família”, mas na prática colocam “a morte acima de tudo” e arrasam com as famílias de mil formas. Quem tem ouvidos ouça a fábula do Espinheiro, se converta e se comprometa com a mudança do desgoverno federal, antes que seja tarde demais.

Obs.: Os vídeos nos links, abaixo, ilustram o assunto tratado acima.

1 - A carta dos bispos contra Bolsonaro - Com monge Marcelo Barros

2 - Live - Fora Bolsonaro e o (des)governo federal? - Debate interreligioso

3 - Live Cristãos também gritam: “FORA BOLSONARO!" - Frei Gilvander, Pastor Daniel, Renata, Sara/Paulo

4 - 3ª Live do Movimento Inter-Religioso do Vale do Aço, MG: Fora, Bolsonaro? – Debate Inter-Religioso

Leia mais

  • A fábula do espinheiro
  • A formação da personalidade autoritária
  • Os desafios para enfrentar Bolsonaro e o fascismo social brasileiro. Entrevista especial com Giuseppe Cocco
  • “Um passado que acreditávamos não mais voltar”: os neofascismos e a atualidade de Primo Levi
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