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México. “Dez mulheres por dia são assassinadas, é um genocídio”. Entrevista com Lucha Castro

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10 Março 2020

Lucha Castro, advogada, teóloga e defensora dos direitos humanos, pratica o ativismo judicial, trabalha em casos de feminicídio, tráfico, tortura, desaparecimentos forçados e violência sexual e doméstica no México, há mais de 30 anos, fornecendo representação legal gratuita a centenas de vítimas. A Corte Interamericana de Direitos Humanos concedeu a ela proteção especial devido ao grande risco de seu trabalho e implicação pública.

Fundou várias organizações sociais para empoderar as vítimas, um centro de defensoras dos direitos humanos, e promoveu a Unidade Especializada em Feminicídios e Crimes de Gênero. Dedicaram-lhe uma revista em quadrinhos: La Lucha, escrito e ilustrado por Jon Sack (Icaria). Em Barcelona, proferiu uma série de conferências organizadas pela associação cultural Jiwar Creació i Societat.

“Quando criança, estudei em uma escola religiosa cercada por muros. No recreio, brincávamos com o que chamávamos de operação pezinhos: entrelaçávamos nossas mãos para erguer uma de nós, que enxergasse para além do muro e nos contasse o que via”, relembra Lucha Castro.

A entrevista é de Ima Sanchís, publicada por La Vanguardia, 07-03-2020. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Ao longo dos anos, tem sido um pezinho para muitas mulheres vítimas de violência.

Meu ativismo começou com a crise dos anos 1990, que arruinou e acabou com a vida de meu pai. Para minha mãe e suas quatro filhas, só nos restava a casa e saí para defendê-la com outras mulheres também ameaçadas de despejo.

E os homens?

Muitos foram para os Estados Unidos e abandonaram sua família. Houve uma onda de suicídios de mulheres, e muitas contavam histórias de violência doméstica decorrentes da crise.

Frustração e desordem.

Chegaram os assassinatos de mulheres em Ciudad Juárez, e criamos o movimento Mulheres de Preto no México (1992) para colocá-los na agenda nacional e internacional.

Qual foi sua maior conquista?

A colaboração, que os denunciantes puderam ter acesso ao processo e investigar e fornecer provas para encontrar as desaparecidas, uma reforma constitucional de 2008.

O que viram nos processos?

Permitiram que mostrássemos que o governo não procurava as desaparecidas. Embora a polícia afirmasse que investigava os casos, nos processos constava a denúncia e pouco mais. Fomos capazes de demonstrar a falácia do Estado, nunca as procuraram. E começamos a procurá-las.

Mães e irmãs daquelas 97 mulheres assassinadas em Ciudad Juarez?

Sim. Em 2009, conseguimos a emblemática sentença da Corte Interamericana por esses feminicídios, e relatórios e recomendações de organizações internacionais. Mas nesse exato momento, no México, dez mulheres por dia são assassinadas e o governo não faz nada.

Para mim, é difícil entender.

No meu país, se uma mulher denuncia ter sido estuprada, duvidam. Não há medidas de segurança para elas no momento em que estão mais vulneráveis por ter denunciado e acabam matando-as. Existe um clima de impunidade em um ambiente misógino e machista.

Entendo.

Vivemos em uma situação de conflito armado não reconhecido. Temos mais desaparecimentos e assassinatos do que em qualquer outro lugar em conflito, e grande parte do território é controlada por máfias. Vou lhe explicar o caso de Teresa.

Teresa, que vive em uma comunidade rural, foi sequestrada e estuprada por um grupo de sicários. Quando a deixaram livre, a proibiram de desligar o celular. Enviavam-lhe imagens do estupro e mensagens do tipo: “passamos muito bem”.

Repetiam quando queriam?

Sim. Teresa veio me pedir ajuda e eu a disse que fôssemos denunciar. Explicou-me que com a sua vizinha, a professora, fizeram o mesmo que com ela, e quando foi denunciar, ocorreu que o chefe da polícia era o chefe dos sicários. Como vingança, queimaram suas mãos e pés com ácido.

O que aconteceu com Teresa?

Levei-a para um refúgio de mulheres, mas depois de um mês sequestraram sua irmãzinha de 14 anos e Teresa precisou retornar para sua comunidade.

Não pôde protegê-la.

Não. As mulheres nas comunidades rurais são forçadas a conviver com grupos criminosos. Seus filhos brincam de ser sicários ou policiais. Um dia, perguntei a uma criança o que preferia ser: policial ou sicário? “Você não é daqui, correto?” - perguntou-me -, porque todo mundo sabe que são os mesmos, durante o dia são policiais e de noite são sicários, e às vezes mudam o turno”.

Desolador.

Os indígenas da serra de Tarahumara são deslocados por se recusarem a entregar suas terras aos traficantes de drogas ou a se alistar. As meninas e as jovens vítimas de tráfico nem sequer fazem parte das estatísticas, exceto sua família, ninguém as procura.

Meu país está militarizado, são centenas de homens deslocados de suas casas que à noite saem à caça de mulheres.

E não têm mães e irmãs?

Ainda temos isso, que a mãe é santa, e o restante, putas descartáveis.

Você vive ameaçada.

Os agressores podem ser militares, policiais, sicários ou qualquer homem rico ou pobre. Todos se sentem no direito de assassinar mulheres e com poder para isso. Trabalhar contra eles é muito arriscado. Nos julgamentos, sempre vou escoltada.

Seus filhos deixaram Chihuahua.

Decidi ficar porque estamos diante de um genocídio de mulheres. Carrego centenas de casos.

E não os cobra.

Necessito de pouco para viver e criei várias organizações para poder defendê-las.

Qual tem sido o seu aprendizado?

É preciso se unir e empoderar as mulheres para acabar com o mito da submissão como destino. No México, não basta ter a razão jurídica, é preciso protestar constantemente. Quando escutei por todo planeta o canto Um estuprador no seu caminho como um despertar coletivo de mulheres, fiquei cheia de esperança.

 

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