01 Agosto 2019
Na marcha contra a violência feminicida em Yucatán, o padre e ativista Alejandro Solalinde Guerra, assegurou que aproximadamente onze mulheres são assassinadas diariamente no México e que em 95% dos casos quem comete esses crimes são católicos.
A reportagem é publicada por Heraldo Mexico, 30-07-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Sabiam que as assassinadas e os assassinos católicos são pessoas que receberam os sacramentos? Como explicar que não importa a classe social, se são pobres ou ricos, os feminicídios, de qualquer modo, estão ocorrendo? Se puseram a pensar se isso é normal? É compreensível que isso se dê no mundo católico? Os assassinos são católicos, como é possível que em 500 anos de vida cristã não possamos parar essas pandemias? ”, questionou o padre.
No protesto, declarou que lhe preocupa, como católico e padre, que o inimigo esteja em casa, que o assassino seja o namorado ou o marido.
Nesse sentido, fez um chamado às mulheres para que não permitam que ninguém lhes falte o respeito e que não façam planos de vida com aqueles homens que nos namoros se comportam como “machos”. Para as casadas, pediu que não permitam que seus maridos levantem as mãos.
“O valente vive até que o covarde queira. Eles não aguentam, não é a vontade de Deus. Não podemos aceitar que nos digam que não suportemos. Deus é amor e justiça, não se vale que maltratemos as mulheres, todos e todas viemos de uma mulher, se as maltratarmos damos um tiro em nós mesmos”, reclamou Solalinde em seu discurso.
Citou como exemplo Jesus, que em sua vida começou a romper os padrões, o patriarcado e a discriminação, por isso chamou as mulheres ao seu ministério e a sua missão, “fez um discipulado misto, homens e mulheres o seguem a todos os lados”.
Por tal razão criticou que a Igreja Católica siga com o padrão de não aceitar as mulheres e lamentou que nenhum bispo encabece marchar para exigir que se detenham os feminicídios.
Na manifestação dessa tarde realizada no Centro Histórico, ativistas pediram às autoridades dar medidas de proteção a mulheres vítimas de violência para assim evitar novos casos de femincídio.
Aproveitaram para manifestar seu respaldo a Greta Martínez Corona, que há meses exige justiça para que seu ex-companheiro seja detido porque a agredia fisicamente, a manteve no cativeiro e continua ameaçando-a.
“Greta disse que quiseram matá-la e não tem medo de contar, de levantar sua voz, porque é a verdade”, sustentou a jornalista Frida Guerrera durante a concentração que se reivindicou que se detenha a violência contra as mulheres, infância e a família.
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México. Por dia, 11 mulheres são mortas, denuncia padre Solalinde - Instituto Humanitas Unisinos - IHU