Alemanha rumo ao Sínodo "Sem paradas". Mas na unidade

Bispos da Alemanha. Foto: Ralph Sondermann | Conferência Episcopal da Alemanha

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25 Setembro 2019

A Igreja Católica Alemã o chama de "caminho sinodal". E a iniciativa está alimentando tensões. Foi tema de uma carta do Papa Francisco "ao povo peregrino da Alemanha" em 29 de junho. Viu o cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos, entregar uma carta aos bispos alemães acompanhada por um parecer do arcebispo Filippo Iannone, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos. Foi centro da audiência concedida pelo Papa nos últimos dias ao cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal Alemã (DBK), e de uma conversa entre o próprio Marx e Ouellet. Em resumo, uma repetida troca de "opiniões" entre a Alemanha e a Santa Sé, sobre a qual o último capítulo foi escrito nestas últimas horas. Porque ontem começou a assembleia plenária outonal do DBK no seminário de Fulda. E, antes da abertura dos trabalhos, Marx, em conversa com a imprensa, reiterou que o caminho sinodal "não está em perigo".

A reportagem é de Giacomo Gambassi, publicada por Avvenire, 24-09-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

O cardeal ressaltou que durante suas conversas romanas ele não recebeu "nenhum sinal para parar". E, respondendo aos jornalistas, acrescentou que o papa o encorajou a continuar no caminho sinodal. Marx, arcebispo de Munique e Freising, não quis fornecer detalhes de suas conversas no Vaticano, porque pretende primeiro informar os outros 68 bispos alemães, mas fez questão de dizer que as reuniões no Vaticano ajudaram a "dissipar os mal-entendidos, transformando-os em discussões construtivas".

A Igreja alemã decidiu enfrentar a crise que está passando com um caminho sinodal decidido em março passado. Não é nenhum mistério que o episcopado alemão seja parcialmente a favor de uma série de aberturas doutrinárias e pastorais definidas pela imprensa como "progressistas".

A discussão sobre intercomunhão está em andamento e, no percurso sinodal, foram incluídos os pontos relativos ao celibato, à moral sexual e ao poder clerical. Daí a carta do Papa. "Estamos atentos - ressalta o pontífice - à tentação do pai da mentira e da divisão, do mestre da separação que, se esforçando para buscar um bem aparente ou uma resposta a uma determinada situação, acaba de fato por fragmentar o corpo do fiel povo santo de Deus”.

E inclusive, no início de setembro, a carta de Ouellet e o parecer de Iannone colocaram a ênfase sobre o risco de que a estrutura e os participantes do encontro o façam se assemelhar mais a um "Concílio particular" do que a um Sínodo, tornando-o "eclesiologicamente não válido". E Iannone acrescenta: "É fácil entender que os temas em discussão não dizem respeito apenas à Igreja na Alemanha, mas à Igreja universal e, além de poucas exceções, não podem ser objeto de reflexões ou decisões de uma Igreja particular".

Nos dias 13 e 14 de setembro, os bispos se reuniram em Fulda para preparar o itinerário. O resultado foi uma carta endereçada ao "Santo Padre", na qual eles o tranquilizam de que têm grande apreço pela "unidade de toda a Igreja".

O Sínodo começará com o Advento (1º de dezembro) e a primeira sessão será realizada de 30 de janeiro a 1º de fevereiro de 2020 na Catedral de Frankfurt, quando serão abertos os quatro fóruns de discussão sobre "poder, participação e divisão dos poderes", "moral sexual”, “forma de vida sacerdotal" e "mulheres a serviço e funcionárias da Igreja".

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