04 Setembro 2019
"O Grito dos/as Excluídos/as está na sua 25ª edição e manteve sempre o objetivo de defender a “Vida em primeiro lugar”, denunciando os males causados pelo sistema econômico dominante (o capitalismo neoliberal) e anunciando - com palavras e ações concretas - a esperança de um Mundo Novo", escreve Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP) e professor aposentado de Filosofia da UFG.
O Grito dos/as Excluídos/as está na sua 25ª edição e manteve sempre o objetivo de defender a “Vida em primeiro lugar”, denunciando os males causados pelo sistema econômico dominante (o capitalismo neoliberal) e anunciando - com palavras e ações concretas - a esperança de um Mundo Novo.
O lema do Grito dos/as Excluídos/as 2019 é: “Este sistema não Vele! Lutamos por justiça, direitos e liberdade”. Os objetivos são:
- “Discutir com a sociedade o atual momento que vivemos no Brasil e no mundo, denunciando as estruturas opressoras e excludentes e as injustiças cometidas pelo sistema capitalista;
- Refletir coletivamente que este modelo de “desenvolvimento”, baseado no lucro e na acumulação privada, não serve para o povo, porque destrói e mata;
- Promover espaços de diálogo e troca de experiências para construir as lutas e a mudança, através da organização, mobilização e resistência popular;
- Lutar contra a privatização dos recursos naturais, bens comuns e contra as reformas que retiram direitos dos/as trabalhadores/as;
- Ocupar os espaços públicos e exigir do Estado a garantia e a universalização dos direitos básicos;
- Promover a vida e anunciar a esperança de um mundo justo, com ações organizadas a fim de construir um novo projeto de sociedade”.
Os eixos temáticos do Grito são: sistema capitalista, justiça, direitos e liberdade.
O início de 2019 “tem sido marcado por uma conjuntura muito adversa para os pobres: cerceamento da liberdade, retirada de direitos conquistados, aumento do desemprego, volta da fome, violência contra os menos favorecidos... O resultado das eleições, em outubro de 2018, deixou evidente a mudança na correlação das forças entre as classes sociais. A classe dominante - com seus mais variados setores (financeiro, agronegócio, mineração, industrial, comercial) - optou por submeter-se às grandes corporações transnacionais, rompendo o pacto social que garantia o projeto nacional-desenvolvimentista dos últimos Governos”.
O que hoje se percebe é que os defensores desse modelo econômico “recorrem à agressividade para eliminar e também afastar do campo político os grupos por meio dos quais as classes trabalhadoras e grupos vulneráveis se expressam ou se organizam (como Partidos mais à esquerda ou de oposição, Movimentos Sociais Populares, Indígenas, Quilombolas, Mulheres, LGBT e outros), ou que as apoiam (como setores de Igrejas, universidades, intelectuais, etc.)”. O Pacote anticrime (na realidade, “a favor do crime”) apresentado pelo ministro da Justiça “é um verdadeiro flagrante de violações de direitos humanos. O resultado desse pacote será o aumento do encarceramento em massa, do endurecimento penal e da letalidade policial”.
A proposta da Reforma (na realidade, “Antirreforma”) da Previdência apresentada pelo ministro de Economia “é outro projeto que conspira contra os mais pobres e a justiça social. A Reforma tem como principal objetivo a instalação de sistema de previdência privada embasada no sistema de capitalização, criando um apetitoso mercado de títulos que envolve mais de 60 milhões de trabalhadores. Em lugar de ser um sistema previdenciário baseado na solidariedade, o que o mercado está propondo é expelir os pobres do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e extorquir a classe média dos servidores públicos em um compulsório regime de Previdência privada, a custos sociais e também fiscais exorbitantes. Para eles, a sociedade não tem obriga-ções para com seus pobres e necessitados, daí a negativa aos direitos sociais e à tributação dos ricos”.
Neste mesmo contexto de violação dos Direitos Humanos e de injustiça institucionalizada, “não podemos deixar de falar do crime cometido pela mineradora Vale em Brumadinho (MG), no último mês de janeiro. Foi uma tragédia anunciada! Não é possível dissociar este acontecido com o desastre de Mariana, cada um com suas terríveis proporções na vida dos mais pobres e consequências para o meio ambiente. Este é mais um crime ambiental, social e econômico que nasceu e se consolidou pela impunidade dos anteriores” (Fonte: Jornal “Grito dos/das Excluídos/as”, ano 25, número 70, abril 2019). Gritemos com esperança, que já é certeza de vitória!
Em Goiânia, a concentração para o Grito será na Praça da Catedral, dia 7 de setembro, às 9 hora. Participe! Sua presença faz a diferença!
Card 25º Grito dos Excluídos. (Divulgação)
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Grito dos/as Excluídos/as 2019 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU