Os novos cardeais do Santo Padre Francisco. Uma lista heterogênea, não fácil de ser “lida”, mas onde não faltam mensagens poderosas

Cardeais | Foto: CNBB

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02 Setembro 2019

Dos seis Consistórios do Papa Francisco, o anunciado neste último domingo para criar, em 5 de outubro próximo, 13 novos cardeais (incluindo 10 eleitores) talvez seja o mais difícil de ser lido ou interpretado, uma vez que a lista de personalidades escolhidas é muito heterogênea e, portanto, não é fácil encontrar, pois não existe, um fio comum que una biografias e personalidades. Certamente, se confiarmos no abuso de chavões, exibidos em cada Consistório, sobre os supostos "prelados de fronteira ou de periferia", podemos chegar a alguma conclusão, mas não verdadeira ou totalmente arbitrária.

O comentário é publicada por Il Sismografo, 09-09-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Na lista dos nomes de futuros cardeais publicada pelo Papa podem ser lidas razões e situações distintas.

Em primeiro lugar, existem três prelados de alto calibre, membros relevantes da Cúria, muito próximos ao Pontífice, aos quais era necessário dar de alguma forma o barrete cardinalício:

- Miguel Angel Ayuso Guixot, MCCJ - Presidente do Pontifício conselho para o diálogo inter-religioso
- José Tolentino Medonça - Arquivista e Bibliotecário da Santa Igreja Romana
- Michael Czerny, SJ - Subsecretário da secção migrantes - Dicastério do desenvolvimento humano integral

É plausível que o futuro cardeal Czerny venha a ser nomeado em breve prefeito e, portanto, talvez não fique muito tempo no dicastério liderado por outro cardeal, Peter K.A. Turkson.

Há também um segundo grupo de 7 prelados - divididos em três subgrupos - cuja futura criação cardinalícia está fortemente ligada ao perfil e à relevância da diocese que lideram.

A

Ignátius Suharyo Hardjoatmodjo - arcebispo de Jakarta - Indonésia.
Juan de la Caridad García Rodríguez - arcebispo de San Cristóbal de la Habana - Cuba.
Fridolin Ambongo Besungu, O.F.M. CAP - arcebispo de Kinshasa - Congo Democrático.

B

Matteo Zuppi - Arcebispo de Bolonha - Itália.

Nesse caso, de forma distinta de outras dioceses italianas importantes que permanecem sem cardeal (Turim, Veneza, Milão ...), foi determinante também a estreita ligação entre D. Zuppi e a Comunidade de Santo Egídio.

C

Neste terceiro subgrupo, cada um dos prelados anunciados tem um perfil singular escolhido e ressaltado com a nomeação papal para lançar também mensagens simbólicas de grande envergadura cultual e eclesial:

Cristóbal López Romero, SDB - arcebispo de Rabat - Marrocos

Encontro com o Islã moderado e dialogante (Declaração sobre a fraternidade), bem como sua corajosa pastoral em relação aos fluxos migratórios em uma nação de maioria muçulmana, onde a comunidade católica é essencialmente composta por imigrantes.

Jean-Claude Hollerich, SJ – Arcebispo de Luxemburgo - Luxemburgo

A nova Europa, a Europa dos povos, renovada e refundada, para derrubar as soberanias populistas.

Alvaro L. Ramazzini Imeri – bispo de Huehuetenamgo - Guatemala.

O empenho de décadas, coerente e corajoso, com as populações aborígines cerceadas pela opressão, exploração e perigos.

 

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