Florestania, uma preocupação da juventude amazônida em vista do Sínodo

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22 Julho 2019

Quando se fala em novos caminhos, uma preocupação muito presente no Sínodo para a Amazônia, temos que olhar para o futuro, que não podemos esquecer está nas mãos dos mais jovens. É por isso que ajudar a juventude a entender os segredos da Amazônia deveria ser uma prioridade para a Igreja, especialmente aquela que caminha na região.

A reportagem é de Luis Miguel Modino.

Na Arquidiocese de Manaus aconteceu pela nona vez a Semana do Jovem Líder, que reuniu de 15 a 20 de julho, mais de 250 jovens para refletir a partir do tema “Juventude Amazônida: da Cidadania à Florestania”. O evento, organizado pela Pastoral da Juventude da Arquidiocese da capital amazonense, como reconhece Gabriel Barbosa Souza, secretário da Pastoral da Juventude, é algo “muito significativo porque na semana as lideranças jovens renovam seu protagonismo e levam para suas bases”.

A Semana do Jovem Líder, segundo Gabriel, “é um processo continuo, em três fases, iniciação, discipulado e missão, é algo superimportante no projeto de vida de jovens”. Isso repercute na vida dos jovens nas paróquias, áreas missionárias e comunidades, pois como reconhece o Secretário da PJ, “após a Semana do Jovem Líder a gente vê que as lideranças, dentro das pastorais e dentro das próprias paróquias e áreas missionárias, só vem a crescer em outras pastorais, nem só na Pastoral da Juventude, mas sim na Pastoral da Catequese, da Liturgia e demais”.

No tema escolhido para este ano, Gabriel afirma que “a gente quis trazer o Sínodo para a Amazônia e o Sínodo da Juventude, a gente quis fazer um caminho, saiu mesmo da cidade para olhar os nossos interiores, dizendo que a reza é a mesma”. Ele recorda que a Semana do Jovem Líder “deu o pontapé como juventude, o pontapé inicial para se trabalhar dentro das bases, eles agora vão levar para seus grupos de jovens para trabalhar o que o próprio Papa Francisco nos pede, que sejamos uma Igreja em saída, que criemos novos caminhos de evangelização na Amazônia, acima de tudo com os povos indígenas”, insiste o Secretário da PJ, ao falar sobre o Sínodo para a Amazônia.

Partindo da ideia de juventude e cidade, os jovens manauaras, a través das místicas e as oficinas, foram refletindo ao longo da semana sobre os elementos, a água, o fogo, o ar e a terra, tentando descobrir o que significa o conceito de florestania, de cidadania dos povos da floresta, com tudo o que tem relação com as questões da preservação ambiental, estimulando a participação ativa das comunidades locais, recuperando áreas degradadas pela pesca predatória e pelo desmatamento, elementos presentes no Sínodo para a Amazônia. Podemos dizer que o conceito de florestania mostra a necessidade de estimular a cidadania dos povos da floresta numa região tão importante para o equilíbrio ecológico do planeta.

Essa defesa da ecologia está cada vez mais presente dentro das preocupações da juventude, tendo em Greta Thunberg um ícone dessa luta que está alcançando uma dimensão planetária e que está provocando constrangimento no poder econômico e político. Essa consciência socioambiental, “acima de tudo, pelo fato de morar na Amazônia, ser de Manaus, isso tem uma importância imensa, porque se a gente que é da Amazônia não começar a dar esses pontapés, esses gritos de soluções para a Amazônia, a gente não espera que os outros que vem de longe possam dar”, reconhece Gabriel Barbosa Souza, que insiste em que tudo isso “é de soma importância e que tem uma repercussão muito boa para a gente enquanto juventude”.

Gabriel Barbosa Souza

Layla Garrido Melgueiro, uma jovem nascida numa comunidade indígena do povo baré, que participou pela primeira vez da Semana do Jovem Líder, reconhece que esse momento serviu para que “os jovens que buscam algo melhor para sua vida, sendo capacitados como lideranças, possam ir ao encontro das pessoas que precisam de ajuda, inclusive dos jovens que estão envolvidos com as drogas”. Ao mesmo tempo, a jovem insiste na importância do “cuidado da nossa casa comum, onde somos convocados a cuidar daquilo que não é só meu ou dos indígenas, e sim de todos, pois se não cuidarmos viram as consequências”. Segundo Layla, “seria bom se todas as pessoas tivessem o cuidado que nós indígenas temos com a natureza”.

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