19 Janeiro 2019
Poucas semanas antes da cúpula convocada por Francisco com vários líderes eclesiais mundiais sobre a pedofilia e a sua prevenção, são os jesuítas dos EUA que dão um sinal preciso na luta contra os abusos que, por convicção do próprio Francisco, parece ainda muito deficitária. De fato, todas as províncias norte-americanas da Companhia publicaram recentemente uma lista com os nomes de seus coirmãos sobre os quais pendem acusações de abusos.
A reportagem é de Paulo Rodari, publicado por la Repubblica, 17-01-2019. A tradução de Luisa Rabolini.
Trata-se de um ponto de virada bastante significativo: de uma Igreja calada que tendia a esconder e acobertar para uma instituição que encontra a força da transparência sobre acusações que, embora ainda não tenham chegado a uma sentença, são comprovadas.
Padre John J. Cecero, superior provincial da Província jesuíta no Nordeste dos EUA escreveu quarenta e oito horas atrás: "Por mais de quinze anos temos implementado boas práticas, mas também a melhor prática não pode apagar o passado, e a lista que torno pública revela verdadeiros fracassos, criminosos e pecaminosos, ocorridos no âmbito do cuidado pastoral de menores a nós confiados".
A publicação chega em um momento delicado para Roma.
Francisco em breve abrirá a cúpula sobre pedofilia, justamente porque a situação não está resolvida.
A tolerância zero inaugurada por Bento XVI não leva em todos os lugares os frutos esperados. E em Roma, como demonstra o caso dos restos mortais do cardeal Bernard Law enterrados em Santa Maria Maior, apesar do protesto das vítimas da diocese de Boston, nem todos gostam que esta transparência alcance as decisões tomadas pelos jesuítas nos Estados Unidos.
O Papa nomeou, nesta terça-feira, para a condução das sessões plenárias da cúpula contra a pedofilia, o padre Federico Lombardi, ex-diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, que teve de gerir a comunicação da Santa Sé quando os primeiros casos de encobrimentos vieram à tona em 2010. Lombardi também é estimado no mundo anglo-saxão, e sua nomeação é um sinal que indica um encontro não formal, para o qual em primeiro lugar Francisco quer dar uma importância estratégica.
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EUA. Jesuítas dão um sinal preciso na luta contra os abusos sexuais, constata o jornal italiano La Repubblica - Instituto Humanitas Unisinos - IHU