22 Setembro 2018
O líder de uma das dioceses americanas recentemente atingidas pela crise de abusos sexuais pediu ao Papa Francisco que retire sua indicação para delegado do sínodo do próximo mês sobre a juventude e que não participe do próximo encontro mundial.
A reportagem é de James Dearie, publicada por National Catholic Reporter, 21-09-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
Em uma carta aos católicos de sua diocese, O Cardeal de Newark Joseph Tobin disse: “Após as revelações do verão passado, eu não poderia ver a mim mesmo ausente por um mês de nossa arquidiocese e de vocês, o povo que foi confiado aos meus cuidados.”
O papa aceitou o pedido de Tobin, informa a Arquidiocese de Newark em uma nota de imprensa no dia 21 de setembro.
Na semana passada, Francisco indicou Tobin para membro da delegação americana de bispos para o sínodo.
O anúncio veio num momento em que a Igreja Católica Americana está abalada por um período de escândalos de abuso sexual e controvérsia, começando com a revelação de que o proeminente ex-Cardeal Theodore McCarrick havia sido removido do ministério público após alegações de abuso sexual de crianças contra ele, em julho, serem consideradas credíveis. Denúncias de que ele molestou sexualmente de vários outros seminaristas durante seu episcopado apareceram logo em seguida disso.
McCarrick era conhecido por ser o cardeal-arcebispo de Washington, mas, de 1986 até 2000, atuou como arcebispo de Newark.
Quando as revelações sobre McCarrick se tornaram públicas, Tobin emitiu uma nota dizendo que sua arquidiocese não tinha “jamais recebido uma acusação dizendo que o Cardeal McCarrick abusou de um menor,” e ainda afirmou que “no passado, houveram alegações de que ele teve problemas de comportamento sexual com adultos. Essa arquidiocese e a Diocese de Metuchen receberam três acusações de má conduta sexual com adultos décadas atrás; duas dessas acusações acabaram em acordos.”
Em uma carta anexada à nota de imprensa do dia 21 de setembro, Tobin diz que o “Sínodo é um momento unicamente importante na vida da Igreja, e eu fiquei honrado de ter sido nomeado pelo Santo Padre como um membro desse encontro especial cujo tema, Os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional, interessa à Igreja nos dias de hoje e futuramente.”
No entanto, o cardeal acrescentou “após as revelações do verão passado, eu não poderia ver a mim mesmo ausente por um mês de nossa arquidiocese e de vocês, o povo que foi confiado aos meus cuidados,” e com isso escreveu ao Papa Francisco para ser dispensado do sínodo, pedido o qual o papa assentiu.
Para o futuro próximo, disse Tobin, ele irá focar em resolver os problemas provindos dos escândalos e em reconstruir a fé.
Na conclusão de sua carta, Tobin pediu para as pessoas de sua diocese: “Rezem pelo Papa Francisco e pelo sucesso da XV Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos pois ele discute o tema Os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional. Rezem também, por favor, para que, com a ajuda da graça de Deus, eu possa cumprir com a minha parte para ajudar a restaurar a confiança na liderança de nossa Igreja".
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EUA. Cardeal Tobin não participará do próximo sínodo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU