Baixos níveis de oxigênio no oceano podem levar a mais incêndios florestais no futuro

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18 Mai 2017

O oxigênio é tão importante para a vida debaixo d’água quanto o é sobre a terra. O impacto de como as baixas concentrações de oxigênio (anoxia) nos oceanos é desastroso e, no passado, contribuiu para extinções em massa. Agora, uma equipe de pesquisadores modelou os efeitos dos eventos anóxicos sobre o oceano e descobriu que é preciso um milhão de anos para que ele se recupere de tais eventos.

A reportagem é de Josh Davis, publicada por IFL Science, 15-05-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa

Focalizando o evento ocorrido que ocorreu no período final da era jurássica, conhecido como o Evento Anóxico Oceânico do Toarciano, os pesquisadores puderam documentar como a mudança drástica nas concentrações de oxigênio caracterizou-se por perturbações no ciclo global do carbono. Descobriram que os eventos anóxicos nos oceanos apenas findam com o aumento do oxigênio atmosférico, em que é este é reabsorvido para dentro da água.

Estes resultados, publicados na revista Nature Communications, permitem uma melhor compreensão das consequências terríveis e de grande alcance que os baixos níveis de oxigênio nos oceanos têm, incluídos alguns efeitos inesperados.

Quando os níveis de gás nas águas caem, resulta em mais carbono orgânico enterrado no fundo do oceano. Enquanto as regiões mais quentes do oceano permanecem produtivas, bactérias e outras criaturas não conseguem sobreviver em condições anóxicas. Isso, por sua vez, conduz a um aumento nos níveis de oxigênio atmosférico, que começa a aumentar.

Em resposta a esta situação, concentrações mais altas de oxigênio no ar significam haver um aumento na frequência de incêndios florestais. Os pesquisadores que estudaram o Evento do Toarciano, ocorrido a cerca de 183 milhões de anos atrás, descobriram que depósitos de carvão vegetal aumentavam dentro de um milhão de anos após o início do evento, e demonstram que os incêndios florestais foram fortes por, pelo menos, 800 mil anos.

A queima de plantas na terra ao longo de centenas de milhares de anos pode também ter desempenhado um papal para pôr fim à anoxia. As plantas em terra podem ajudar a liberar nutrientes nas rochas, o que acaba chegando aos oceanos e contribui para o crescimento de organismos. Se os incêndios impedissem que as plantas crescessem, haveria menos minerais lançados ao oceano, o que significaria que menos criaturas sobreviveriam. Isso, portanto, permitiria que os níveis de oxigênio na água se acumulassem de forma constante.

O elemento preocupante é que estamos atualmente à beira de um outro evento anóxico global. Na medida em que as mudanças climáticas avançam, a química dos oceanos também se altera, o que leva à diminuição das concentrações de gás dissolvido nas águas. Nos últimos 50 anos, tem-se que a concentração de oxigênio caiu 2%. Embora não pareça alarmante, pensa-se que este número pode ser o suficiente para iniciar a formação de zonas mortas.

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