Igreja pede desculpas por pedofilia na Irlanda do Norte

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24 Janeiro 2017

O chefe da Igreja Católica na Irlanda pediu desculpas aos sobreviventes de pedofilia após a publicação de um relatório que revelou provas de crimes sexuais e físicos sistemáticos e generalizados em instituições administradas pela Igreja.

A reportagem é de Liz Dodd , publicada por The Tablet, 20-01-2017. Tradução de Isaque Gomes Correa.

O Inquérito de Abuso Institucional Histórico (ou HIA na sigla em inglês), que publicou hoje os resultados da investigação, acusações de abuso sexual em 22 orfanatos na Irlanda do Norte entre 1922 e 1995.

O documento condena o fracasso da hierarquia católica em agir e prevenir os abusos, destacando em particular o caso do Pe. Brendan Smyth, que abusava sexualmente de suas vítimas, e quem a hierarquia o moveu entre paróquias apesar de saberem sobre o risco que ele representava; o relatório também traz que, em quatro orfanatos católicos de Belfast e Derry, as Irmãs de Nazaré abusavam física e emocionalmente de crianças sob os seus cuidados.

O Primaz de Toda a Irlanda, Dom Eamon Martin, disse que os sobreviventes e seus familiares “estão em primeiro lugar nos meus pensamentos hoje” e elogiou a coragem, a dignidade e perseverança que estas pessoas demonstraram ao virem a público.

Com razão, disse ele, estas pessoas foram ouvidas e apoiadas, acrescentando que a Igreja deve redobrar os esforços para garantir que abusos assim nunca mais aconteçam.

“Neste momento importa a todos nós aceitar os resultados [do relatório] como uma reflexão e análise justa de como a Igreja e o Estado falharam diante dos membros mais vulneráveis da nossa sociedade”, continuou.

Pedindo desculpas sem reservas, reconheceu que as suas palavras eram insuficientes “na tentativa de abordar a enormidade dos danos e da brutalidade que muitas crianças inocentes vivenciaram”.

O religioso se referiu ao abuso nas mãos de um padre ou religioso como a traição de uma confiança sagrada e disse: “Estou envergonhado e lamento muito que tais abusos ocorreram, e que em muitos casos crianças e jovens sentiram-se privados do amor e foram deixados com um sofrimento profundo e duradouro”.

Martin pediu uma ação urgente da parte das lideranças católicas no país e comprometeu-se a fazer todo o possível para apoiar os sobreviventes de abuso hoje e no futuro.

O bispo de Kilmore, Dom Leo O’Reilly, ecoou o pedido de desculpas de Martin e disse que o que viu do relatório foi “difícil de ler”.

Reconheceu em particular os achados contra o Pe. Brendan Smyth e as falhas das autoridades da Diocese de Kilmore em agir quando ficaram cientes dos abusos.

“A Igreja não pode ser, e nunca deveria ter sido, um porto seguro a alguém responsável por abusos”, declarou. “Estou ciente de que a Igreja possui uma responsabilidade moral de ser sempre vigilante na área da salvaguarda infantil, tanto para assegurar o bem-estar dos menores como também para ganhar a confiança dos pais e filhos”.

O Inquérito de Abuso Institucional Histórico, o maior já feito no Reino Unido, começou em 2012. Ele está sendo presidido pelo juiz emérito Anthony Hart.

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