Guatemala condena ex-militar pela chacina de 201 camponeses em 1982

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Por: Jonas | 15 Março 2012

A justiça da Guatemala condenou a 6.060 anos de prisão o ex-militar Pedro Pimentel pela sua participação no assassinato da comunidade rural de Las Dos Erres, na qual morreram 201 camponeses, em 7 de dezembro de 1982.

A reportagem é da agência de notícias EFE, 13-03-2012. A tradução é do Cepat.

A juíza Irma Valdéz disse, durante a leitura da sentença, que as provas apresentadas pela Promotoria e pelas testemunhas demonstraram a participação de Pimentel na chacina. O ex-militar foi sentenciado a cumprir 30 anos de prisão para cada um dos 201 assassinatos e a outros 30 pelos crimes contra a humanidade. No entanto, o Código Penal da Guatemala contempla somente o cumprimento de no máximo 50 anos de prisão.

A chacina foi cometida no departamento nortenho de Petén, durante o regime do general golpista José Efraín Rios Montt (1982-1983). Ríos Montt sofre um processo judicial por genocídio e se encontra, desde janeiro passado, em prisão domiciliar.

A sentença de Pimentel, que foi dada por unanimidade pelas três juízas que integraram o tribunal, indica que o ex-militar foi identificado por testemunhas que disseram que ele esteve no local da chacina e que participou da morte brutal das 201 pessoas.

Horas antes da sentença, Pimentel, que foi extraditado dos Estados Unidos em julho de 2011, declarou-se inocente em relação à participação no massacre, e garantiu que no dia da chacina estava agregado à Guarda de Honra (militar), na capital. No entanto, dois “ex-kaibiles” (soldados de elite da Guatemala), Cesar Franco e Fabio Pinzón, principais testemunhas do processo, e que segundo a Promotoria também foram membros da patrulha que cometeu a chacina, asseguraram na acareação que Pimentel esteve no local e que, inclusive, “fez uma demonstração de como se matava a uma pessoa”.

Pimentel é o quinto ex-militar condenado pelo massacre de Dos Erres, uma dos 660 que, segundo a Comissão do Esclarecimento Histórico (CEH), foram cometidos na Guatemala durante o conflito armado (1960-1996) e que fez umas 250.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos.