12 Dezembro 2011
A Universidade do Texas lançou ontem o acesso em linha aos documentos digitalizados do Arquivo Histórico da Polícia Nacional da Guatemala (AHPN). Assim se permitirá o acesso universal aos registros sobre atrocidades cometidas por este organismo desde 1982. A atividade, programada na sede do AHPN na cidade da Guatemala, incluiu uma mensagem a cargo de Graciela Ramírez Monastério, irmã do sacerdote franciscano Frei Augusto Ramírez Monastério, em representação de familiares de vítimas e usuários do arquivo em linha. Ramírez Monastério foi assassinado pelas forças de segurança em novembro de 1983, após ter sido seqüestrado e torturado por agentes da PN, no marco de um conflito armado que cobrou pelo menos 250 mil vítimas durante 36 anos de confrontação que concluíram, em 1996, com a subscrição da paz. O arquivo digital foi inaugurado na Faculdade de Direito da Universidade do Texas, em Austin, no dia 2 de dezembro, durante a clausura da conferência "Políticas da Memória: o Arquivo Histórico da Polícia Nacional da Guatemala".
A informação é do jornal Página/12, 10-12-2011.
O arquivo digital, que está habilitado permanentemente, inclui uns 12 milhões de imagens digitalizadas de 80 milhões de fólios que cobrem a história da Polícia Nacional da Guatemala desde 1882 até 1996.
Desde a descoberta do acervo em 2005, o AHPN se converteu num recurso vital para investigações sobre violações aos direitos humanos ocorridas durante o conflito armado interno da Guatemala, entre 1960 e 1996. O arquivo digital proporciona acesso a documentos do AHPN àquelas pessoas que ainda buscam familiares e amigos desaparecidos, aos dedicados a estudar as instituições de segurança, inteligência e repressão do Estado, ao que desejem explorar o legado das intervenções dos Estados Unidos na Guatemala, ou a qualquer interessado em algum aspecto da história recente do país. Nos poucos dias desde seu lançamento, aos 2 de dezembro, o arquivo digital se constituiu numa importante fonte de consulta para os investigadores.
No total, o sítio já recebeu quase 1500 visitas, com mais de 20 mil páginas vistas. Os visitantes chegaram de 47 países do mundo, e quase 30 por cento de todas as consultas tem sido realizadas a partir da Guatemala.
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Os arquivos do terror guatemalteco são digitalizados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU