Em 1 min e meio, Senado aprova LAE e abre caminho para obras de alto impacto sem rigor ambiental

Foto: Paulo Santos/Amazônia Sob Pressão | Agência Brasil

Mais Lidos

  • Eles se esqueceram de Jesus: o clericalismo como veneno moral

    LER MAIS
  • Estereótipos como conservador ou progressista “ocultam a heterogeneidade das trajetórias, marcadas por classe, raça, gênero, religião e território” das juventudes, afirma a psicóloga

    Jovens ativistas das direitas radicais apostam no antagonismo e se compreendem como contracultura. Entrevista especial com Beatriz Besen

    LER MAIS
  • Ecocídio no Congresso Nacional. Artigo de Carlos Bocuhy

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

04 Dezembro 2025

Aprovada um dia após avançar na Câmara, medida institui Licença Ambiental Especial para obras estratégicas e permitirá afrouxamento de licenciamento ambiental em áreas sensíveis dos biomas.

A reportagem é de Karina Pinheiro, publicada por ((o))eco, 03-12-2025.

Em apenas 90 segundos, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (3) a Medida Provisória 1.308/2025, criando a modalidade de Licenciamento Ambiental Especial (LAE) para obras consideradas “estratégicas” pelo governo federal. A votação simbólica consolidou uma mudança profunda no sistema de controle ambiental do país e, segundo especialistas, abre brechas para que grandes empreendimentos driblem etapas essenciais de avaliação de impacto.

A nova regra permite que hidrelétricas, ferrovias, hidrovias, portos, blocos de petróleo e rodovias, inclusive em áreas sensíveis da Amazônia, sejam licenciados em até um ano, caso recebam chancela política como projetos prioritários. Entre os exemplos citados no parecer aprovado está a BR-319, estrada que liga Manaus a Porto Velho. O trecho central da rodovia, atualmente com licenciamento suspenso pela Justiça, registrou aumento de 122% no desmatamento um ano após a concessão da licença prévia.

A aprovação no Senado Federal ocorre apenas 1 dia após a MP ter avançado na Câmara dos Deputados, em Comissão Mista também com votação rápida. Além disso, a tramitação expressa ocorre dias após o Congresso derrubar vetos presidenciais ao chamado “PL da Devastação”, ampliando o conjunto de medidas que flexibilizam o licenciamento ambiental no Brasil e contrariam decisões do Supremo Tribunal Federal. Para organizações socioambientais, o novo arcabouço enfraquece salvaguardas mínimas ao permitir que decisões técnicas sejam substituídas por critérios político-administrativos.

Em nota, o Observatório do Clima classificou a LAE como “o mais grave retrocesso legislativo ambiental desde 1981” e anunciou que movimentos socioambientais e partidos recorrerão aos tribunais para tentar barrar os efeitos da nova lei. A rede, que reúne mais de 160 instituições, também convocou a sociedade a pressionar parlamentares e acompanhar as próximas etapas do embate jurídico e político em torno do licenciamento ambiental brasileiro. O texto agora segue para sanção presidencial

Leia mais