04 Novembro 2025
“Ouvi de alguns bispos que os católicos que não desejam a nova forma da liturgia podem ficar em casa ou se juntar aos lefebvristas”. Foi assim que Gerhard Müller reafirmou a relevância da Missa Tridentina, poucos dias depois de o Cardeal Leo Burke ter presidido uma missa na Basílica de São Pedro.
A reportagem é de José Lorenzo, jornalista espanhol, publicado por Religión Digital, 03-11-2025.
“Ouvi de alguns bispos que os católicos que não desejam a nova forma da liturgia podem ficar em casa ou se juntar aos lefebvristas”. Foi assim que o cardeal alemão Gerhard Müller, em entrevista à EWTN, reafirmou a relevância da Missa Tridentina, poucos dias depois de o Cardeal Leo Burke ter presidido uma missa na Basílica de São Pedro, uma missa permitida pelo Papa Leão XIV após as limitações impostas por Francisco, que irritaram os mais tradicionalistas.
Em resposta, o antigo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé defendeu o diálogo, afirmando que "devemos ser muito abertos, conversar com as pessoas num bom diálogo, de forma sinodal, para dialogarmos juntos".
Na opinião dele, não é a missa em latim que divide a Igreja, mas a bênção de casais homossexuais, que, segundo ele, "relativiza o sacramento do matrimônio, que é uma verdade revelada", conforme relatado no The Catholic Herald.
O cardeal alemão também criticou o que considera um crescente relativismo teológico na abordagem do Vaticano ao diálogo inter-religioso, condenando a criação de uma sala de oração muçulmana no Vaticano, que na verdade é um espaço na Biblioteca Apostólica destinado a pesquisadores muçulmanos.
“O Vaticano é a sede da Igreja Católica, e permitir cultos não católicos ali equivale a uma autorrelativização”, afirmou. “Essa decisão parece motivada pelo desejo de parecer 'aberto' em vez de por reflexão teológica”, assegurou, segundo o Herald.
O próprio Vaticano veio a público esclarecer a informação, que havia sido divulgada por meios de comunicação conservadores e gerado muita controvérsia nas redes sociais: “Somos uma biblioteca universal. Alguns acadêmicos muçulmanos nos pediram uma sala com um tapete de oração, e nós a concedemos”, explicou o padre Giacomo Cardinali, vice-reitor da Biblioteca Apostólica.
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