31 Outubro 2025
Controladores de tráfego aéreo continuam trabalhando sem receber salário. O vice-presidente dos Estados Unidos: "Quantos deles vão ligar dizendo que estão doentes?"
A reportagem é de Massimo Basile, publicada por La Repubblica, 31-10-2025.
O "Natal americano" corre o risco de ficar paralisado. O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e o secretário de Transportes, Sean Duffy, soaram o alarme sobre o Dia de Ação de Graças. Segundo os dois representantes do governo Trump, milhões de americanos podem enfrentar um verdadeiro desastre de viagens com a aproximação do Dia de Ação de Graças, em 27 de novembro, a menos que uma solução seja encontrada para a paralisia do governo, causada pela falta de verbas.
O alerta surge em meio a tensões relacionadas ao problema das viagens aéreas: os controladores de tráfego aéreo, que se enquadram na categoria de trabalhadores essenciais, continuam trabalhando sem receber salário, sujeitos a um trabalho estressante e extremamente delicado. Esta semana, eles não receberam seu primeiro pagamento. O risco é que muitos liguem dizendo que estão doentes, incapazes de lidar com a carga de trabalho e a falta de renda para sobreviver. Essa situação pode levar ao fechamento de muitos aeroportos, mas também a uma redução dos padrões de segurança.
"Veja bem", disse Vance durante um evento relacionado à situação dos voos, "isso pode ser um desastre. Realmente pode ser, porque nesse ponto estamos falando de pessoas que perderam três salários. Perderam quatro salários. Quantos deles não vão aparecer para trabalhar?"
"Isso", acrescentou ele, "causará enormes atrasos. Queremos que as pessoas possam ir para casa no Dia de Ação de Graças. Queremos que elas possam viajar a negócios."
O secretário de Transportes, Duffy, acrescentou: "O trânsito ficará congestionado, mas será um desastre para a aviação."
Entre os presentes no evento estavam o CEO da American Airlines, Robert Isom, o CEO da United Airlines, Scott Kirby, e outros líderes do setor. A portas fechadas, Vance e Duffy ouviram os executivos expressarem suas preocupações com o estresse que seus funcionários estão enfrentando. Duffy explicou que o departamento está trabalhando para recrutar controladores de tráfego aéreo adicionais como solução temporária, argumentando que eles são os mais afetados.
Durante o primeiro mandato de Trump, a escassez de controladores de tráfego aéreo contribuiu para o fim da paralisação governamental mais longa da história. Em 2019, a decisão de dez controladores de tráfego aéreo de tirar licença médica paralisou voos no Aeroporto La Guardia, em Nova York, e causou atrasos em outros importantes centros aeroportuários em Nova Jersey e Filadélfia, levando o presidente Donald Trump a negociar com a oposição e encontrar uma solução.
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