09 Outubro 2025
- Compartilhar experiências como peregrinos da esperança é o objetivo do Jubileu Virtual dos Povos Indígenas. O evento está programado para acontecer de 14 a 16 de outubro.
- Trata-se de uma série de encontros virtuais que responde ao convite feito pelo Papa Francisco sobre a importância de continuar caminhando com Jesus, iluminados pela Sagrada Escritura e valorizando a experiência de Deus em nosso povo.
- Cardeal Arizmendi: "Os povos indígenas, não só da América Latina e do Caribe, mas do mundo inteiro, são um presente de Deus e suas culturas, um tesouro que não pode ser perdido".
A informação é de Paola Calderón Gómez, publicada por Religión Digital, 08-10-2025.
Compartilhar experiências como peregrinos da esperança é o objetivo do Jubileu Virtual dos Povos Indígenas. O evento está programado para 14 a 16 de outubro.
Trata-se de uma série de encontros virtuais que responde ao convite feito na época pelo saudoso Papa Francisco, sobre a importância de continuar a caminhar com Jesus, iluminados pela Sagrada Escritura e valorizando a experiência de Deus no nosso povo.
Uma atividade organizada pela equipe consultiva de Teologia Indígena em coordenação com a Pastoral dos Povos Indígenas do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (Celam) e a Articulação Ecumênica Latino-Americana de Pastoral Indígena (Aelapi).
Artesãos da paz
Nas palavras do Cardeal Álvaro Ramazzini, presidente da equipe consultiva de teologia indígena, o Jubileu dos Povos Indígenas tem entre seus fundamentos "a valorização dos aspectos teológicos e pastorais que convidam tanto a Igreja quanto seus membros a serem artesãos da paz, comprometidos com o cuidado da nossa casa comum e a construção do Reino de Deus na Terra".
O encontro deverá ocorrer em um clima de diálogo fraterno entre aqueles que trabalham a serviço desta missão, seja na área da teologia ou da pastoral, a serviço dos povos indígenas. O evento acontecerá das 17h às 19h30 (horário da Colômbia) e será transmitido pelas redes sociais do Celam. De acordo com a programação, cada dia será dedicado a uma população específica; começando no dia 14 de outubro com os jovens, continuando no dia 15 de outubro com as mulheres e encerrando no dia 16 de outubro com os sábios e as sábias.
Uma celebração que Ramazzini confia à intercessão da Virgem de Guadalupe, uma verdadeira missionária entre os povos indígenas. O convite é dirigido aos povos indígenas da América Latina e do Caribe, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, agentes pastorais que compartilham suas vidas com as comunidades indígenas e, claro, a todo o Povo de Deus e às pessoas de boa vontade que reconhecem neles uma fonte de sabedoria ancestral que determina grande parte da nossa cultura. A todos, "saudamos com afeto fraterno e esperamos que o Senhor continue a acompanhá-los com o seu espírito nos vossos serviços aos nossos povos e às nossas comunidades eclesiais, por isso os aguardamos no Jubileu dos Povos Indígenas", comentou.
Um presente de Deus
Por sua vez, o Cardeal Felipe Arizmendi, bispo emérito de San Cristóbal de las Casas, no México, e um dos pioneiros no acompanhamento pastoral dos Povos Indígenas e no estudo da Teologia Indígena na América Latina, lembrou que “os povos indígenas, os povos indígenas não só da América Latina e do Caribe, mas de todo o mundo, não são um resquício do passado, nem uma fonte de vergonha ou atraso. Pelo contrário, são um presente de Deus e de suas culturas, um tesouro que não pode ser perdido”.
Daí a importância deste Jubileu dos Povos Indígenas, pois "os povos indígenas têm muitos modos de vida, às vezes desconhecidos ou pouco apreciados, e Deus plantou neles não apenas suas sementes, mas também uma infinidade de dons. Por isso, a celebração do Jubileu dos Povos Indígenas busca ajudá-los a resgatar seu papel com força, reconhecendo sua importância e encorajando-os a se sentirem parte da esperança do mundo".
Assim, o cardeal confia que muitas pessoas adotarão uma atitude de abertura e respeito para com os povos indígenas, descobrindo neste momento uma forma pela qual a promessa do Senhor se cumpre e na qual podemos contribuir para a construção de uma Igreja verdadeiramente sinodal.
O Jubileu dos Povos Indígenas nos lembra que este Ano Santo, "caracterizado pela esperança que nunca desilude, pela esperança em Deus, deve ajudar-nos a recuperar a confiança na Igreja e na sociedade, na importância dos laços interpessoais, das relações internacionais, da promoção da dignidade de cada pessoa e do respeito pela criação". Só assim será eficaz o testemunho dos fiéis em todo o mundo, que devem agir como fermento de esperança genuína, como anúncio de novos céus e novas terras, onde, através da ação coletiva, possam habitar a justiça e a harmonia entre os povos.
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