UNICEF sobre a guerra de dois anos: 64 mil crianças mortas ou mutiladas

Foto: hosnysalah/Pixabay

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09 Outubro 2025

O bloqueio de incubadoras por Israel está sob ataque. Porta-voz Nasser: "Bebês prematuros são forçados a compartilhar ventiladores."

A reportagem é de Gabriella Colarusso, publicada por La Repubblica, 09-10-2025.

Claire Magone passou uma semana na Faixa de Gaza. Quando emergiu, há alguns dias, tentou descrever o que viu, mas as palavras não foram suficientes. "Em Gaza, a morte está em toda parte". A organização cujo escritório francês ela chefia, Médicos Sem Fronteiras, é uma das poucas que ainda estão ativas nesta guerra de cerco ininterrupto, onde as crianças pagam o preço mais alto. Os números frios do UNICEF descrevem o massacre: 64 mil crianças foram mortas ou mutiladas no enclave, confirma a Diretora-Geral Catherine Russell.

Uma realidade "desconcertante", que infelizmente pode ser parcial. "Não sabemos quantos outros morreram de doenças curáveis ​​ou estão soterrados sob os escombros. A fome persiste na Cidade de Gaza e está se espalhando para o sul, onde as crianças já vivem em condições precárias. A crise de desnutrição, especialmente entre os mais jovens, continua grave. Meses sem alimentação adequada causaram danos permanentes ao crescimento e desenvolvimento das crianças". A expectativa de vida na Faixa de Gaza caiu quase pela metade, escreve a revista científica Lancet, de uma "média pré-guerra de 75,5 anos para 40,5 anos entre outubro de 2023 e setembro de 2024".

O jornal britânico The Guardian, seguindo o americano Washington Post, publicou os nomes das 18.457 crianças menores de 18 anos mortas até o final de julho. Esta lista não inclui os milhares ainda soterrados sob os escombros, nem as vítimas indiretas da guerra. A destruição do sistema de saúde multiplicou ainda mais as perdas.

Ontem, James Elder, porta-voz da UNICEF, denunciou que no Hospital Nasser, no sul de Gaza, bebês prematuros estão sendo forçados a compartilhar máscaras de oxigênio porque Israel não está autorizando a transferência de incubadoras de hospitais evacuados no norte. "Tivemos quatro missões negadas apenas para recuperar essas incubadoras", disse ele à Reuters. O COGAT, órgão militar israelense que supervisiona a distribuição de ajuda, contesta a reconstrução e afirma que centenas de pedidos de coordenação de comboios humanitários, incluindo a transferência de alimentos, equipamentos médicos, combustível e equipes, foram aprovados.

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