27 Agosto 2025
- Parece que o anúncio do governo israelense de que “se abrirão as portas do inferno” está adquirindo efetivamente conotações trágicas.
- Abandonar a Cidade de Gaza e tentar fugir para o sul equivaleria a uma sentença de morte. Por essa razão, os padres e as freiras decidiram permanecer e continuar cuidando de todos os que se encontram nos dois complexos.
- Fazemos um apelo à comunidade internacional para que atue no sentido de pôr fim a esta guerra insensata e destrutiva e para que as pessoas desaparecidas e os reféns israelenses possam regressar a suas casas.
A informação é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 26-08-2025.
É hora de pôr fim a esta espiral de violência, de pôr fim à guerra. Os patriarcados greco-ortodoxo e latino de Jerusalém exigiram de Israel que suspenda seu plano de “tomar o pleno controle da cidade de Gaza” e pediram à comunidade internacional que atue para pôr fim a esta guerra insensata e destrutiva e para que as pessoas desaparecidas e os reféns israelenses possam regressar a suas casas.
Em uma declaração conjunta, Dom Pizzaballa e o patriarca Teófilo II admitiram que “se registram mais destruição e mortes em uma situação já dramática antes do início da operação”. “Parece que o anúncio do governo israelense de que ‘se abrirão as portas do inferno’ está adquirindo efetivamente conotações trágicas”, constatam os patriarcas, que asseguram, no terreno, que “a operação não é apenas uma ameaça, mas uma realidade já em andamento”.
Desde o início da guerra, o complexo greco-ortodoxo de São Porfírio e o complexo latino da Sagrada Família têm sido refúgio para centenas de civis. Entre eles estão idosos, mulheres e crianças. A nota ressalta que, se o ataque planejado por Israel prosseguir, os refugiados que vivem no complexo terão que decidir, segundo sua consciência, o que fazer.
Entretanto, advertem que “entre aqueles que buscaram refúgio dentro dos muros dos complexos, muitos estão debilitados e desnutridos devido às dificuldades dos últimos meses” e, portanto, “abandonar a Cidade de Gaza e tentar fugir para o sul equivaleria a uma sentença de morte”. Por essa razão, “os padres e as freiras decidiram permanecer e continuar cuidando de todos os que se encontram nos dois complexos”.
Não sabemos exatamente o que acontecerá no terreno, não só para nossa comunidade, mas para toda a população. Só podemos repetir o que já dissemos: não pode haver um futuro baseado no cativeiro, no deslocamento dos palestinos ou na vingança, reclamam os patriarcas, que fazem seu o apelo do Papa Leão pedindo respeito a todos os povos: ninguém pode ser obrigado ao exílio forçado.
Este não é o caminho correto. Não existe qualquer razão que justifique o deslocamento deliberado e forçado de civis, clamam Pizzaballa e Teófilo, que instam a pôr fim a esta espiral de violência e a dar prioridade ao bem comum de todas as pessoas. Já houve destruição suficiente, tanto nos territórios quanto na vida das pessoas. Não existe qualquer razão que justifique manter civis como prisioneiros ou reféns em condições dramáticas. É hora de que as famílias de todas as partes envolvidas, que têm sofrido por tanto tempo, possam encontrar cura.
Finalmente, e com igual urgência, conclui o documento: fazemos um apelo à comunidade internacional para que atue no sentido de pôr fim a esta guerra insensata e destrutiva e para que as pessoas desaparecidas e os reféns israelenses possam regressar a suas casas.
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