23 Agosto 2025
O artigo é de Luis Miguel Modino, publicado por Religión Digital, 21-08-2025.
Os bispos da região amazônica, reunidos na sede do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM), em Bogotá, agradeceram a acolhida e a hospitalidade recebidas, entre os dias 17 e 20 de agosto, em reunião convocada pela Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), e publicaram uma mensagem ao final do evento. O texto, divulgado em 21 de agosto, define a CEAMA como um sinal de esperança cinco anos após o Sínodo da Amazônia.
Um encontro cujo objetivo foi "escutar e identificar os processos que, inspirados pelo Sínodo sobre a Amazônia e pela Exortação Apostólica Querida Amazônia, nos permitiram reconhecer nossos progressos, resistências, desafios e esperanças ", segundo a mensagem. A mensagem expressa gratidão pelas palavras enviadas pelo Papa Leão XIV, nas quais ele indica que "a missão da Igreja é anunciar o Evangelho a todos os homens (cf. AG 1), o tratamento justo dos povos que nela vivem e o cuidado da nossa casa comum".
O episcopado amazônico, que se considera "pastores da Igreja sinodal", expressa gratidão e reconhece a dedicação generosa e ousada de numerosos membros do Povo de Deus na Amazônia, destacando o exemplo dos mártires, "um testemunho vivo que nos encoraja continuamente em nossa missão evangelizadora". Valoriza também os avanços significativos "na escuta, na coordenação das dioceses, na revitalização dos diversos conselhos, no planejamento pastoral e na formação teológica, espiritual, ministerial e pastoral que busca responder aos sinais dos tempos". A isso se soma "uma maior consciência da ecologia integral, do bioma, da defesa do território e dos direitos de seus habitantes, em particular dos povos indígenas", diante das ameaças que enfrentam para a defesa do ecossistema amazônico, tão importante para a vida de suas comunidades.
A mensagem reflete sobre as resistências e os medos de uma Igreja sinodal de rosto amazônico, que se manifesta na falta de discernimento e em certo autoritarismo, clericalismo, falta de espírito missionário, de disposição e audácia para ir às periferias.
Os bispos sentem-se impelidos "a ser instrumentos de comunhão, comunicação e sinodalidade" e desafiados a gerar prioridades sinodais para a região, bem como a crescer em espírito profético. Tudo isso em "uma Igreja centrada no batismo, da qual brotaram todas as vocações e ministérios ordenados". Nela, os pastores da Amazônia se comprometem a ouvir e compartilhar "com sensibilidade as culturas e espiritualidades dos povos que a habitam". Essa atitude nasce do fato de ser terra e da crise climática gerada por um tratamento irresponsável e desrespeitoso. Isso leva os bispos a renovar seu compromisso com a ecologia integral e o cuidado com a nossa casa comum, a caminhar com as comunidades e a aprender com a sabedoria ancestral dos povos indígenas. Nessa perspectiva, a mensagem enfatiza que "a Amazônia não é uma terra vazia a ser explorada; é uma terra habitada, amada e cuidada por gerações, e é um lugar da presença de Deus".
Na Igreja da Amazônia, seus bispos dizem que caminham juntos, “cuidando de nossos fiéis e sendo cuidados por eles”, estando lado a lado com o povo, “compartilhando as alegrias e os sofrimentos de nossas comunidades, aprendendo de sua fé simples e de seu testemunho de ser sal e luz da terra (cf. Mt 5,13-14), deixando-nos sustentar por sua proximidade e sua oração”.
O episcopado amazônico reconhece a CEAMA como um "espaço privilegiado de comunhão, discernimento e missão" e se compromete "a fazê-la crescer, fortalecer-se e consolidar-se, para que seja uma oportunidade de serviço e renovação para todas as comunidades cristãs da região e um sinal de esperança para toda a Igreja". Para tanto, compromete-se com programas de formação e espera encontrar caminhos para a sustentabilidade econômica. Confia esse compromisso à intercessão de Maria, Mãe da Amazônia.
CEAMA Mensaje Final Encuentro de Obispos by Jesús Bastante