06 Agosto 2025
O setor privado brasileiro anunciou duas mobilizações relacionadas à COP30. Um grupo de bancos e empresas criou uma aliança para reunir soluções climáticas e avançar na agenda de implementação, pilar central da conferência. Já o Centro Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou uma plataforma com iniciativas sustentáveis promovidas por empresas.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 06-08-2025.
Formada por Bradesco, Itaúsa, Itaú Unibanco, Natura, Nestlé e Vale, a Climate Action Solutions & Engagement (C.A.S.E.) selecionará soluções climáticas e socioambientais brasileiras lideradas pela iniciativa privada e que podem ser exemplos de inovação, competitividade e crescimento econômico, informam Valor e Capital Reset. A ideia é selecionar 20 casos.
A C.A.S.E. seguirá os pilares da Agenda de Ação definidos pela presidência da COP30: financiamento climático, bioeconomia, transição energética, sistemas alimentares, economia circular, infraestrutura e transição justa. O presidente da conferência, o embaixador André Corrêa do Lago, descreveu a iniciativa como um “sonho de consumo”. Ele esteve no lançamento, na São Paulo Climate Week, com a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, e o Campeão Climático de Alto Nível da cúpula, Dan Ioschpe.
Já a plataforma “Brasil de Soluções”, do CEBDS, reúne 135 iniciativas sustentáveis de 58 empresas com foco na promoção do desenvolvimento de baixo carbono, inclusão social e regeneração ambiental, detalha a CNN. A iniciativa reúne 18 setores da economia e organiza os cases em seis eixos estratégicos: floresta, energia, indústria, agricultura, infraestrutura e pecuária.
A plataforma do CEBDS se estrutura em três frentes: mapeamento de oportunidades de financiamento com instituições dispostas a investir na expansão dos projetos; compartilhamento de soluções entre empresas associadas promovendo a replicação de boas práticas; e visibilidade internacional durante a COP30, posicionando o Brasil como um celeiro de soluções climáticas.
O financiamento climático internacional destinado ao Brasil cresceu 84% entre os biênios 2019-2020 e 2021-2022, acima da média global de 28% no período, mostra um estudo da Climate Policy Initiative (CPI) da PUC-Rio antecipado ao Valor. A CPI define financiamento climático como os fluxos de recursos mobilizados por países, bancos multilaterais e corporações para promover a descarbonização das economias. O investimento climático para o país foi impulsionado pelo setor de energia renovável, segundo a CPI. Atividades relacionadas ao reflorestamento e agroflorestas receberam apenas 11% dos aportes. Considerando todos os setores, o valor destinado ao país atingiu US$ 5,1 bilhões por ano, em média, no período 2021-2022. No biênio anterior (2019-2020), o montante foi de US$ 2,2 bilhões por ano.
O Plano Clima, assim como o AdaptaCidades, o Fundo Clima e outros instrumentos formam um "conjunto robusto" de soluções que o Brasil levará para a COP30, avalia o secretário Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Aloisio Melo. Em entrevista, n’O Globo, Melo falou da preocupação com as populações vulneráveis e a distribuição de esforços entre diferentes setores industriais na formulação do Plano Clima.