Entraves logísticos preocupam governo para a COP30

Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil

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05 Agosto 2025

A crise provocada pela reação de países africanos e latino-americanos contra os altos preços de hospedagem para a COP30 em Belém (PA) segue preocupando o governo brasileiro. A organização da Conferência tenta conter as críticas e garantir que todos os participantes terão opções de estadia na capital paraense.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 05-08-2025.

De acordo com o g1, uma das ideias estudadas é colocar em discussão na reunião com representantes diplomáticos no próximo dia 14 o aumento da ajuda de custeio repassada pela ONU aos países menos desenvolvidos e pequenas nações insulares. Hoje, esse valor é inferior a US$150 por dia.

“Como Belém não tem tradição de grandes eventos internacionais, a diária é muito baixa, então a discussão é para ver se a ONU consegue dar um percentual a mais dessa diária, uma diária e meia, ou duas diárias, para que ajude nesses esforços [de garantir hospedagem]”, explicou Valter Correia, chefe da Secretaria Extraordinária da COP30 (SeCOP).

O esforço para aumentar a ajuda de custo da ONU acontece em meio a críticas acentuadas à carestia da hospedagem em Belém para a COP30. O Globo e UOL deram destaque a um hotel três estrelas cobrando quase o dobro do valor praticado pelo hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. As diárias para o período de 10 a 21 de novembro no hotel em Belém somam R$ 85 mil, enquanto os endinheirados que visitam o RJ pagarão R$ 47 mil no quarto de um dos hotéis mais luxuosos do Brasil.

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) classificou os altos preços cobrados pelos hotéis em Belém como um “verdadeiro achaque” aos representantes dos países mais pobres: “Não podemos aceitar que países que estão preocupados com o futuro das suas existências não possam participar”, disse Marina após participar de um painel na Feira Literária de Paraty (FLIP). Agência Brasil, Estadão e UOL repercutiram a fala.

Em sua coluna na Rádio Eldorado (Estadão), Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, reforçou a responsabilidade das autoridades brasileiras pela crise logística. “É essencialmente um problema de gerenciamento do governo brasileiro. Não é um problema da cidade [Belém]”, afirmou.

A questão dos altos preços de hospedagem é o mais grave entrave logístico a ameaçar a COP30, mas não é o único. Fontes ouvidas pelo Valor indicaram uma preocupação nova: o risco do sistema elétrico local não suportar a demanda de energia durante o evento, o que exigiria o uso de geradores a diesel – um contrassenso considerando que os combustíveis fósseis são os principais responsáveis pela crise climática.

Nossa redação sugere ao ministro Rui Costa e à sua SeCOP a avaliação da capacidade da rede celular e da largura de banda disponível, antes que estas virem outra crise logística.

Em tempo

O Metrópoles trouxe detalhes de uma investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre indícios de corrupção em uma licitação realizada pelo governo do estado do Pará para a realização da COP30. A prisão de um policial militar em outubro de 2024 em Belém, enquanto sacava R$ 5 milhões em uma agência do Banco do Brasil, foi o estopim para o inquérito. O dinheiro seria retirado das contas de duas empreiteiras que obtiveram contratos referentes ao evento que totalizam quase R$ 300 milhões.

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