31 Julho 2025
A "amizade" do arcebispo de Perugia-Città della Pieve com Laura Santi, a jornalista de Perugia que lutou pelo suicídio assistido.
A informação é de Diego Andreatta, publicada por Vino Nuovo, 29-07-2025.
Há uma semana, o suicídio da jornalista de Perugia Laura Santi, que sofria de esclerose múltipla, e a carta aos jornais para reiterar os motivos de sua batalha legal e política junto com a associação Luca Coscioni, reacenderam o debate, inclusive no mundo católico, sobre a lei do fim da vida que ainda está em elaboração: reitera-se a inviolabilidade de toda a existência, exige-se uma reflexão profunda sobre a medicina paliativa, relança-se a lei 219/2017 sobre as Declarações Antecipadas de Tratamento, alerta-se para os desvios culturais registrados nos países onde o suicídio assistido já é lei, e recomenda-se a proporcionalidade das terapias, especialmente quando a prática de saúde "pula" o diálogo com os pacientes e seus familiares.
As manchetes nacionais deram destaque ao agradecimento que Laura Santi, muito crítica em relação à "intrusão do Vaticano" nesses temas, dirigiu a Dom Ivan Maffeis, arcebispo de Perugia-Città della Pieve, a quem chamou de "amigo especial" pela ampla escuta que ele lhe dedicou durante uma visita onze meses antes: "Ele me abraçou, me deu a sua garrafa de água, sentou-se e me ouviu", ela disse na época, ressaltando que não o havia reconhecido imediatamente como arcebispo, pois ele se apresentou apenas como "padre Ivan".
Após a publicação da carta de despedida de Laura Santi, Dom Ivan confiou à agência ANSA poucas palavras de comentário, com um timing jornalístico (Maffeis foi diretor do semanário da diocese de Trento por dez anos e porta-voz da CEI por seis) para evitar mal-entendidos ou instrumentalizações. "Este é o dia do silêncio, habitado pela dor pelo desperdício que a morte traz consigo e pela gratidão pelo trecho de caminho compartilhado", declarou o arcebispo, que acrescentou ao Corriere della Sera poucas outras frases: "Sou um padre, um pastor, entro nas casas na ponta dos pés com o respeito e a discrição que cada pessoa merece. Falar, neste momento, seria entregar um mistério que deve permanecer guardado".
Poucas linhas que, no entanto, podem marcar uma referência preciosa para quem se questiona sobre a posição dos católicos nessas situações. Padre Ivan já havia agido com humildade e prudência onze meses antes, sem dar ênfase a essa sua visita. Ele "procurou" e visitou Laura porque, para ele, era uma doente de sua cidade e uma colega com quem abrir um diálogo, ou melhor, uma escuta. "Na ponta dos pés", exatamente, com aquela atitude de extrema atenção simplesmente em "estar ao lado", em expressar proximidade humana e cristã. Uma escolha que torna evidente como a pessoa – cada pessoa com aquele mistério que também deriva de sua história e de seus caminhos de sentido e valor – vem antes de qualquer posição política ou ideológica. Mesmo antes de uma batalha específica da qual ela possa ter se tornado um símbolo.
Um precedente semelhante poderia ser buscado na iniciativa do Papa Francisco que, em novembro passado, voltando de carro da Universidade Gregoriana, pediu para ser levado à casa de Emma Bonino, que havia acabado de voltar de uma delicada internação, para expressar encorajamento e cultivar uma relação de apoio motivada pelo estado de fragilidade em que a expoente radical se encontrava. Ao Papa, por aquele gesto de amizade, não faltaram severas críticas de alguns católicos que, também nesta ocasião, torcerão o nariz para a referência de Dom Maffeis àquele "trecho de caminho compartilhado".
Mas podemos ter certeza de que também há muitos cristãos e cristãs – sem serem papas ou arcebispos – que sabem, todos os dias, "visitar" quem está atormentado pelo desespero da dor. Tantos samaritanos do fim da vida que sabem dar uma escuta discreta e humilde a quem se encontra prisioneiro de doenças incapacitantes e é forçado a enfrentar na própria pele (e não apenas no debate político-jornalístico) as perguntas angustiantes sobre o sentido e a aceitação das dores que marcam a fase final da própria existência.