11 Julho 2025
O artigo é de José Antonio Pagola, teólogo espanhol, publicado por Religión Digital, 07-07-2025.
Não é preciso uma análise profunda para descobrir as atitudes autodefensivas, desconfiadas e evasivas que adotamos em relação a pessoas que podem perturbar nossa paz de espírito. Quantos desvios tomamos para evitar aqueles que nos incomodam ou nos deixam desconfortáveis. Como apressamos o passo para evitar aqueles que nos sobrecarregam com seus problemas, tristezas e decepções.
É como se vivêssemos em constante estado de alerta a qualquer um que possa ameaçar nossa felicidade. E quando não encontramos uma maneira melhor de justificar nossa fuga das pessoas que precisam de nós, podemos sempre recorrer ao fato de que "estamos muito ocupados".
Quão relevante é a parábola do samaritano nesta sociedade de homens e mulheres que correm para suas próprias tarefas, buscam seus próprios interesses e gritam suas próprias exigências.
Segundo Jesus, só existe uma maneira de ser humano. E não é a do sacerdote ou do levita, que vê alguém necessitado e desvia o caminho para continuar seu caminho, mas a do samaritano, que caminha pela vida com os olhos e o coração abertos, pronto para parar e ver quem precisa de sua ajuda.
Quando ouvimos sinceramente as palavras de Jesus, sabemos que ele nos chama a passar da hostilidade para a hospitalidade. Sabemos que ele nos incita a viver de forma diferente, criando um espaço maior em nossas vidas para aqueles que precisam de nós. Não podemos nos esconder atrás da nossa agitação ou nos refugiar em belas teorias.
Aqueles que compreenderam a fraternidade cristã sabem que todos somos companheiros de viagem que compartilham a mesma condição de seres frágeis que precisam uns dos outros. Aqueles que vivem atentos aos irmãos e irmãs necessitados que encontram ao longo do caminho descobrem um novo gosto pela vida. Segundo Jesus, eles herdarão a vida eterna.