Organizações e indígenas protestam contra petróleo na Amazônia

Foto: Guido Moretto

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18 Junho 2025

Mobilizações aconteceram na cidade alemã de Bonn, no Rio de Janeiro e em Silves, no Amazonas, onde já existe exploração de gás fóssil.

A informação é publicada por ClimaInfo, 17-06-2025. 

“A gente nem estava sabendo o que estava acontecendo”. Essa foi a fala de Almir Manoki, liderança do Povo Manoki, em Mato Grosso, onde está a bacia de Parecis. Ele foi um dos indígenas presentes no protesto contra o leilão da ANP promovido pelo Instituto Arayara no Rio de Janeiro (RJ).

As lideranças indígenas reclamaram por não ter informações sobre como a atividade do petróleo pode impactar suas vidas, contou Nicola Pamplona na Folha. Almir, por exemplo, mora numa comunidade com cerca de 400 famílias que vivem da agricultura de subsistência e da caça.

“Por mais que a gente seja consultado, a gente não está de acordo, porque a gente viu que esse leilão prejudica muito. Nem era para acontecer, não sei porque eles inventam esse negócio de leilão de petróleo”, desabafou.

Em Silves, no Amazonas, indígenas do Povo Mura protestaram em frente ao campo de gás fóssil de Azulão, operado pela Eneva. Os Mura travam uma batalha com a petroleira, que avança na exploração sem aval dos indígenas.

“Se o grande criador deixou esse óleo com o gás nas profundezas, distante do nosso alcance, é porque não é coisa boa, é coisa que só traz destruição, poluição, pobreza, ganância, doenças e discórdias. Trazer essa massa podre e poluente das profundezas é trazer tudo que é ruim para os nossos territórios. Amazônia livre de petróleo e gás!”, disse o cacique Jonas Mura.

Já em Bonn, onde ocorre a reunião preparatória para a COP30, a 350.org liderou uma manifestação contra a exploração de petróleo na Amazônia. O protesto contou com apoio da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Iniciativa do Tratado de Não Proliferação dos Combustíveis Fósseis, Oil Change International, Observatório do Clima, FFF Brasil, GTA e ClimaInfo.

“Este leilão marca um momento crítico em que o governo escancara as portas para a indústria fóssil em um dos biomas mais sensíveis do planeta. São 19 blocos (na Foz) sem consulta prévia às comunidades indígenas e tradicionais, violando direitos constitucionais e internacionais. Essa decisão contradiz as promessas de proteção ambiental feitas por um governo eleito com essa bandeira, e fragiliza a credibilidade do país no cenário global. Em vez de liderar uma transição energética justa, baseada no imenso potencial renovável do Brasil, o governo aposta num modelo fóssil ultrapassado que compromete o futuro, bloqueia o desenvolvimento sustentável e repete erros do passado”, disse Ilan Zugman, diretor da 350.org para América Latina e Caribe.

Os protestos contra o “Leilão do Fim do Mundo” foram repercutidos também por O Globo, UOL, Brasil de Fato, Estadão e eixos, entre outros veículos.

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