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A obsessão por corpos perfeitos. Artigo de Massimo Recalcati

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14 Junho 2025

"A remodelação do corpo não serve para favorecer relações afetivas com os outros, mas para construir couraças narcisistas que distanciam da relação. O terror da morte se confunde aqui com o terror do amor", escreve Massimo Recalcati, psicanalista italiano, em artigo publicado por La Repubblica, 12-06-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

A aparência de corpos em forma, sempre jovens e belos, moldados pela cirurgia estética, tem sido uma presença cada vez mais constante no cenário hipermoderno há vários anos. A ação do bisturi e da agulha esculpe formas perfeitas que não apenas respondem a um ideal estético, mas visam esconjurar a presença fatal da morte. O corpo que não mostra sinais de seu próprio envelhecimento configura-se como um amuleto, um talismã que rejeita o tempo inexorável do nosso fim. No entanto, o recurso à cirurgia estética não diz respeito apenas à vida em seu momento fisiológico de declínio, mas também, se não principalmente, às novas gerações. “Quero me refazer completamente!” é a intenção de uma jovem paciente insatisfeita com a forma de seu corpo. A ação do bisturi, como a das tatuagens que se estendem por toda ou quase toda a superfície do corpo, traz consigo a ilusão de autogeração. “Refazer-se completamente” significa, de fato, escolher a forma que se dará ao próprio corpo, perseguindo um ideal de autofundação e domínio absoluto: não apenas reivindico o corpo como meu, mas faço com que seja como eu quero. Uma tentativa de se opor à heteronímia estrutural do corpo que, na realidade, nenhum de nós teve possibilidade, originalmente, nem de escolher nem de tornar eterno.

Se, além disso, se observar o corpo de jovens mulheres remodeladas pelo bisturi, não pode deixar de chamar a atenção sua drástica uniformização. Enquanto a beleza de um corpo, como lembram Flaubert e Warburg, se revela ao se perceber seus “divinos detalhes”, ou seja, seus traços irregulares que o tornam único e singular, aquela oferecida pela cirurgia estética responde, em vez disso, a um critério padrão, igual para todos, conformista: mesmo nariz, mesmos lábios, mesmos seios, mesmos glúteos. Mas por quê? A resposta parece se impor com evidência. Os corpos dessas mulheres tendem a corresponder à idiotice do fantasma masculino que eleva justamente aqueles objetos — em particular lábios, seios e glúteos — à natureza fetichista de seu próprio fantasma. Em termos mais simples, o corpo das mulheres tende a corresponder perfeitamente ao imaginário sexual masculino, tornando-se semelhantes ao de verdadeiras bonecas sexuais artificiais.

Numa época em que o feminismo impôs, com razão, uma cultura de direitos que interrompeu a hegemonia masculina, esses corpos plastificados parecem mostrar a outra face da moeda, ou seja, a indestrutibilidade do fantasma fetichista masculino e a dificuldade da mulher de se libertar de suas garras. Mas essas mulheres são realmente felizes? Em alguns casos, recorrer à cirurgia estética não tem nada de patológico. Penso em uma paciente minha que, após duas gestações, decide refazer os seios, que haviam sido postos a dura prova pela amamentação prolongada, para recuperar sua própria feminilidade. Outra decide se submeter ao mesmo procedimento por causa das lesões causadas por uma operação oncológica. Por fim, uma adolescente cujo rosto é ocupado por um nariz proeminente decide se libertar dessa presença recorrendo ao bisturi.

O que é patológico, isso sim, é o recurso compulsivo, a insatisfação que acompanha cada intervenção e que impele a novas intervenções, a ponto de, por vezes, causar efeitos evidentes de deformação aberrante do próprio corpo. Às vezes, trata-se de uma verdadeira provação que transforma o corpo numa espécie de canteiro de obras permanentemente aberto. Nesses casos, o paradoxo é que cada intervenção cria uma nova insatisfação, cada tentativa de aperfeiçoamento gera um novo defeito. Mas quando uma jovem exige ter lábios carnudos, seios gigantes e bumbum esculpido, está realmente expressando um desejo subjetivo ou manifesta sua adaptação conformista a um ideal estético imposto pelo fantasma masculino? Além disso, "refazer-se completamente" não é tão simples porque não é simples corrigir a imagem inconsciente do próprio corpo. Aliás, nunca deveríamos esquecer que "bonito" ou "feio" não correspondem à objetividade das formas estéticas. É um fato da experiência comum: homens e mulheres feios podem viver com total serenidade sua desarmonia e, ao contrário, homens e mulheres objetivamente bonitos podem viver com tormento a imagem de seu corpo sempre vivenciada como inadequada e imperfeita. Por quê?

Quando olhamos o nosso corpo no espelho, entra em ação uma memória inconsciente que tornou a nossa imagem algo amável ou algo perenemente insuficiente. Isso é o que Françoise Dolto havia, justamente, definido como "imagem inconsciente do corpo", que, como tal, não corresponde à sua imagem real. A sensação de ser bonito ou feio se forma de nossos primeiros encontros com o olhar e as palavras das figuras afetivas mais significativas. Fui olhado como suficientemente amável? Fui amado pelo que sou? O bisturi tenta corrigir as respostas negativas a essas antigas perguntas, sem, porém, conseguir chegar ao fundo da questão.

Nesse sentido, o culto ao corpo musculoso e malhado é o equivalente masculino da síndrome do aperfeiçoamento estético que aflige os corpos femininos. Os bíceps inchados, o maxilar quadrado, os dentes perfeitos, os peitos e abdomens esculpidos distanciam o corpo da relação com o outro para exaltar uma espécie de autossuficiência onipotente. Esse é outro paradoxo: a remodelação do corpo não serve para favorecer relações afetivas com os outros, mas para construir couraças narcisistas que distanciam da relação. O terror da morte se confunde aqui com o terror do amor.

Leia mais

  • A dignidade do corpo. Artigo de Enzo Bianchi
  • A verdade escondida por trás da obsessão com o corpo perfeito. Artigo de Massimo Recalcati
  • "O corpo magro, esbelto, é um corpo de classe". Entrevista especial com Joana de Vilhena Novaes
  • A moral da boa forma e a impossibilidade do corpo perfeito. Entrevista especial com Paula Sibilia
  • O corpo utópico. Texto inédito de Michel Foucault
  • A cirurgia plástica sob um olhar antropológico. Entrevista especial com Andrea Tochio

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