11 Junho 2025
Departamento de Transportes abriu caminho para padrões mais flexíveis de economia de combustível, o que significa mais emissões.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 10-06-2025.
O secretário de transportes dos Estados Unidos, Sean Duffy, disse que os padrões de economia de combustível do governo de Joe Biden para carros e caminhões movidos a gasolina são ilegais. Por isso moveu-se para revertê-los, abrindo caminho para redefinir regras, informam AP e Reuters. Na prática, devem aumentar as emissões do país pela queima de combustíveis fósseis.
O Departamento de Transportes declarou a suposta ilegalidade de Biden ao publicar a regra final “Redefinindo o Programa de Economia Média de Combustível Corporativa” (CAFE, sigla em Inglês). Uma futura regra separada do governo Trump revisará os requisitos de economia de combustível.
Em conjunto com a redação do Senado no projeto de lei orçamentária para eliminar penalidades por consumo não eficiente de combustíveis fósseis, a nova regra poderá fazer com que as montadoras sofram menos pressão dos órgãos reguladores para reduzir a poluição dos veículos. Em última análise, o uso de veículos elétricos no país poderá ser desacelerado.
As medidas se alinham aos esforços de Trump para reduzir o apoio federal aos VEs. O “agente laranja” prometeu acabar com o que chamou de “mandato” para veículos elétricos, referindo-se incorretamente à meta de Biden, de que metade dos carros novos vendidos no país até 2030 sejam elétricos.
A empreitada contra a eletrificação veicular de Trump e seus asseclas já mexe em outra ponta: os investimentos no país. Segundo a AP, a japonesa Automotive Energy Supply Corp. (AESC) interrompeu a construção de uma fábrica de US$ 1,6 bilhão na Carolina do Sul para ajudar a produzir baterias para BMWs elétricos, citando “incerteza política e de mercado”.
Embora a empresa não tenha especificado os problemas, o governador republicano da Carolina do Sul, Henry McMaster, disse que a AESC está lidando com a potencial perda de isenções fiscais federais para compradores de veículos elétricos e incentivos para empresas do setor, bem como incertezas tarifárias. “O que estamos fazendo é pedir cautela, deixar as coisas acontecerem porque todas essas mudanças estão ocorrendo”, disse McMaster.
A exigência de relatórios de monitoramento de emissões de grandes poluidores dos EUA estabelecida pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) do país em 2010, está prestes a cair, informou a Associated Press. Especialistas afirmam que o fim da exigência pode levar a um grande aumento nas emissões se as empresas não forem mais publicamente responsáveis pelo que emitem. E afirmam que a perda dos dados – ao mesmo tempo em que a EPA está cortando o monitoramento da qualidade do ar em outros locais – tornaria mais difícil o combate às mudanças climáticas.