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27 Mai 2025

"A princípio, pensa que suas paisagens gigantescas, os retratos evidentes, são uma prova. Os vestígios da escravidão, as tradições, a floresta amazônica mutilada, as geleiras pingando sofrimento. Sempre atento a revelar o primeiro plano da dignidade em uma pessoa ou na natureza, com a mesma abordagem", escreve Giulia Zonca, jornalista, em artigo publicado por La Stampa, 24-05-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.  

Em determinado momento, Sebastião Salgado decidiu que não tiraria mais fotografias e começou a observá-las. Apontou o olhar para o seu imenso arquivo e descobriu que ali havia centenas de imagens nunca antes vistas e esse é o legado, a herança: a possibilidade de um olhar diferente.

O mestre do preto e branco morreu aos 81 anos. Apontou sua câmara para a terra e viu-a mudar, seguiu os homens para compreender o seu lugar no mundo, enquadrou os seus gestos para os reconhecer todos iguais, mas cada um marcado pela sua própria história. Escavou nas pegadas do esforço e captou a mudança de hábito. Muitas vezes deixou a lente encontrar o sujeito, usou o digital quando precisou se mover com leveza, sem quilos de equipamento difíceis de atravessar fronteiras complicadas, como Ruanda às voltas com o horror. A causa o movia mais do que a arte, mas ele nunca imprimiu assim: trouxe cada quadro de volta, ao talento analógico, com mais um passo, a ser revelado na câmara escura. E não é mera fotografia, é apenas a técnica de quem tem ideias claras sobre seu trabalho.

Salgado dedicou anos a viajar e a interceptar a luz, o momento, a vida. Passou horas esperando, uma paciência aprendida na infância, no Brasil, na pequena fazenda onde nasceu em 1944. Aimorés, no estado de Minas Gerais, minas e futebol, realidades que o acompanharam, em sua pesquisa e paixão.

Deixa o Brasil para escapar da ditadura e embarca na rota do café depois de estudar economia, com a companheira com quem viveu toda a vida, Lelia Wanick. Ela lhe dá de presente sua primeira Leica, para se distrair durante as viagens, para se iluminar nas horas livres da burocracia, e ele percebe que assim tem outra perspectiva. E a segue. Durante cinquenta anos, se desloca de um país para outro: documenta a humanidade, o ambiente que é continuamente contaminado por ela e sempre tenta rastrear a origem do problema que encontra a jusante, no cotidiano de uma contemporaneidade que tenta despertar com o óbvio. Tudo lhe é tão claro que não consegue mais ficar parado.

A princípio, pensa que suas paisagens gigantescas, os retratos evidentes, são uma prova. Os vestígios da escravidão, as tradições, a floresta amazônica mutilada, as geleiras pingando sofrimento. Sempre atento a revelar o primeiro plano da dignidade em uma pessoa ou na natureza, com a mesma abordagem.

Não motivado pela curiosidade e nem mesmo pela inspiração, ele se preocupa em encontrar vestígios da essência de um povo ou de um lugar, como se expor o coração de um planeta que cede à crise climática ou a alma de uma pessoa que não se deixa definir pelo abuso fosse a chave para mostrar um caminho de salvação. O poder de um corpo para sugerir a resistência de uma ideia. Mas ele logo percebe que as pessoas olham para o que querem, da maneira como acreditam, e que o sucesso global, os milhões de espectadores que passaram diante de suas fotos ao longo do tempo, não se deixam mudar ou chocar assim. As fotos encantam, agradam, estão ali para demonstrar que a realidade é frágil, mas como Salgado nos explicou na última entrevista que concedeu, justamente ao La Stampa, por sua colaboração com o Festival de Cinema de Trento e as exposições no Museu de arte moderna e contemporânea de Rovereto (ainda abertas): “Diante de um desastre, se prefere enfiar a cabeça em um telefone. Pensar em outra coisa”. Não era uma acusação, mesmo que obviamente esperasse mais; era, como sempre, uma expectativa. Como quando menino com os animais da fazenda e na semeadura, como fotógrafo, no Parque Kluane, no Canadá, ouvindo o ruído de uma geleira em desespero ou na atenção respeitosa dedicada aos nativos, que ele seguiu testemunhando a facilidade com que nos apropriamos do passado alheio. Para depois transformá-lo. Ele tinha certeza de que, mais cedo ou mais tarde, a centelha acesa pela imagem criaria uma reação. Aconteceu, mesmo que não em uma tomada de consciência coletiva.

Ele teria aguardado mais, convencido de que seu trabalho poderia treinar a empatia e, quando ficou cansado demais para se mover, após cinco décadas viajando por 130 estados diferentes, encarou o arquivo, as mais de 500 mil imagens: “Não creio que haja outro fotógrafo com tão imenso arquivo de pesquisa”.

Sentia que o tempo se esgotava e não tinha nenhuma intenção de parar para esperar. Planejava uma série de exposições, coleções e livros. Uma exposição ligada ao mar, movida pela música de Debussy, uma reconstituição do Tour de France, seguida por Libération, uma obra em etapas, começando em Los Angeles, para retraçar a evolução da União Soviética porque “para um brasileiro, a Rússia nunca será o inimigo. A Rússia está errada com a guerra na Ucrânia, a Europa está errada nas suas relações com os russos”. Retomar as centenas de fotografias tiradas nos anos 1980 era uma forma de compreender mais e melhor. De convidar outros a fazê-lo junto com ele. Como acontece com as geleiras agora expostas no Trentino, como continuará a acontecer. Ele já não está mais aqui, a sua obra permanece e apenas começou a falar.

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