Ad limina: Vance no Vaticano

Trump e Vance em culto | Foto: RS/Fotos Públicas

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03 Abril 2025

A viagem crucial de Vance à Santa Sé.

O comentário é de Francesco Sisci, publicado por Settimana News, 03-04-2025.

O encontro planejado entre o vice-presidente americano, J.D. Vance, e altos funcionários da Santa Sé, provavelmente o papa e o secretário de Estado Pietro Parolin, será um ponto-chave na diplomacia internacional nos próximos dias. Isso ocorrerá na esteira de uma onda sem precedentes de tarifas americanas que devem mudar o comércio mundial, a economia e, portanto, a política.

O Vaticano é um centro de soft power que é ainda mais importante porque as políticas recentes do presidente Donald Trump estão enfraquecendo o soft power americano. A Santa Sé sempre foi, e especialmente agora com Francisco, um farol de liberdade, direitos e democracia.

Ao mesmo tempo, porém, o próprio Papa destacou a importância do diálogo e dos canais de comunicação com governos autoritários. As relações entre a Santa Sé e a China são famosas e controversas, mas igualmente importantes nos últimos três anos foram os canais que a Santa Sé manteve com a Rússia em guerra, optando por não ficar totalmente do lado da Ucrânia, embora seja predominantemente católica.

Nesse sentido, será importante ver o que o Papa escolherá dizer ao governo Trump, culpado, segundo muitos críticos, de restringir a liberdade e as margens da democracia nos Estados Unidos. Por outro lado, justamente no espírito de diálogo com todos, é improvável que se pense em uma condenação clara da Santa Sé em relação ao governo americano.

Outro elemento importante é a questão da paz. A suposta retirada americana dos compromissos de segurança na Europa e na Ásia pode desencadear uma corrida armamentista nuclear sem precedentes. Seria importante aqui reafirmar os compromissos de segurança dos Estados Unidos justamente para evitar um desvio incontrolável.

Finalmente, há a questão do futuro da Igreja e do futuro dos Estados Unidos. A doença do Papa lança dúvidas sobre se Francisco sobreviverá aos quatro anos inteiros da presidência de Trump.

A eleição do próximo Papa, portanto, poderá ocorrer à sombra deste mandato. Independentemente do equilíbrio encontrado atualmente por Francisco, o próximo pontífice pode escolher uma linha diferente. Naturalmente, os Estados Unidos estão interessados ​​no caminho da Santa Sé e vice-versa.

Para a Santa Sé, que pensa em termos seculares, é crucial entender como ela escolherá posicionar os Estados Unidos como o fulcro da ordem geopolítica mundial hoje. Se os Estados Unidos decidirem alterar unilateralmente esta ordem, naturalmente a Santa Sé não poderá deixar de considerar este ponto.

O último elemento é a Ásia. Os Estados Unidos e a Santa Sé concordam em ver a Ásia como o verdadeiro centro estratégico do futuro. Aqui, uma troca de opiniões sobre o que ambos os lados gostariam de fazer na Ásia se torna importante para cada lado e para o mundo como um todo.

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