11 Março 2025
"As melhoras registradas nos últimos dias se consolidaram ainda mais, como confirmam as análises sanguíneas, (...) e a boa resposta ao tratamento com medicamentos. Por essas razões, os médicos decidiram hoje retirar o prognóstico reservado", detalha o comunicado.
A informação é publicada por RFI, 10-03-2025.
O estado clínico de Francisco "segue estável", mas "tendo em conta a complexidade de seu quadro clínico e o importante quadro infeccioso apresentado em sua internação, será necessário continuar, por mais alguns dias, a terapia médica farmacológica em um ambiente hospitalar", acrescentou o boletim, dando a entender que o jesuíta argentino poderia deixar o hospital nos próximos dias.
Horas antes do anúncio de que o prognóstico do papa deixava de ser reservado, uma fonte da Santa Sé afirmou que era "cedo demais para falar sobre um retorno a Santa Marta", a residência onde vive o pontífice na Cidade do Vaticano. Ele está hospitalizado desde 13 de fevereiro no 10° andar do Hospital Gemelli, o maior de Roma.
No domingo, Francisco havia comunicado um texto escrito para a oração do Angelus, no qual agradeceu àqueles que se apresentam como voluntários para ajudar as pessoas necessitadas, elogiando sua "proximidade e ternura".
"Eu também tenho experimentado a consideração do serviço e a ternura da atenção, especialmente dos médicos e da equipe de enfermagem, a quem agradeço do fundo do coração", enfatizou.
A oração diária do terço, dedicada à cura do papa, foi realizada na tarde de segunda-feira no Vaticano, mas muitos outros fiéis rezaram por ele no domingo, principalmente em Mianmar.
Na catedral de Yangon, birmaneses católicos abaixaram suas cabeças para rezar pelo papa Francisco e retribuir as saudações que o líder religioso doente costuma enviar ao país asiático devastado pela guerra.
"Ele se importa com aqueles que estão desanimados e fracos. Então, ele sempre se lembra de Mianmar e reza" pelo país, disse Francis Than Htun, reitor da Catedral de Santa Maria e bispo auxiliar da Arquidiocese de Yangon.
"Sinto-me triste como se ele fosse meu próprio pai, pois ele ficou doente", disse o bispo. "Ele sempre fala a favor da paz", destacou Simon Hla Win, um fiel de 67 anos, desejando "uma rápida recuperação" para Francisco.
Esta hospitalização, a mais longa desde que Francisco iniciou o pontificado, acontece num momento em que ele já estava fragilizado por uma série de problemas nos últimos anos: sobrepeso, dores nos joelhos, cirurgias sucessivas no cólon e no abdômen, além das infecções respiratórias frequentes. A fragilidade pulmonar marca a vida de Jorge Mario Bergoglio desde quando ele tinha 21 anos e passou por uma cirurgia para a remoção do lobo superior de seu pulmão direito.