21 Janeiro 2025
"O presidente em saída e o que está entrando finalmente unidos por um rito! No centro desse evento único está Donald Trump.... para o bem e para o mal", escreve Philippe Kabongo-Mbaya, pastor, em artigo publicado por Réforme, 20-01-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
A passagem do bastão entre Joe Biden e Donald Trump ocorre hoje. O evento tem algo de inaudito, mas se realiza como se fosse algo normal, inserido em um protocolo impecável. O presidente em saída e o que está entrando finalmente unidos por um rito! No centro desse evento único está Donald Trump.... para o bem e para o mal.
Personificando secreta e inexoravelmente a antiga máxima imperial: veni vidi vici!
Voltemos a janeiro de 2021. A votação para certificar a eleição de Joe Biden é interrompida no Congresso por apoiadores de Trump. Uma violenta tentativa de golpe de Estado diante de um mundo atônito. O líder dos revoltosos, desertou voando para a Flórida. Não houve “passagem de bastão”, pois o homem inflexível permaneceu obstinadamente senhor de seu destino, intratável diante do que, no entanto, era um ato de importância nacional! Era o pior.
O melhor, foi no momento dos resultados da eleição presidencial. Certo de sua incontestável vitória, Donald Trump voltará ao palácio presidencial para receber as chaves de casa e do país.
De seu vencedor de 2021. Os puros de coração diriam: que demonstração maravilhosa de democracia!
Mas a coisa toda é tão enorme que parece quase monstruosa quando vista sob outra perspectiva.
A atitude veni vidi vici de Donald Trump é profundamente chocante porque, na verdade, nada mais é do que a glorificação da onipotência desenfreada! Durante um comício de apoiadores de Trump que aclamavam o seu campeão, Elon Musk subiu ao palco. O extasiante “enfim livres...” de um homem que entendeu claramente como garantir seus próprios interesses! Para os partidários de Donald Trump, seu triunfo é a confirmação de que Deus o poupou! Para onde o mundo está indo?