07 Janeiro 2025
"O método proposto há tanto tempo, de observar, ouvir, comparar, pensar, antes de falar" é o tema do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, em artigo publicado em Il Sole 24 Ore, 05-01-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
Adotar o método proposto há tanto tempo, de observar, ouvir, comparar, pensar, antes de falar.
Às vezes me senti obrigado a justificar o gênero literário deste “Breviário”, que se baseia em uma citação. E sempre, é claro, recorri a uma citação de um autor em cujas páginas me deleitei com frequência, Michel de Montaigne. Ele próprio era um “citador” e se autojustificava em seus Ensaios da seguinte forma: “Faço os outros dizerem o que não consigo dizer bem, às vezes por causa da fraqueza de minha linguagem, às vezes pela fraqueza de minha inteligência”.
A consideração que estou propondo ao olhar mais uma vez para o ano que está começando é recortada de outro grande escritor que oferece justamente a possibilidade de expressar uma reflexão ampla e variada em poucas linhas. Estamos falando de Alessandro Manzoni e de sua obra-prima Os noivos, que não é apenas uma grandiosa arquitetura narrativa, mas também um arsenal de lemas, ditos, observações, aforismos. Esse é o caso da citação proposta, confiada a uma espécie de pentagrama de verbos.
Justamente por causa da força inerente às suas palavras, não há necessidade de acrescentar muito mais, porque a substância já foi dita pelo escritor. Tudo o que é necessário é saborear a sequência, repetindo-a. Diante de uma pessoa ou de um evento, é indispensável primeiro observar, depois ouvir, depois comparar com figuras e casos análogos e, acima de tudo, pensar. Somente depois disso é possível falar e julgar.
Imaginem o quanto esse programa é praticado nos debates da televisão, onde o ritmo é: primeiro falar, depois talvez ouvir e raramente pensar. Para concluir, no entanto, eu diria que o citador muitas vezes faz um favor ao autor. Proust confessava isso em Guermantes: “Ao citar um verso isolado, multiplica-se sua força de atração”.
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#cinco verbos. Artigo de Gianfranco Ravasi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU