26 Novembro 2024
A inclusão de elementos indígenas na celebração da Santa Missa causou comoção em todo o mundo. A Conferência Episcopal Mexicana sente-se, portanto, obrigada a esclarecer isto. Particularmente controverso: existe dança litúrgica?
A reportagem é publicada por katholisch, 24-11-2024.
A Conferência Episcopal Mexicana rejeita o termo "Rito Maia" para os elementos indígenas reconhecidos pelo Vaticano na Missa. Na sexta-feira, a Conferência Episcopal publicou explicações sobre os desvios do Missal Romano introduzidos para vários grupos étnicos no estado de Chiapas. Este não é um novo rito nem mudanças substanciais na estrutura das missas, mas sim adaptações opcionais do rito romano. A liturgia adaptada também não inclui o uso de “altares maias” nem orações nas quatro direções cardeais.
A Conferência Episcopal não quer falar de “dança litúrgica” quando se trata dos “movimentos físicos” permitidos na forma de missa, que foram permitidos na abertura, durante a oração de oferenda e durante a ação de graças após a comunhão. O missal adaptado fala de uma oração à música “em silêncio com um movimento rítmico de pêndulo”. Anteriormente, o bispo diocesano emérito de San Cristóbal de Las Casas, cardeal Felipe Arizmendi Esquivel, havia explicitamente chamado esses elementos de “danças rituais”: “Não são folclore, mas movimentos simples, monótonos e contemplativos de toda a comunidade, inspirados em tradições tradicionais acompanhadas pela música e expressam a mesma coisa que o rito romano, só que numa forma cultural diferente." Arizmendi foi responsável pelas preocupações litúrgicas dos crentes indígenas na Conferência Episcopal Mexicana.
A Conferência Episcopal também explica os novos serviços litúrgicos de incenso e liderança de oração. O encarregado de dirigir as orações atua sempre a convite do sacerdote que preside a liturgia e nunca assume a função de presidente. O incenso é utilizado nos locais indicados no Missal Romano, mas com as formas tradicionais em que o respectivo grupo indígena utiliza o incenso.
As mudanças agora seriam introduzidas gradualmente. Isto também inclui formação para sacerdotes e pessoal pastoral. Os bispos sublinham ainda que as adaptações são opcionais e foram aprovadas exclusivamente para as comunidades indígenas de Tzeltal, Tzotzil, Chol, Tojolabal e Zoque.
Na semana passada, o Dicastério para o Culto Divino do Vaticano aprovou ajustes na liturgia da missa para os povos indígenas na diocese de San Cristóbal de Las Casas, bem como uma tradução da missa para a língua tzeltal falada no estado mexicano de Chiapas. Na sua constituição litúrgica, o Concílio Vaticano II (1962-1965) abriu a possibilidade de adaptar a liturgia “às características e tradições dos povos”. As variantes agora reconhecidas são apenas a segunda adaptação cultural da liturgia. Em 1988, o Vaticano aprovou um rito zairense de missa para a igreja no que hoje é a República Democrática do Congo. Uma adaptação cultural dos cultos religiosos também está sendo discutida na região amazônica.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Bispos mexicanos: não existe “rito maia” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU