02 Mai 2023
A proposta será entregue ao Papa Francisco no âmbito da visita ad limina apostolorum.
A reportagem é de Miroslava Lopez, publicada por Vida Nueva Digital, 01-05-2023.
No início de março, foi anunciada uma iniciativa coordenada pelo cardeal Felipe Arizmendi, bispo emérito de San Cristóbal de las Casas, através da qual se propôs a inclusão de elementos indígenas como danças, música, incenso e maior participação das mulheres. Tal proposta, explicou o cardeal mexicano na época, deveria ser apresentada à Conferência dos Bispos Mexicanos (CEM) durante sua assembleia plenária e, se aprovada, perante o Papa Francisco.
Nesse sentido, o cardeal Arizmendi explicou que há poucos dias os 120 bispos do México se reuniram na 114ª Assembleia Plenária, cujo objetivo geral foi "construir, como pastores, caminhos comuns para fortalecer a missão da Igreja e seu impacto na realidade da nosso país".
Na reunião, quase por unanimidade foram aprovadas as adaptações litúrgicas indígenas que "em princípio foram solicitadas para os povos originários da diocese de San Cristóbal de las Casas, mas que, a pedido explícito dos bispos, foram estendidas aos demais grupos étnicos do país.
O cardeal reiterou mais uma vez que essas adaptações não visam “voltar aos ritos pagãos, nem é idolatria, mas sim a celebração da missa católica romana com expressões típicas desses povos. Nada é tirado da sacralidade, mas ela é vivida em outras formas culturais, tão legítimas e válidas quanto qualquer outra”.
O cardeal Arizmendi revelou que teve vários ataques nas redes sociais “por parte de quem despreza os indígenas, julga e condena o que não conhece”; no entanto, explicou, são indígenas tão católicos quanto os demais.
Sobre a proposta, na época o bispo de San Cristóbal de las Casas, dom Rodrigo Aguilar, falou à Vida Nueva, e esclareceu: “Não estamos mudando o rito romano da missa, nem estamos inventando um novo rito indígena. É o rito romano com três elementos principais de adaptação: o serviço de guia de oração do 'principal', o ofício de incensário principalmente das mulheres e as danças de ação de graças como forma de oração”.
Da mesma forma, Aguilar considerou que com as adaptações da liturgia os povos indígenas se sentirão levados em conta “dentro de nossa Igreja Católica, que são sujeitos desta Igreja e não objeto de uma evangelização que vem de fora. As igrejas locais, autóctones, são fortalecidas, em comunhão com toda a Igreja universal”.
No território da diocese de San Cristóbal de las Casas vivem cerca de 2,2 milhões de habitantes, dos quais 70 ou 75% são indígenas.
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Bispos do México aprovam adaptações litúrgicas indígenas na missa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU